POV.Hermione
Olho para a maçaneta da porta que mexe sem parar como se a pessoa do outro lado estivesse tendo dificuldades em abrir penso em levantar para abrir a porta eu mesma mas assim que coloco o pé no chão uma Clary com o rosto extremamente vermelho entra quase que correndo pela porta.
- Deixa eu adivinhar, você estava com um certo loiro que por um acaso se chama Jace e é nosso vizinho. - digo semicerrando os olhos acusadoramente.
- Como você sempre sabe ?-simplesmente dou de ombros em resposta a sua pergunta e volto a fitar a televisão.
- Quer me contar o que aconteceu ?
- Agora não, talvez mais tarde, pra onde o imprestável do Sebastian foi ?
- Foi na casa do seus pais com a desculpa de que precisava de dinheiro, mas com certeza ele foi levar roupas pra sua mãe lavar, já que ele não sabe fazer nada. -digo pausando o filme que assistia para a encarar.
- E a Tris ?
- Treinando, não está ouvindo o barulho do saco de pancadas ?
- É mesmo, bom então eu acho que vou visitar meus pais e aproveitar pra convencer minha mãe de que Sebastian é um idiota e que ela tem que mandar ele ir morar em outro lugar.
-O que o Sebastian fez pra você ? -pergunto já acostumada com essa briga deles.
-Quando eu voltar eu te conto !-ela diz pegando sua bolsa e saindo.
- Tchau pra você também. - digo sarcasticamente sem ela me ouvir e volto a assistir o meu filme, mas é claro que minha paz não dura muito.
Começo a ouvir gemidos como se alguém estivesse se machucado, a minha primeira reação foi ignorar mas quando os barulhos continuam começo a ficar preocupada, procuro pra ver se encontro o lugar de onde vem o som e para minha infelicidade vinha da casa ao lado, vou até lá mas paro quando chego na porta, decido dar meia volta e ir direto pra casa mas os barulhos aumentam, bufo sendo vencida por um espírito solidário e bato na porta, pra minha surpresa quem abre a porta é o ruivo e da pra notar só de olhar pra ele que ele estava doente.
- É...hum você está bem ? -pergunto realmente preocupada.
- Eu acho que não...-ele diz e começa a assumir uma cor esverdeada.
- Ok você está doente e não é do meu feitio deixar pessoas doentes desanparadas, então me da licença que eu vou entrar -digo decidida e ele me da passagem logo depois colocando a mão no estomago e soltando um gemido de dor.
-Onde estão os meninos ?
- Jace saiu e Tobias estava aqui agora a pouco mas saiu também.
- Então tá, onde fica seu quarto ? -pergunto olhando para o topo das escadas.
- Você vai aproveitar que eu estou doente e vai se aproveitar de mim ?-ele pergunta erguendo as sobrancelhas o que me faz corar e ficar indignada ao mesmo tempo.
- O QUÊ ?! Seu...seu idiota !! Eu estou tentando te ajudar e você fica com essas gracinhas, quer saber, eu vou embora !! -falo/grito indo em direção a porta mas antes que eu saia ele segura o meu braço.
- Desculpa desculpa por favor fica, eu preciso da sua ajuda -ele diz rapidamente e eu é claro fico, mas não me julguem, eu realmente não consigo deixar uma pessoa nesse estado sozinha.
- Ok, agora sobe pro seu quarto e fica deitado na cama, você está doente por causa daquele sanduíche, se é que se pode chamar aquilo de sanduíche, que você comeu mais cedo, onde tem um termômetro ?
- Tem uma caixinha de primeiros socorros no meu quarto. - ele diz e começa a subir as escadas lentamente, e eu não tenho outra opção senão segui-lo.
Ele abre a porta do quarto e não da nem três passos antes de se jogar na cama, ele me aponta o lugar onde está a caixa de primeiros socorros, e assim que a encontro tiro o termômetro de dentro dela, e vou medir sua temperatura, e é claro que estava alta como eu já esperava, vou até o banheiro e molho um pano na água morna do chuveiro.
- Deixa eu colocar isso aqui na sua testa pra diminuir a temperatura -digo e ele fica parado enquanto coloco o pano na sua cabeça.
-Por que está me ajudando ?
- Eu ja disse, não gosto de deixar pessoas doentes sozinhas -digo e ele me encara como se não fosse esta resposta que estava esperando, mas logo depois desvia o olhar -Vou lá em baixo fazer um chá pra você, enquanto isso toma esse remédio que eu deixei aqui do lado, ele é pra febre.
