Entre [01/16]

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AVISO A TODOS OS PASSAGEIROS (OU SEJA, A MEIA DÚZIA DE GATOS PINGADOS QUE LEEM ESSA FABULOSA OBRA): A SEGUIR, TEMOS CENAS DE SAPECA IAIÁ. TCHACA TCHACA NA BUTCHACA. FORNICAÇÃO. ENFIM, ESPERO QUE AS SENHORAS E OS SENHORES TENHAM ENTENDIDO. 

DEPOIS NÃO DIGAM QUE EU NÃO AVISEI, POR FAVOR. GRACIAS.

Confesso que até eu fiquei um pouco, hm, encabulada escrevendo a parte final desse texto. Mas, ao mesmo tempo, ele precisava ter esse final. Não terminar do jeito que ele terminou seria, no mínimo, covardia.

Esse texto me deixou um pouco encabulada não tanto pelas cenas descritas (já li coisa mais pesada, né?), mas por eu ter tido a brilhante ideia de fazê-lo em primeira pessoa. Ler alguém fazendo isso é uma coisa, escrever e imaginar você mesma fazendo isso é outra BEM DIFERENTE. Porém, apesar de tudo, eu acho que ele perderia uns 80% da graça se fosse em terceira pessoa.

Agora deixa eu parar de enrolar aqui porque a história já é grandinha (é o único texto dos que eu tenho no computador que passou de uma lauda no Word!!!!). Quem estiver lendo, por favor, deixe estrelinhas para fins estatísticos. Obrigada, de nada. 

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Você senta na beirada da cama e eu pergunto, em um sussurro: "posso?"

Você nunca me respondeu que não, que eu não podia, mas eu sempre pergunto, antes de cada um dos meus atos.

É a primeira vez que temos um limite bem claro a ultrapassar.

Eu sento no seu colo, de frente pra você, meus joelhos colados na parte de fora das suas coxas. Nossos quadris se tocam e sinto alguma coisa dentro de mim piscar. Você remexe um pouco; deve ter sentido também. Nossos olhos se encontram cúmplices. Estamos cientes do que pode acontecer a partir de agora.

Você me beija (ou fui eu quem te beijei? Não sei mais), sem pedir permissão, porque sabe que pode me beijar a hora que quiser. Sinto suas mãos me puxando para ainda mais perto, pela cintura; por um momento, eu acredito que posso explodir e virar pó em suas mãos.

Eu separo nossos lábios, tentando pensar nos próximos passos que gostaria de tomar, mas é difícil pensar quando você rebola (ou tenta rebolar) devagar embaixo de mim.

Bom, acho que isso é um sinal para continuar, não?

Minha boca desce pela tua nuca e eu deixo em você uma pequena trilha de beijos vermelhos. A partir de agora, já não penso mais em pedir permissão para fazer qualquer coisa. Você também parece mexido, derretido, entregue.

Suas mãos descem até pegar na parte de baixo da minha blusa e começar a puxá-la para cima, devagar. Você para, olha para mim por dois segundos e eu balanço a cabeça.

Tira logo essa roupa.

Vejo sua expressão assustada ao me ver sem a camiseta. Acho graça, pra falar a verdade, mas talvez você realmente não tenha visto nada parecido antes. Eu pergunto se posso tirar a sua camiseta e retribuir o favor.

Seu olhar ainda estava um pouco assustado, talvez pensando na dimensão que tudo isso poderia ter, mas você deixou.

- Relaxe, amor... – Eu te digo, bem baixinho - Quando você quiser eu paro.

Você deixa as mãos sobre a minha cintura e me olha, mais fixo do que nunca:

- Eu não quero parar.

***

Nunca vou saber muito bem como isso aconteceu, mas de repente estamos deitados na cama, eu em cima de você, e a área dos nossos corpos que ainda está coberta por algum tipo de tecido era quase nula. Minha boca já está quase dormente de tanto te beijar, mas ainda assim eu não quero parar, nem você quer soltar meus lábios.

