Capítulo 3- Um buquê nem sempre é desejado

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Ficar em casa com a minha família era uma das coisas que eu mais gostava de fazer, ter o carinho da minha mãe e da minha irmã, ela passava a semana em outra cidade porque já fazia faculdade. Mas mantínhamos o contato direto.

-Oi mainha - falei abraçando-a por trás.

-Oi meu amor, como foi hoje na escola?

-Foi normal, mainha. Esta precisando de ajuda?- Perguntei. Vi que ela estava fazendo muita coisa na cozinha.

-Não, meu amor. Pode ir descansar. Jaja venha almoçar.

-Ta ok, mainha. - Dei um beijo em sua bochecha e fui para o meu quarto.

Cheguei no meu quarto, peguei meu computador e fui olhar meus e-mails.

De: thiagomelo

Assunto: Perdoa-me

Mel, eu sei que errei quando dei em cima daquelas meninas. Mas você sabe que eu sempre gostei de você. Então, por favor, volta a falar comigo. Vamos ajeitar isso.

Vou nem responder, ele devia poupar o tempo dele. Essa idiota falava que gostava de mim, e depois ficava dando em cima de um monte. E ele ainda acha que eu vou perdoa-lo.

De: livia.mendes

Assunto: BABADO

EMANUELLY... eu preciso te contar uma coisa. Por favor, me liga.

Credo, que escândalo.

_ Ligação on_

-Alô, Liv?

-Meeel, parece que o PH vai te dar um buquê amanha

-O que?? Como é? Ele ta pirando?- O PH não podia me fazer passar uma vergonha dessas. Ele não é doido.

-É sério, amiga. O amigo dele me contou. Disse que ele só falava disso hoje de manhã. O Felipe disse que o PH ia fazer de tudo para te conquistar. - Falou entre risos.

-Ele é legalzinho, amiga. Mas pelo amor de Jáh. Eu não quero nada com ele e muito menos ganhar um buquê na frente da escola. Por favor, Liv. Tenta dar um jeito nisso.

-Ta ook, vou tentar. Beijinhos, até mais.

-Beijoss

_Ligação off_

No outro dia...

Cheguei à escola com o coração já saindo pela boca. A Liv disse que o PH não iria me entregar o buquê. Mas, mesmo sabendo disso algo me fazia duvidar do que ele disse.

Passou as aulas e eu estava louca desesperada para que acabasse logo, porque eu sabia que só estaria salva quando chegasse em casa. Tocou para o intervalo e meu coração acelerou, fiquei com medo da vergonha acontecer logo no intervalo, na frente de todo mundo.

Fui no refeitório, comprei minha comida e fui comer, para minha alegria o querido Caio sentou-se na minha mesa graças ao meu querido amigo Gustavo, eles estavam bem amiguinhos e eu não estava gostando nada daquilo.

Apesar de que o Caio não estava mais sendo tão irritante, estava começando a ser legalZINHO.

Acabo sendo interrompida por alguém me chamando.

-A senhorita que é a Emanuelly? - Perguntou um cara magro que usava um chapéu. Ai santa dos desesperados, me ajuda.

- Sim, sou eu. - Eu estava a ponto de ter um infarto. Eu não o vi com um buquê então deve ser outra coisa.

Então ele fez um sinal com a mão chamando alguém. - Ahh não, não, não isso não pode acontecer, será que tem como eu sair correndo daqui?? Com certeza iam me segurar, aah meu Deus, se for mesmo isso que eu estou imaginando ser, eu mato o PH.

Apareceu uma mulher segurando um buquê e entregou ao homem que estava na minha frente. Eu estava como uma estátua.

-Senhorita, uma pessoa mandou entregar-lhe - Então ele me deu o buquê nas mãos e saiu, e eu continuei parada. Então eu escutei algum idiota falando:

-Hmmm, olha galera a Mel recebeu um buquê, uuui- Quem foi o morto que disse isso??

-Olha, olha....uuuui- falou outra pessoa que eu também não vi quem foi.

E então começou a maior gritaria de gente idiota dizendo: "hmmmm" e outras mais idiotas tirando umas piadinhas. Obrigada, santinha.

Meu rosto estava queimando de vergonha, eu não sabia o que fazer, só estava ali, parada, sem fazer nada e escutando todas aquelas piadinhas imbecis.

Foi quando eu senti alguém me puxando, lá estavam meus salvadores: Lívia e Gustavo. Tirando-me daquele ambiente de tortura. Fomos direto para a sala.

-Liv, você não disse que ele prometeu que não me entregaria?

-Prometeu Mel. Mas você sabe como ele é. Porque não ler o cartão?

-É Mel, leia o cartão, porque eu estou doido para ver!- Falou o idiota do Gustavo.

-Ta certo, lesados - falei em um tom de brincadeira.

Tirei o cartão e o li:

Eu prometi que não lhe entregaria, então mandei outra pessoa. Isso é só uma forma de dizer que eu gosto muito de você e irei fazer de tudo para te conquistar. Um beijo, Pedro Henrique.

-Mas que letra de gay a dele- falou o Gus, puxando o cartão da minha mão.

-Tenho que concordar com você, mas a questão não é essa, e sim o fato da minha vida virar um inferno graças a ele.

-Isso é verdade, amiga. - Falou a Lívia.

-Pense pelo lado bom, Mel. Quando você quiser sair da seca, já tem alguém ao seu dispor.

-Deixa de ser idiota, Gus. Eu estou perdida com esse chiclete. - Realmente estava.

Fomos interrompidos pelo sinal tocando, ah meu Deus, ainda teria que aguentar mais três aulas.

Depois de algumas horas torturantes, nós fomos liberados.

Como sempre eu fui a última a sair da sala, quando eu estava saindo eu senti alguém me puxando com muita força para dentro da sala e antes que eu pudesse ver quem era, eu escutei a porta sendo batida com muita força.

Foi quando eu vi quem era... e naquele momento, eu entrei em um desespero completo.

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