O casaco

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Acordo um pouco dolorido, acho que bati alguma parte do corpo em algum lugar, olho pela janela, esta chuvendo. Droga odeio chuvas, e tenho que levar o casaco de Dylan, chuva + casaco+ Dylan = quero morrer com um frango pela garganta.
Me levanto e visto o que acho ser uma chinelo só quando desço as escadas que percebo na verdade que são dois ursinhos de pelúcia ao inves de chinelos, a casa esta quieta, até demais.

- Mãe? Lea? - Grito do alto da escada. Desço a escada e não à ninguem, vou até a cozinha e encontro um papel emcima da mesa junto a um prato de torradas: EU E MAMAEM FOMOS AO MEDICO, DEIXAMOS UMAS TORRADAS PARA VOCÊ. PS: LEVE O CASACO DE DYLAN. BEIJOS AMAMOS VOCÊ MANÉ.

Ela percebeu que estava com o casaco. Devoro as torradas, estava com fome? É estava. Subo as escadas correndo e entro no quarto, Jesus, meu quarto parece ter sido invadido por ET's carecas de bundas roxas, há CD's para o chão, cobertas jogadas emcimada da cômoda, o unico lugar intacto é minha prateleira de livros, tenho quer arrumar esse quarto! Mais não agora, pego um casaco e o de Dylan, desço novamente as escadas, retiro o guardas-chuvas e saiu para o céu cinzento.

Eu realmente não sei como algumas pessoas gostam tanto de céu nublado, pra mim é como se o mundo tivesse roubado o sol por um dia, e as pessoas ficam normais com isso, não consigo olhar para a imensidão cinza e ficar feliz isso só me faz lembra mais de James, ele era o unico que conseguia me fazer sorrir num dias desses, depois que ele se fora era como se algumas pessoas enxergassem o mundo por atraves de lentes cinzas, não importanto se o mundo fosse mais colorido e nem mesmo se fosse posto em sua frente uma imensidão de cores, você ainda veria tudo cinza, e eu era uma dessa pessoas.

Quando avisto a casa de Dylan percebo que já parou de chover, fecho o guardas-chuvas, e vou até a  sacada de entrada de Dylan, subo os três degraus, e bato em sua porta, ele demora um pouco a atender mais logo posso ver Dylan parado sem camisa com os cabelos bagunçados e olhos de peixe morto.

- Hãn John? - Diz ele sem entender. Eu fico parado, olhando ele por alguns segundos, Deus ele era bonito.

- Seu casaco...você esqueceu comigo... eu trouxe pra você - Digo tentando desviar o olha.

- Ah, obrigado - Dou a ele o casaco e por uns três segundos, que em minha cabeça parecem ser três séculos, ficamos em silencio olhando um para o outro.

- Quer entrar? - Diz ele de repente.

- Ah não, não quero emcomodar - Digo virando a cabeça. Mesmo Dylan sendo meu amigo eu ainda não conseguia agir de forma natural com ele, nunca havia indo em sua casa, só sabia aonde ficara porque Violet tinha me falado, nunca tinha ficado sozinho com Dylan, para onde nois iamos Violet sempre estava junto.

- Não vai, e se eu fosse você entrava, vai cair uma tempestade. - Diz ele abrindo a porta ainda mais.

- Não creio que vá chu... - Ouço um trovão tão forte que quase pulo de susto. - O.K, eu entro. Digo agora adentrando o casa de Dylan.

Droga,droga!! Estou sentando no sofa de Dylan, é tão macio que se não fosse pelo meu nervosismo eu cairia num sono delicioso. Dylan foi para quarto por uma camisa- pelos menos eu acho- fico sentando ali, observo a casa de Dylan, e vejo que ela é simples mas bonita, com um ar de biscotos e leite quente, devia ser de seus avós.

- Quer beber alguma coisa? - Diz Dylan entrando na sala.

- Água porfavor - Digo. Dylan desaparece pela porta da cozinha e em segundos volta com um copo d'água e me entrega, bebo a água devagar, se eu tiver com a boca ocupada não tenho que falar com ele.