Digo tudo rapidamente e saio correndo do quarto porque simplesmente não aguentava mais aquele olhar inquisitivo. Vou até a cozinha e separo tudo que iria precisar para fazer o chá, um dos chás milagrosos que tia Natalie me ensinou, claro que ela ensinou a Tris também já que era filha dela, mas claro que Tris não tinha paciência em aprender, ja eu ao contrário sempre achei interessante aquela mistura de ervas. Começo a preparar o chá e em poucos minutos ja esta pronto, coloco em uma xícara e subo para o quarto, abro a porta devagar e sorrio ao encontra-lo dormindo, parece que o remédio fez efeito, mas apesar de tudo seu rosto ainda estava pálido e isso deixava os cabelos ruivos em maior contraste com o rosto sereno, me aproximo da cama com cautela como se a qualquer momento ele fosse levantar e dizer "Pegadinha !!!" E logo depois começar a rir. Coloco a mão em sua testa para verificar se a febre ja havia passado, a pele abaixo da minha mão ainda estava quente mas mesmo assim suave, a febre havia passado, sem perceber desliso minha mão sobre o seu rosto tirando alguns fios de cabelo que insistiam em ficar ali.
-O que você está fazendo ? -ele pergunta abrindo os olhos e me fazendo dar um pulo de susto.
- Verificando a sua temperatura -digo me virando para pegar a xícara com o chá e me demorando um pouco nisso para disfarçar a vermelhidão em meu rosto.
- O que é isso ?
-Chá, o que você está sentindo ? -pergunto só para disfarçar a vergonha de ter sido pega no flagra.
- Não estou mais sentindo dor de cabeça mas a dor na minha barriga está muito forte.
-Então é só tomar isso aqui que logo você estará bem -digo e lhe entrego a xícara, ele pega com cautela e toma um longo gole, coitado esqueci de avisar que o gosto não é um dos melhores.
- Que porcaria é essa ?!! -ele diz enquanto joga a xícara em cima da mesinha de cabeceira e começa a lamber o travesseiro tentando tirar o gosto ruim da boca.
- Isso é a porcaria que vai fazer você melhorar e pode tomando mais um pouco se não não vai fazer efeito.-digo firme e ele me encara fazendo birra -E se você tomar tudo no final ganhará um presente -falo lembrando do jeito que tia Natalie falava quando queria que tomássemos remédio.
- Ta bom -ele resmunga contrariado mas logo depois toma o chá em um gole só, fazendo uma careta ao final -Então qual é o meu presente ?
- Uma sopa.
- Uma sopa, sério que você me fez tomar aquele negócio horrível e vai me dar em troca uma sopa ?!
-Você queria o que ? -digo cruzando os braços e sorrindo.
O que eu não esperava era que ele iria levantar e começar a caminhar em minha direção e eu em reflexo começo a andar para longe dele, mas me assusto ao bater contra a parede e me assusto mais ainda quando ele levanta os braços me prendendo ali, involuntariamente meus olhos vão para sua boca e lembranças do dia da festa me invadem, principalmente o momento em que eu o beijei.
- Eu quero isso -ele diz e me beija, tento o empurrar e resistir aquilo mas meu corpo não obedece e contrariando todos os recados que minha mente mandava acabo aprofundando o beijo, e me surpreendo quando ele começa a desacelerar o beijo até parar para que eu pudesse respirar -E também queria te pedir desculpa por aquela aposta -ele diz sem descolar de mim.
-Tudo bem, não foi você que teve aquela idéia idiota da aposta mesmo.
-É...quanto a isso...
- O QUÊ ?! Foi você que teve aquela idéia ridícula ?! -digo e o empurro com força o fazendo cambalear e cair sentado na cama.
- E-eu não...quer dizer sim...-ele gagueja nervoso e começa a assumir uma expressão envergonhada.
- Eu não acredito que você fez isso ?! Por que ? Por que dessa idéia estúpida ?!!
- Orgulho talvez. - ele diz e da de ombros o que me deixa furiosa.
- Eu nunca imaginei que VOCÊ teria uma idéia dessa ?!!
- E eu nunca imaginei que VOCÊ fosse quebrar meu coração !!!
- Mas eu nunca fiz isso !
- Mas vai fazer daqui a pouco quando sair desse quarto !!! -ele diz e parece que meu sangue começa a ferver, como ele tem coragem de dizer isso depois de ele ter tido aquela idéia idiota.
- Quer saber E-EU TE ODEIO !!!-digo e saio do quarto correndo, mas não antes de ouvir ele murmurar um "Eu não disse". Desço as escadas quase pulando os degraus e abro a porta da casa com uma fúria enorme, mas acabo dando de cara com Tobias.
- O que aconteceu ?
- Pergunta pro seu amigo !
Entro em casa correndo e me jogo no sofá, me arrependendo de ter ido ajuda-lo, é isso que dá ser solidária.
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Entre o amor e o ódio
FanfictionTrês garotas que conquistaram o sonho de morar sozinhas e ir para a faculdade, mas o que acontece quando três adolescentes decidem morar jutas? Será que a vida delas irá mudar quando um trio de garotos novos chegar a cidade? É o que Tris, Clary e He...