Capítulo 6 - Como palavras podem magoar tanto?

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-Fiz as pazes com o Caio. – Não vejo motivos de o Gus estar agindo dessa maneira.

- Eu não acredito nisso. – Ele estava com as mãos apoiadas na mesa e de cabeça baixa. Então eu me levantei na tentativa de fazê-lo olhar nos meus olhos.

-Qual o problema nisso, Gus? Eu parei para pensar e não vi mais um bicho de sete cabeças no que ele fez. Então por que está falando assim comigo? – Tentei tocar o rosto dele, mas ele foi para trás e isso doeu na alma.

-O problema Emanuelly é que esse idiota é um grande safado e o que ele mais gosta de fazer é se aproveitar das garotas. E eu não duvido nada de que você será a próxima a cair no papinho dele. Até porque pelo o que eu te conheço você cai no papinho de qualquer um. – Eu não acredito que ele falou isso comigo, nesse momento minha cabeça girou e eu senti meus olhos queimarem, eu estava morrendo de raiva e de uma tristeza muito grande pelo o que ele acabou de falar e em um único movimento eu bati com muita força no rosto dele.

Ele colocou a mão no rosto e ficou me olhando de um jeito como se eu fosse um monstro. Eu estava me tremendo toda e com as lágrimas que insistiam em cair eu falei apontando o dedo na cara dele:

-Você nunca mais fale desse jeito comigo. – Eu falei essas palavras com tanto ódio nelas que parecia até que meu tom de voz ficou diferente. Ele continuava olhando para mim do mesmo jeito e ainda com a mão no rosto.

Eu olhei para Livis e ela estava paralisada com a boca formando um O gigante. Eu saí daquele lugar, eu não queria mais ver a cara do Gus e muito menos chorar na frente dele.

Fui correndo para o banheiro, sentei no chão e me permitir chorar. Eu não podia acreditar no que eu tinha ouvido. O Gus, o meu Gus, o amigo que eu tanto amo e que em todos os momentos eu tento dar o melhor de mim para ele. Como ele podia me ferir desse modo? Como ele teve coragem de falar isso para mim?

E com essas perguntas na cabeça eu chorava mais e mais, foi quando eu escutei alguém entrando e chamando por mim. Era a Livis.

-Mel, cadê você? Eu sei que está aqui. – Eu não quero conversar com ela, eu não quero sair daqui.

-Vai embora, Livis. Deixa-me só. – Falei com voz de choro.

-Se é isso que você quer, eu vou. – Mas como ela desistiu tão fácil assim? Eu sei que pedi para que ela fosse embora, mas esperava que ela fizesse mais questão para ficar perto de mim.

O sinal tocou e continuei lá, depois de um tempo eu decidi sair para lavar o rosto e pensar em uma mentira para poder entrar na sala. Ainda estava com cara de choro, e sabia que isso ia chamar a atenção de toda sala. Mas decidi ir do mesmo jeito.

Eu disse à professora que estava passando mal por isso tinha demorado. Ela falou que eu podia entrar e quando eu entrei meus olhos se encontram com o do Gustavo, ele parecia que tinha chorado também. Quando eu olhei todo mundo estava me olhando de um jeito estranho. Deveria ser por causa do meu rosto inchado e vermelho de tanto chorar.

Fingi que estava prestando atenção nas aulas, mas na verdade eu só pensava nas palavras do Gustavo. Quando o sinal tocou eu saí rápido da sala porque eu não quero ninguém perguntando o que eu tenho.

Eu estou a fim de ir para casa sozinha, sem Lívia, sem ninguém. Só para eu poder colocar a minha cabeça no lugar.

Meu telefone não para de tocar e eu sabia que era a Lívia me procurando, já que eu sempre voltava com ela. Mas eu não quero ter que me explicar, eu só quero chegar em casa. Então eu deixei meu telefone vibrando no meu bolso, uma hora ela ia se cansar.

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