Rapunzel

Capítulo sem título 4

                -Ell... Querida sou eu. Você pode me ouvir? Ell...

                  Rapunzel se mexeu devagar . Percebeu que estava deitada em uma cama. Tentou abrir seus olhos, mas a luz atrapalhou, então foi abrindo aos poucos até que se acostumasse.

- Onde eu estou? – perguntou com a voz fraca.

- Você está em casa querida, está em casa. –Falou alguém baixo mas com a voz bem próxima de seu ouvido esquerdo.

-Flinn, Onde está Flinn? –Foi a primeira coisa que conseguiu lembrar depois de ter descoberto que estava em casa.

-Ele está bem Ell, ele salvou você, filha.

             Rapunzel levantou da cama subitamente e todas as suas lembranças vieram à tona. Lembrou-se da conversa que tivera com Flinn e que não acreditara no que ele dizia. Ele não poderia ter salvado ela.

             Logo em seguida, encostada na cabeceira da cama com todos os seus pensamentos claros, tomou um grande susto. Ela não sentiu o peso de seus cabelos em sua cabeça. Passou a mão tremula procurando por eles, mas não estavam mais lá. Os cabelos agora terminavam na altura dos ombros. Sentiu as lágrimas encherem seus olhos e seu corpo tremeu. Levantou-se com cuidado e foi até a frente do espelho e então viu.

            Seus cabelos não batiam mais nos calcanhares de seus pés, o brilho do loiro que antes tinha, parecia ter simplesmente apagado, não vira mais uma Rapunzel no espelho e sim apenas uma garota qualquer com cabelos normais. O desespero veio tão rápido quanto um soco na cara e a derrubou no chão em prantos seguidos por uma dor de perda.

-Nãããããoooo – Gritou o mais alto que pode, para que todos pudessem escutar. Seu pai se aproximou para abraça-la mas ela o impediu. Queria sofrer sozinha.

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                  As coisas tinham voltado ao normal, mas não para Rapunzel. Descobrira que Flinn , ao ver o estado de choque dela diante do que ele estava fazendo, ligou para Albert dizendo onde ele a encontraria e simplesmente fugiu, e para trás, deixara um bilhete escrito à mão para ela:

                    Nesta vida de gananciosos as pessoas fazem tudo pra terem o que querem, elas matam, sequestram, roubam... Lutam de todas as formas que conseguem para realizar a vontade que a vaidade os traz.

                   Meu pai foi um desses que fez tudo para ter o que queria mais uma vez, forçando-me a fazer algo contra a minha vontade. Ele ameaçara te machucar se eu não o obedecesse , então para evitar isso fiz o que ele mandou.

                  Eu confesso para você que fui um covarde. Não lutei por você quando ele havia nos separado. Eu não fui um desses que fazem tudo para conseguirem o que querem. Acho que falta ganancia dentro de mim para conseguir fazer esses tipos de coisas, Mas dessa vez, eu passei dos limites. Eu sabia que você estava presa em condições ruins, mas não fiz nada porque estava esperando um momento que achasse melhor para agir, então você desmaiou e vi que era a oportunidade.

                   Entreguei você a seu pai e disse a ele que a encontrei numa fabrica presa e machucada. Menti. Não achei outra forma de sair dessa a não ser mentindo.

                   Na mesma hora, decidi que fugiria para um lugar onde será impossível meu pai ou seu pai me encontrarem para se vigar de mim. Sei que você a esta altura, deve ter contado a verdade sobre mim para seu pai, então não poderia viver ai perto de você, que é o que eu quero, sabendo que duas pessoas querem me matar por motivos diferentes.

                       E agora , a verdade que me dói em te contar, sabendo de todos os seus segredos e medos que você os confiou a mim um dia quando ainda estávamos juntos. Espero que um dia você possa me perdoar, mas se nunca houver esse dia, eu entenderei. Eu tinha consciência do erro que estava fazendo no momento. Ell eu cortei o seu cabelo para ter algo que me lembrasse você para sempre .

                      Flinn.