Capítulo 3

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Assim que checou a hora, Lexa percebeu o quão rápido aquela manhã havia passado. De fato, seu primeiro dia havia superado suas expectativas. A menina estava tão empolgada com os novos colegas que ficou frustrada ao saber que teria que ir embora mais cedo junto a Clarke, pois Abby precisaria da ajuda de ambas.

- Como foi o primeiro dia Lexa? – perguntou Abby assim que ambas as garotas entraram no carro.

- Melhor do que esperava!- admitiu a garota, deixando escapar um sorriso que por um instante conquistou a admiração de Clarke.

- Tão bom que não desgrudou dos novos amiguinhos - intrometeu-se a loira, em um tom sarcástico.

- Então acho que você vai ver muito do meu rostinho lindo. – adicionou a morena em pura zombaria, tentada a irritar ainda mais a outra – não pretendo desgrudar tão cedo. – ressaltou com um sorriso cinico.

Só de imaginar em ter que passar cada vez mais tempo ao lado daquele projeto barato de "irmã" que era Lexa, fez Clarke quase ter um ataque. Mas antes que pudesse formular uma resposta, qualquer coisa que garantisse a morena que de forma nenhuma aquilo iria acontecer, foi interrompida pela voz da sua mãe.

- Que maravilha!- resaltou Abby animada, sem perceber a tensão entre as duas garotas. - Fico feliz com vocês passando mais tempo juntas.

Antes que uma delas pudesse rebater, Abby começou a falar sobre o que precisariam fazer e como elas a iriam ajudar. Ambas tentaram ouvir atentamente, porém a atenção de cada uma se encontrava na outra.


Algumas horas depois, na saída da escola, houve um pequeno grupo gritando no estacionamento. Assim que Octavia se deparou com uma provável briga, decidiu assistir junto ao circulo que havia se formado ao redor.

- Vai, arrebenta com ele! – gritou um dos garotos.

- Se levante moleque! – ordenou Finn - Eu ainda não acabei com você.

- Por favor- exigiu o menino deserperado- Eu já pedi desculpas. Eu não quero nada disso. – disse quase em lagrimas enquanto sangue escorria por um canto da boca.

- Mas eu quero! – gritou Finn, antes de chutar o menino no rosto.

Mais pessoas haviam se aproximado. Agora cercados por uma multidão que gritava em uníssono, Finn e os amigos pareciam se empolgar ainda mais com a demonstração de violência gratuita.

Octavia não sabia como reagir. Não esperava ver uma demonstração de covardia, ainda mais vinda de um dos seus. Ela nunca realmente fora amiga do garoto, mas o considerava em respeito a amiga.

- Como isso começou? – Perguntou para um estranho que assistia a briga animado, enquanto filmava toda a cena.

- O novato esbarrou no moleque ali – respondeu o garoto apontando em direção a Finn- A mochila dele caiu e ai o cara enlouqueceu – comentou ansioso – O menino tentou pedir desculpas, mas ele não aceitou. Tentou explicar que foi sem querer, mas nem teve muito tempo, logo levou um soco bem na fuça.

- E ninguém tentou impedir? – perguntou a menina espantada. – Olha o tamanho dele? Deve ser do fundamental. Quase uma criança. – constatou enquanto analisava o menino que ainda se encontrava no chão, sangrando mais.

- E quem iria se meter? – perguntou o garoto incrédulo – O moleque é doido. Empurrou ele quando tentou se levantar. Os amiguinhos... – disse apontando para o grupo de Finn- apoiando cada ataque. – Quem você acha que quer apanhar de graça aqui?

Octavia não teve tempo para responder. Sua atenção fora roubada assim que viu dois garotos segurando o menino mais fraco enquanto Finn o socava no estomago.

- Parem! – gritou a garota enquanto cortava caminho em meio a multidão. – Finn!- gritou tentando chamar atenção do garoto que propositalmente a ignorava. – Deixa ele!

- Ei gatinha? – chamou um dos meninos a puxando rudemente pelo braço. – Não se envolva! – ordenou em um tom ameaçador.

- Vá se fuder! – gritou a garota tentando se livrar da mão que a prendia, apertando-a cada vez mais.

- A gatinha é braba! – disse o rapaz- Que tal eu lhe fuder gostoso em vez disso? – perguntou se aproximando mais.

A resposta veio na forma de um chute na virilha. O garoto foi ao chão sem tempo de reagir.

- Que tal você se fuder mesmo? – gritou a garota possessa. – Seu babaca.

A menina então correu em direção ao colega, ficando entre ele, o rapaz e os amigos que ainda o seguravam.

- Você enlouqueceu? - perguntou em um tom que mais parecia afirmação. – Olha o estado dele! – gritou apontando para o menino quase desacordado.

- Cai fora daqui Octavia - gritou Finn.

- Não! – respondeu

Finn decidiu não discutir, agarrou a menina pelo pulso com força. E quase cuspindo em sua cara gritou.

- Não foi um pedido! – esclareceu jogando-a contra o chão.

Octavia caiu de mal jeito. No impacto acabou machucando um pouco o joelho. Com dificuldade pra se levantar, ficou surpresa ao sentir alguém lhe dando suporte.

- Deixa que eu te ajude – disse o garoto com quem conversara instantes atrás- Aliais, meu nome é Jasper.

- Octavia! – respondeu – Obrigada.

- Relaxa! – disse o menino a levando para longe do local.

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Octavia estava decidida. Tinha que avisar para Clarke o que Finn havia feito. Que tipo de canalha ele poderia ser. Após pegar o vídeo com Jasper, seguiu para a casa da amiga.

- Olá Octavia! – Falou Abby ao atender a menina.

- Senhora Griffin, pode dizer a Clarke que estou aqui, por favor? Eu tentei ligar, mas ela não atende.

- Desculpe Octavia. Mas ela não está. – informou com um tom de preocupação tomando conta de si- Aconteceu algo?

- Não, nada. – tentou desmentir a menina – Sabe aonde ela poderia estar?

- Se não me engano ela disse que iria para casa do Finn.

- Finn? – gritou a menina.

- Sim! Octavia tem certeza que não a nada que eu precise saber?

- Eu prometo! – mentiu – Mas... a senhora poderia ligar para ela? – perguntoucom receio – Eu preciso falar com ela, e talvez com a senhora ligando elaatenda. – explicou tentando disfarçar o desespero. Agora que havia visto do queFinn era capaz, tinha medo de que Clarke fosse fazer algo do qual pudesse searrepender.

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