AnnaLua ❀ Z.Malik

0.3

  Grandes garotas não choram - Zayn ( Big girls don't cry - music) 

Entro em casa e vou direto para o quarto, mesmo que eu precise comer algo. Deixo minhas coisas num canto e deito, por que as coisas tem que ser assim? Maravilhosa forma de terminar o dia, para quem queria estar perto dele algum dia eu estou bem insatisfeita. Raiva, eu estou com raiva. 

Pego uma roupa confortável no armário, tiro meus sapatos e vou para o banheiro, a melhor forma de fazer isso tudo sair da minha cabeça talvez seja com um banho. Ligo o chuveiro e depois de tirar a roupa entro debaixo da água. Se hoje meu pai resolver aparecer não vai ser o jantar mais agradável, não cozinho a dois meses, é o tempo que ele não vem para jantar. Se ele ao menos avisasse não iria acorrer desencontro, pelo menos é o que eu acho. Para quem é desocupada que nem eu não há porque não estar disponível.

Tento de todas as formas não pensar no que eu poderia ter feito de diferente neste dia para que nada disso tivesse acontecido, pensar nisso só vai fazer com que eu me sinta mais burra do que eu já me sinto agora. Se eu não tivesse perguntado que estava acontecendo a conversa poderia seguir para outro rumo, melhor, bem melhor, mas não fiz isso, eu poderia perguntar porque ele tem tatuagens, qual seu nome completo, de onde ele é, ou o que ele acha da aula de álgebra, qualquer coisa. 

Droga, não eram esses pensamentos que você estava evitando ter?

Passo a mão no meu cabelo enquanto a água cai, em seguida desligo o chuveiro,  me  enrolo na toalha, coloco uma no meu cabelo também e vou para o quarto, fecho a janela antes de me trocar e vou para sala. 

-Não tinha hora melhor para chegar não é?- Digo ainda no meio da escada quando vejo meu pai no sofá, quanto mais eu penso nas coisas mais elas acontecem, tem duas marmitas na mesa de centro, espero ver comida boa lá, estou morta de fome. -Por que diz isso?- Ignoro sua pergunta já que não vou explicar o porre que foi meu dia, desço ate o fim da escada e paro de braços cruzados. Eu devo estar sendo mais chata que todas as vezes que o vi.-Uma boa noite para ti também!- Ele tira os olhos do celular e diz com sua ironia habitual, talvez eu tenha puxado isso dele. -Boa noite.- Respondo, pode ser que eu tenha sido um pouco seca, mas eu não tenho que ser doce com ele. -Trouxe comida Alemã para você, você ainda gosta?- Ele pergunta e eu dou risada me sentando no sofá a sua frente. -Enjoei aos 12 anos.- Ele apenas faz uma cara de decepção, que só pode ser consigo mesmo. -Pode ficar com a minha, é holandesa.- Concordo balançando a cabeça e pego o pequeno pacote. Levanto do sofá para pegar os talheres na cozinha, volto a sala e como em silêncio.

Eu já estou na metade da minha comida e ada mais foi dito na sala, só se ouve o barulho do teclado do celular do meu pai, mas nenhuma voz. Como sempre. 

-Notícias da minha mãe?-Pergunto quebrando o silêncio do ambiente, mas dessa vez ele não responde, só me olha por cima dos óculos. -Por que você nunca fala dela?- Aumento meu tom de voz. -Annalua eu não quero falar sobre isso.- Ele tenta encerrar o assunto mas estou tão estressada com tudo que preciso apenas de uma resposta hoje. -É, você nunca quer, mas eu quero, tem como entender isso?- Falo com o tom de indignação nítido na minha voz. -Não tive notícias dela- Ele simplesmente fala como se fosse verdade. Será que tem como piorar mais um pouco?

-Isso não é verdade, se fosse você teria dito desde o começo! Para de mentir para mim, você acha que as coisas iriam piorar se eu soubesse que ela se mudou, sei lá, para Austrália?! Tudo continuaria do mesmo jeito, eu só quero saber a verdade! Tem como?- Abaixo o tom de voz nas duas últimas frases. -Eu já disse que não sei de nada, para de gritar como uma menina mimada, se ela quisesse que você soubesse de algo ela estava aqui!- Dessa vez é ele quem grita. Levanto do sofá deixando a marmita na mesa de centro e digo :- Mimada por quem? Por uma mãe que me abandonou ou por um pai que nunca esteve presente? - Coloco a pergunta no ar e caminho rápido, acho que poderia sair faísca dos meus pés pela velocidade, abro a porta e bato atrás de mim já do lado de fora, mas me choco com o corpo de alguém que provavelmente iria tocar a campainha. 

Zayn.

Mas que diabos ele estava fazendo aqui?  

-O que está fazendo aqui?- Minha voz mostra a irritação como se eu ainda estivesse discutindo com meu pai. -Deixou seu celular cair no carro.- Oh, parece que quanto mais eu penso nas pessoas mais elas aparecem para mim, eu deveria parar de pensar em gente que eu quero distância. -Obrigada.- Pego o celular da mão dele e passo por ele seguindo para algum lugar que só Deus sabe. -Cuidado, vai chover.- Ele avisa, posso até sentir a garoa mas eu não ligo, não quero ficar em casa, não agora. -Melhor ficar na chuva do que aqui.-Digo, agora a chuva começa a engrossar e eu me arrependo. Corro pelo gramado do meu quintal e encosto na parede para ficar debaixo do telhado. Ele ainda estava lá, parado, parece não se importar com a chuva. 

Você pode melhorar as coisas, nem que seja um pouco.

Respirei fundo, novamente meu coração esta batendo forte. Com tudo em mim dizendo não, eu fiz, balancei a cabeça num gesto para que ele ficasse no meu lado, e ele o fez. E ficamos em silêncio. Não era uma boa hora para o meu pai aparecer, não era! Tudo fica incompleto para mim, ele nunca termina, nunca fala, e eu fico em um e vitimismo sem poder sair para liberdade e verdade, mas até quando? O que está errado da minha parte? As lágrimas dos meus olhos começam a escorrer e sinto que talvez eu devesse de fato melhorar alguma coisa, dias ruins deixam meu peito pesado. 

-Olha, Zayn, perdão por hoje mais cedo, por ter perguntado sobre você e a ...-Ele se vira para mim e me interrompe. -Não tem problema.-Imaginava que talvez ele também pediria desculpa pela grosseria, mas não fez. -Ok...-suspiro e limpo meu nariz. Eu não deveria estar chorando, ainda mais na frente dele, que tipo de garota eu sou? Olho para chuva e  encosto a cabeça na parede sem conter as lágrimas. Acho que ele não sabe o que dizer e eu não vou tentar criar assunto agora. 

-Estava brigando?- Ele pergunta, dessa vez não havia grosseria. -É, talvez.- Digo e prendo o lábio entre os dentes, ele apenas balança a cabeça sem motivo, vira para mim novamente e eu para ele. -Grandes garotas não choram, você não deveria chorar.- Dou uma risada um pouco irônica e digo ainda entre lágrimas:

- Eu não são uma grande garota.

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fim de capítulos é sempre assim kkk

Eai estão gostando? Acho que essa versão esta muito melhor que a outro. de 38 capítulos eu só gostei de uma parte do vinte!kkkk 

Vou tentar atualizar todos os dias durante a semana, e sábado, mas domingo eu não vou postar nenhum pq pra mim é muito corrido!

Votem e comentem o que estão achando da história! 

Bjs!!