Já não existe mais permissão ou os toques milimetricamente planejados. Nenhum de nós consegue pensar em alguma outra coisa além do desejo que nos consome como lenha queimada e cresce como bola de neve; nossos cérebros estão definitivamente tomados pelo velho instinto animal, que nunca havia surgido antes entre nós dois. Você ainda parece um pouco tímido, talvez perdido, mas não assustado como antes; é alguém simplesmente se deixando levar pela gigantesca onda de desejo que assola essa cama – nossa cama! - no momento. Na verdade, nem eu sei muito bem o que estou fazendo; só sei que quero você desse jeito para sempre, sem essa timidez que simplesmente não me deixava chegar até você do jeito que eu queria.

Ah, esse é o jeito que eu sempre quis você. Sem censura, sem amarras, sem timidez.

Sem roupa, também, não é nada mau.

Seu corpo não é exatamente o de um deus grego, mas eu nunca gostei dos deuses gregos. Estou cada vez mais apaixonada por suas retas, que não são tantas, para fazer com que seu corpo fosse um simples polígono; nem tão poucas, o que deixaria seu corpo com formas quase femininas. Você é a minha medida certa, meu modelo perfeito em todas as suas imperfeições.

Nós trocamos de posição, sem combinar nada. Eu só sinto o peso do seu corpo em cima do meu, quase me sufocando, mas a sensação é maravilhosa. Você começa a percorrer meu corpo com as mãos, devagar; aperta a minha pele como se quisesse gravar em mim as suas digitais.

Bobinho, você não precisa disso.

Essa cena já está gravada em mim; palavra por palavra, gesto por gesto, momento por momento.

Essa noite já é uma parte de mim. Uma parte de nós.

***

Tento retribuir aos seus toques, na medida do possível, porque já não tenho a concentração necessária pra isso. A única coisa que consigo fazer é tirar, meio desajeitada, a roupa que me resta. Você me olha, um pouco assustado – pensando bem, é de se esperar. Até pouco tempo, nossos corpos descobertos eram visões completamente desconhecidas. A diferença entre nós é que, talvez, eu já soubesse um pouco mais o que poderia ver por baixo das roupas.

Mesmo assim, fico surpresa ao ver que o que você estava escondendo até agora ainda está duro feito uma pedra e apontando mais ou menos na minha direção. Como se estivesse me esperando. Como se você estivesse a ponto de explodir no meu primeiro toque.

Não foi o que aconteceu, ainda bem.

Você vira na cama e fica por baixo. Eu encosto nele primeiro com as mãos. Depois, dou um selinho bem na cabecinha cor de rosa e vou me aprofundando, como em um beijo, até estar com metade dele dentro da minha boca. Tento colocar um pouco mais fundo, mas sinto meu estômago revirar.

OK, vamos com calma.

Não demoro muito até sentir teu gosto salgado na boca. Você me olha, assustado:

- Eu não consegui... Me segurar.

Dei de ombros e tirei o que tinha na minha boca antes de responder:

- Eu, no seu lugar, também não conseguiria. – Mordi o canto do meu lábio, do jeito mais sensual que pude, antes de continuar. – Agora é sua vez.

Trocamos de posição, de novo. Você parecia perdido.

- É tipo um beijo de língua, só que aqui, ó. – Apontei o lugar exato. – Como você sabe beijar bem, acho que não teremos nenhum problema.

Você me obedeceu, hesitante, indo devagar no começo. Quando decidiu aumentar o ritmo, perdi o controle completamente. Não entendia mais nada sobre mim. Não conseguia pensar em mais nada.

Eu só queria que você entrasse em mim. E logo. Antes que eu ficasse louca.

Porém, você escolheu terminar de me enlouquecer com a língua antes de entrar. Você escolheu ouvir meus gritos antes de entrar.

Então, tudo o que senti foi um corpo jogado em cima do meu e um sussurro no meu ouvido:

- Posso entrar?

define:Where stories live. Discover now