- Esse tempo é maluco né? Ondem estava um sol dos infernos e veja hoje. - Diz Dylan se sentando ao meu lado. Não consigo dizer nada por um tempo até que tomo coragem e digo:

- Sim - Digo o maximo que consigo, não era para eu fica assim, Dylan é meu amigo não tem porque ter vergonha dele. - E isso é um saco - Termino dizendo- YES- .

- Porque é um saco? - Pergunta ele.

- Não gosto de tempos assim! Eles me deixam pra baixo deste sempre - Digo, agora me permitindo rir um pouco, ele tambem ri.

- Eu entendo, um céu cinza e como se olhássemos através de lentes cinzas.. Entende? - Diz ele rindo. Ele pensa da mesma forma que eu, isso é assustador.

- Entendo perfeitamente, James me alegrava em dias assim, ele sempre me fazia sorrir. - Digo agora olhando em seus olhos pela primeira vez por mais de cinco segundos.

- Você ainda sente muita falta dele não é mesmo? - Diz ele.

- Sim.. - Viro a cara para a janela aonde agora vejo a chuva caindo violentamente no asfalto. - ... ele era tudo pra mim, sempre ajudou! Me acolheu quando minha mãe me despresou, me tava amor e sempre estava comigo, eu sinto sim muita falta dele. - Digo e meus olhos se enchem de lagrimas.

- Ei... Não chore, você vai encontrar um pingo de cor nesse seu olhar cinza, você não pode se enconder de todos e tudo. - Diz Dylan me virando e olhando em meus olhos.

- Eu não escolho me esconder, só escolho não me ferir, e não ferir as pessoas. - Digo e agora sinto o gosto da lagrimas em meus labios.

- Você não fere ninguem, nem sua irmã, sua mãe, Violet e principalmente eu. - Diz ele se aproximando junto à mim, ele é bonito, só agora de perto percebo o quanto, seus olhos penetrantes e seus labios rosados e finos. Não posso fazer isso! Não quero fazer, e James? O que ele iria pensa, tento me desviar mais quando percebo... falhei, posso sentir sua boca juntos minha e o doce toque de sua lingua.

- Não! - Grito me jogando longe dele e de sua boca. - Não posso fazer isso! Eu tenho que ir. - Me levanto e corro até a porta da frente.

- John! Espera! Calma! - Ouço a voz de Dylan vindo em minha direcão. Chego à porta e viro a maçaneta, quando estou prestes a abrir a porta para o mundo chuvoso a fora, Dylan chega e com seu corpo fecha a porta novamente.

- Não vá, porfavor vamos conversa! - Diz Dylan.

- Eu quero ir embora Dylan, isso não podia ter acontecido! Entendeu! - Digo agora com raiva nos olhos.

- Não podia, mais aconteceu! Não podemos fingir que não aconteceu John..- Diz Dylan com cara de choro. Eu podia muito bem pedir para que ele me deixase sair, Dylan era bom e veria que precisava ir embora, mais algo em mim não pediu, eu fiquei ali em pé junto a porta e junto a Dylan.

- Dylan... Eu... só quero ir. - Digo agora já sem vontade de gritar.

- O.K, se você quer. - Diz Dylan abrindo porta. Saiu para a sacada e antes de descer as escadas, olho pra trâs e vejo Dylan junto a porta com os braço cruzados e com a cara mais arrasada que já vi nele.

- Desculpa - Digo e me viro em direcão a rua.

- Espere... - Ouço Dylan atrâs de mim. Quando me viro ele esta voltando com algo nas mãos. - ...O guardas-chuvas. Diz ele agora entregando ó a mim. - Obrigado - Digo novamente e me viro agora para deixa toda essa historia de lado! Sinto o toque de suas mãos em meu braço, e com um forte puxão Dylan me vira e me beija.

- Descupe. - Diz ele ainda com a mesma cara. Olho em seus olhos procurando alguma resposta que possa dar a ele, mais não digo nada, apenas me viro, abro o guardas-chuvas e sigo caminho a rua. Quando estou caminhando em direcão a minha casa olho rapidamente para hulmilde casa de Dylan e posso ve-lo sentando na sacada junto a parede, só que chorando.

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