Backpack Life

Vácuo Infinito.

- Hey, disseram que eu podia entra - Disse Dylan entrando no quarto.

- Tudo bem.. - Digo.

Ele estava lindo, seus cabelos castanhos bagunçados com um casaco, mais não qualquer casaco, aquele era do Dylan e eu sabia que de alguma forma, era diferente.

- Você melhorou? Deu um susto em tanto em nós - Disse Dylan. Ele estava desconfortável.

- Melhor? Talvez, nem eu mesmo sabia dizer.

- Afinal, me desculpe, foi tudo culpa minha, eu pressionei  você.. - Diz Dylan abaixando a cabeça.

- Hey, não foi culpa de ninguém, a culpa não é nossa se meu corpo é fraco. - Digo rindo, sinto um pouco de dor no peito. Dylan também ri.

Sabe quando você se sente sozinho, começa a pensar na vida em como você chegou até aonde esta, e pior, como vai ser  no próximo segundo, então nesse exato momento eu não sentia isto.

Segunda, 15:47.

Me arrumo entre os lençóis da cama, abro meus olhos e vejo através da janela, o tempo está cinza, literalmente cinza, ao fundo junto ao horizonte consigo ver uma nuvem negra e que provavelmente está carregada de chuva. Já faz duas semanas desde que saí do hospital, duas semanas tomando remédios e vitaminas, duas semanas ouvindo minha mãe se preocupar comigo e também duas semanas que Dylan não me visita. Não me surpreende, tento imaginar que ele está com medo de incomodar ou algo do gênero, porém a sensação que estou me iludindo não sai da minha mente. Me levanto e vou até o banheiro escovar os dentes, tomo banho e desço para tomar café, essa é o primeiro dia que não tomo meu café na cama.

- Dylan querido, cuidado, aonde pensa que vai? - Grita minha mãe do final do corredor.

- Tomar café mãe! Não posso? - Grito em resposta.

- Eu levo pra você, não precisa descer - Responde

- Não mãe, eu posso ir até NOSSA cozinha sem perde um rim ou desmaiar - Digo e desço a escada. Quando chego no final da escada minha mãe grita.

- Dylan ligou exatamente 22 vezes para perguntar de você, disse que vem aí hoje!

A torrada ficou tempo demais na torradeira e agora está queimada e amarga, mais mesmo assim como, por simples preguiça de preparar outra. Dylan havia ligado exatamente 22 vezes, porquê não veio até aqui? Pra que ligar 22 duas vezes? Será que não queria me ver? Porque minha mãe não me disse antes? Apesar de todas essa inúmeras perguntas em minha cabeça ele viria até aqui hoje, e só assim minhas perguntas teriam respostas.

O sofá está desconfortável já não consigo achar uma posição agradável, os programas na TV estão um saco, nada além de realy shows baratos e desenho animados idiotas, já são 18:00hrs e Dylan ainda não apareceu, entre as 15:47 as 18:00hrs eu comi dois lanches naturais, dois bombons roubados da minha irmã, discuti com minha mãe pelos menos motivos de quando acordei, e assisti três episódios de Teen Wolf, porém em nenhuma dessa atividades minha atenção foi realmente dada 100%. A campainha tocá, me levanto num pulo e corro pra porta quando abro vejo Dylan parado, ele está com uma blusa social branca e calças jeans pretas e o cabelo bagunçado como sempre.

- Oi.. - Ele diz.

- Oi, entra antes que fique resfriado.

Vou até a cozinha e Dylan me segue, sentamos juntos ao balção principal, e se faz silencio, consigo ouvir a torneira pingando, vou até lá e a fecho direito e nada de vozes. Serio que ele veio aqui pra ficar nesse silencio? Por favor né, não!

- John.... Eu queria te dizer um coisa, mas não sei como começar. - Fala Dylan com a cabeça baixa.

- Que tal começar pelo começo, geralmente funciona pra todos. - Digo um ar de brincadeira, não parece funcionar.

Vejo seu rosto corar, e de relance um sorriso torto, riu um pouco também.

- É.... sabe quando você sente uma coisa lá no fundo, você tem vontade de ter aquilo pra ti, você começa a ter desejo de estar perto de tudo aquilo, sentir uma sensação forte no peito e não saber descrever, apenas sentir, como se você estive no espaço e querese gritar, mas não ouvir nada naquele vácuo infinito, então é assim que eu sinto por você, e eu realmente não sei o que é isso. - Dylan termina de falar e me olha nos olhos. - Acho que estou apaixonado por você!

Sinto como se uma rajada de vento me desce um tapa na cara, sorriu e vejo Dylan me dar o sorriso mais lindo e sinceiro.