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Esperei o diretor sair do banheiro para levantar e começar a limpar tudo. Estava com dor, é claro, mas não queria mais problemas do que já tinha.

Me olhei no espelho, eu tenho que dar um jeito de esconder aquelas marcas antes de chegar em casa, eu não me atreveria ir para a sala naquele estado. De jeito algum. Nem fodendo.

Abri a porta do banheiro e olhei para os lados, pra ter certeza de que ninguém me veria, eu odeio tanto essas pessoas. Meus melhores amigos mudaram de cidade e eu não tenho ninguém para conversar. Já tentei falar com Colin, desviando o rosto dos beijos dele quando estamos sozinhos, mas ele sempre cruza os braços e fala "Vai demorar?" "De novo esses assuntos?" "Não temos muito tempo pra conversar, Zayn. E sim, para agir" ou algo do tipo.

É um saco.

Saí do banheiro e vou até meu armário, peguei todas minhas coisas, livros, blocos, canetas, fotos e até mesmo embalagens de balinhas, e coloquei na minha mochila. Não ia deixar nada para eles rasgarem, riscarem ou qualquer coisa parecida. Estava indo embora para casa, mas decidi passar na sala do conselheiro, resolvi conversar sobre o tinha acontecido, ele disse que estava surpreso por eu ter ido procura-lo e não ter ficado calado olhando para o rosto dele, falou algo sobre eu ser uma semente e já estar me tornando uma árvore. Me falou que eu estava sendo muito forte em relação á tudo que estava acontecendo comigo, mas que lutar uma guerra sozinho é muito ruim, que posso sempre contar com ele, porque ele mesmo já sofreu coisas do tipo. Mandou eu voltar mais vezes, me fez prometer que voltaria, então me um papel e falou que eu podia voltar pra casa, tipo um atestado.

Fui a pé para casa, não estava preocupado em chegar rápido, andei devagar, só queria pensar em algo para explicar para meus pais os machucados, o olho um tanto roxo e a boca machucada.

Teria que ser uma desculpa e tanto.









Somebody To Love - ZiamOnde histórias criam vida. Descubra agora