Capítulo 1

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Gustus entra correndo e gritando por ajuda no setor urgência do hospital com sua filha desmaiada em seus braços – Lexa havia tomado uma cartela de remédio.

Uma médica logo fora ao seu encontro. Pedindo para que a seguisse para uma sala.

- Você é o pai dela? O que aconteceu? – perguntou a médica, enquanto pedia aos seus internos para medir a pressão e temperatura da paciente.

- Sou. Eu não sei dizer... ela estava assim quando a encontrei – falou o pai, não conseguindo controlar seu nervosismo – e isso estava perto dela – disse mostrando uma cartela vazia de antidepressivos.

Assim que a medica percebeu do perigo que se tratava, a garota começou a convulsionar.

- Aplique 5mg de dizepam – ordenou a médica.

- O que está acontecendo? Ela vai ficar bem não é? – perguntou Gustus tentando se aproximar da filha, desesperado.

- TIREM ELE DA SALA – Gritou a médica.

Os enfermeiros, com dificuldade, retiraram Gustus do local, levando-o até a recepção.

Assim que Lexa parou de convulsionar a médica pediu para que realizassem uma lavagem em seu estomago. Dois internos começam a atender a ordem enquanto outro apenas observa,um tanto nervoso. A médica logo lhe direcionou um olhar furioso.

-Você também – Gritou – Estão aqui para praticar. Façam seu trabalho. – Exigiu – Administre oxigênio na paciente e injete soros salinos para contrariar a desidratação.

Depois de um longo tempo tentando melhorar o quadro da garota, a médica foi ao encontro do responsável por sua paciente. Assim que o homem a avistou, levantou-se apressado indo ao seu encontro. O desespero moldando seu rosto.

- Calma! –Tranquilizou a medica - Ela está estabilizada. Está dormindo e a estamos monitorando. Provavelmente ficará alguns dias até se recuperar por completo. Mas pode ficar seguro. Sua filha já se encontra bem.

A medica não pode deixar de notar a face do homem suavizar enquanto um sorriso de alivio surgia enfeitando seu rosto.

- Muito obrigada, não sei como agradecer – Disse Gustus entre lagrimas. Surpreendendo a médica com abraço apertado – Obrigada mesmo Dra. Grey

- Oh não! Abby Griffin. Estou com o jaleco de um colega – Corrigiu a medica. Abby havia derrubado café essa manhã e por isso estava com o jaleco de outro médico – E não precisa agradecer. Só fiz o meu trabalho. Qualquer coisa pode me chamar que estarei de plantão essa noite – disse colocando a mão sobre o ombro de Gustus, despedindo-se em seguida.

Quando Lexa acordou encontrou seu pai sentado ao seu lado. Mesmo debilitada, a menina pode perceber o quão exausto o homem parecia. Ela, então, não pode controlar as lagrimas que teimaram em escapar. Imaginar o que ela o havia feito sentir. A dor.

Pai? – Lexa chamou em um sussurro. Ela sabia o que era perder alguém amado. Como pode fazer aquilo com ele? Destrui-lo.

Assim que percebeu que a filha havia acordado, Gustus a recebeu com um sorriso sincero. De repente todo o peso que ele vinha carregando desapareceu. Sua menina estava bem.

Ei, pequena!- Falou em um tom tão amoroso, que Lexa conhecia tão bem.- Não sei o que faria sem você, minha filha. – disse tentando segurar as lagrimas.

Lexa então desabou. Sendo acolhida por seu pai.

Tudo bem, pequena.- disse beijando-a na cabeça. – Vamos dar um jeito. Eu estou aqui.

A culpa corroeu a menina. Ver o estado que havia deixado o pai a fez perceber a loucura que havia feito. O quanto havia sido egoísta. Lexa então fez uma promessa a si mesma que nunca o faria passar por algo parecido.

Conforme os dias se passaram, enquanto Lexa permanecia no hospital, Gustus e Abby se tornaram muito próximos, desenvolvendo .


1 ano depois

Lexa adorava Abby, principalmente pelo fato dela fazer seu pai tão feliz. De fato, desde que fora adotada por Gustus, há 10 anos, nunca o virá tão sorridente. A única coisa que a deixava um tanto frustrada com o relacionamento do dois, era a filha de Abby. Lexa nem a conhecia direito, pois a vira poucas vezes. A verdade era que ela não fazia questão de se aproximar da garota, pois Clarke sempre estava com o namorado. Um completo babaca, que tinha fama de arranjar brigas. Ela achava uma triste coincidência um imbecil como ele namorar sua agora "irmã". Porém em sua cabeça, se ela se envolvia com alguém da laia dele, provavelmente, devia ser tão babaca quanto.

Clarke, por sua vez, apesar de apoiar sua mãe, não estava muito feliz pelo casamento. Seu pai morrera há apenas três anos. Embora não muito recente, a dor ainda se presente no coração da garota, que ainda sentia uma falta extrema do pai. E para completar, Lexa, a ignorava. Mesmo com todas as tentativas de se aproximar, a morena se mantinha indiferente. Fazendo com que elas permanecessem distantes.

Após o casamento, veio à temida mudança. Ficou decidido que Gustus e Lexa se mudariam para casa de Abby, pois era maior e mais próxima do trabalho de ambos. O que para Lexa não somente significava mudar de escola e ficar mais afastada dos amigos, mas também dividir o mesmo teto com alguém que a deixava "desconfortável". Os pais já haviam percebido que elas ainda não se davam bem e estavam tentando aproxima-las. Uma tarefa que parecia inútil.

Foi reconfortante para Clarke permanecer no lar aonde cresceu. De agora em diante teria que lidar com diversas mudanças, não tão simples. Mas de certa forma poder ficar em um ambiente que lhe provia segurança e boas lembranças tornava tudo menos difícil. Tudo agora mudaria por completo, principalmente sua rotina. Porém ao menos, ainda teria os amigos por perto.

No primeiro dia de aula Lexa acordou cedo, arrumando-se com calma. Como sempre era pontal. Clarke por sua vez, mantinha o habito de acordar tarde e ainda se arrastar no banho. Gustus vendo Lexa pronta perguntou por Clarke. A menina deu de ombros. Tentando evitar que algo rude deixasse sua boca. Fazia meia hora que esperava pela loira. Paciência não era seu forte.

Quando Gustus decidiu ir ao seu encontro para apressar a garota. Clarke desceu as escadas apressada.

- Que demora! Já tínhamos que ter saído. – reclamou Lexa.

- Eu pedi para vc esperar? – perguntou Clarke. Deixando a outra vermelha de raiva.

Antes que Lexa respondesse, Abby repreendeu Clarke e Gustus mandou elas adiantarem para que não se atrasarem mais.

Um desconfortável silencio acompanhou as meninasaté seu destino. O caminho que embora fosse curto, nunca pareceu tãoinsuportavelmente longo para Clarke. Que se incomodava com a proximidade daoutra.  


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