2. A LITTLE HELP

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Clara Capaldi

- Eu preciso da sua ajuda, Einstein. - disse quando desfizemos o abraço.

- Certo. Eu te devo isso, também, né?

- Pois é. Que fofinho, você sabe que me deve.

Ele se gabou com uma expressão orgulhosa.

- Então. Eu preciso achar minhas amigas, mas a prioridade vai para uma delas. A Sophie tem coulrofobia, medo de palhaços. E eu sei que o que mais têm aqui são palhaços; não quero que ela esteja dentre essas pessoas passando mal.

- Que fofinha, você se importa com suas amigas.

Imitei sua expressão anterior e continuei:

- Essa é a Soph. - mostrei uma foto de uns 20 minutos antes, quando chegamos ao parque.

- Certo.

- Mas se acharmos qualquer uma das meninas tá ótimo.

- Você tem sorte, Beyoncé. Tanta gente pra jogar cerveja em você, e logo eu, que trabalho aqui.

- Então quer dizer que você jogou a cerveja, Einstein? - o encarei debochada.

- Quem sabe... - sorriu com malícia - Não, foi sem querer mesmo. - riu.

- Vamos logo. - ri enquanto saia do banheiro, acompanhada por ele.

Estava um caos. Um completo caos. E eu adorava aquilo. Sorri vendo tudo aquilo e ele me encarou rindo:

- Você é dessas, não é? Dessas que quer sentir a adrenalina. - apenas sorri para ele - Vamos, a gente tem que sair daqui primeiro e procurá-la na ala literária. Ela provavelmente se perdeu por lá.

- Por que acha isso?

- Porque eu sabia onde vocês estavam. Então, pois é, a ala literária é a mais próxima.

- Então por que eu vim parar aqui?

- Porque você... - ele ficou pensando em uma resposta plausível e eu já estava preparando minha frase vitoriosa - porque você é especial.

O encarei com o sorriso mais debochado possível e as sobrancelhas arqueadas.

- Cala a boca! - ele ficou sem graça quando percebeu o que disse. - Vamos logo. - pegou a minha mão e foi me arrastando para o meio da mata que havia no parque. Acho que ele iria pegar um atalho entre as alas.

- Se queria pegar minha mão, era só pedir, Einstein. Não precisava dizer que eu sou especial. Prefiro pular essa parte.

- Por que você não pode ser igual às garotas normais que se derretem quando um cara diz que elas são especiais? Mas nããããããão, tem mais é que fazer piadinha mesmo. Parece até que eu sou a mulher da relação. - eu queria muito rir dele.

- Então quer dizer que nós temos uma relação e eu nem sabia? - provoquei.

- Viu só!? Seja normal, Beyoncé. A propósito, qual é o seu nome?

- Prefiro manter em segredo. Vai que você é um daqueles psicopatas que matam as garotas e tatuam os nomes delas. - parei um momento para refletir o que havia acabado de dizer - Ah não, esse é aquele criminoso dos quadrinhos.

- E ele não tatua o nome de garotas. Ele tatua o nome de suas vítimas em geral. E o nome dele é Pistoleiro.

Rolei os olhos.

- Você sempre foi assim? Nerd? Desses que sabe tudo sobre tudo?

Parou de andar para me encarar e dizer:

- Eu achei que você fosse a Beyoncé.

Eu ri de sua expressão e esperei que ele continuasse.

- E, não, eu nem sempre fui assim. Quer dizer, eu sei um pouco de tudo. Não tudo sobre tudo. Mas eu definitivamente - enfatizou - não sei nada sobre celebridades.

Eu iria fazer alguma piada idiota, mas ele tapou minha boca e apontou para frente da árvore onde estávamos agora escondidos.

Havia um monstro ali. Um específico monstro. Era o Drácula! Olhando ao redor, além das pessoas correndo, pude ver vários outros monstros. Medusa, A Coisa, Shoggoth, Kraken. E via também o monstro que mais me arrepiava na infância. O Jaguadarte.

É, aquela deveria ser a ala literária.


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⏰ Última atualização: Jan 28, 2016 ⏰

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