Capitulo 5

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Parei diante da mesa do banquete e fiquei olhando para as comidas sem me decidir o que fazer. Se comia, se bebia, se vomitava... Apenas fiquei ali torcendo para que ninguém viesse falar comigo enquanto eu estava bufando de raiva. Mas infelizmente meu pedido não foi atendido.

- Aborrecida, vossa alteza? – virei-me e me deparei com Sebastian.

- Saia daqui antes que eu grite. – Murmurei. Olhei ao redor e felizmente ninguém prestava atenção em nós. – O que você quer?

- Vim ver se você estava bem.

- Mentira. Veio pra mais uma de suas gracinhas?

- Não tenho tanto bom humor assim. – Ele pegou um dos bolinhos e tirou um generoso pedaço. – Chocolate? Já provou? Está uma delícia.

- Não seja cínico. – Ele ofereceu o bolinho a mim e com um tapa afastei sua mão. Rindo, Sebastian engoliu o que restava do doce. – Por mim você pode se engasgar com ele. Eu só quero saber se você fez o que pedi.

- O quê?

- Sebastian não se faça de idiota ou vou fazer você engolir essa torta de maçã, inteira.

- Ah, você fala sobre o nosso casamento!

- Shh – olhei ao redor de novo. – Quieto. Quer que alguém descubra? O rei vai matar nós dois.

- Quer dizer você, não é? Eu ainda tenho asilo diplomático em vários países. – falou ele calmamente com a boca cheia terminando de engolir o bolinho.

- Você não está nem um pouco preocupado com isso? – era inacreditável.

- Acalme-se, princesa. Em quarenta e oito horas tudo vai estar acabado.

- Tem certeza? – Ele sorriu. – Mas somente em quarenta e oito? Não dava pra ser mais rápido?

- Desculpe, foi o mais rápido que consegui.

Respirei fundo e me virei para o jardim observando as belas flores ao longo das trilhas enfileiradas.

- Não acredito que isso está acontecendo. – Levei a mão à testa.

- Não se preocupe. – Olhei para Sebastian. – Isso vai ser nosso segredinho. Agora se me dá licença. – Sebastian era simplesmente detestável. Felizmente ele se tocou e foi embora, mas não fiquei sozinha por muito tempo. Ao me virar para as pessoas na festa, vi Alice e Krista se aproximando novamente. Alice tinha uma cara de preocupada que não a abandonava e Krista tinha a cara fechada. Ela parecia estar irritada com alguma coisa.

- O que você conversava com Sebastian? – Krista perguntou assim que parou diante de mim. Qualquer um que jurasse podia acreditar que ela era dona dele.

Meu queixo caiu. Sério que ela estava com ciúmes? De mim, com Sebastian?

Nem se ele fosse o último homem da terra. Tive vontade de dar um chega pra lá em Krista, mas percebi que não valia á pena.

- Eu... Eu o felicitava pelo compromisso com você. – Sorri.

- Sério? – A feição de Krista mudou completamente, de maníaca ciumenta para felicidade pura. – E ele, o que disse?

- Que ele mal pode esperar.

- Estou tão feliz. – Ela olhou de mim para Alice. Parecia uma daquelas mocinhas de filmes românticos que eu detestava.

- Na verdade ele falava também que não tinha conseguido conversar com você o dia todo. Pobrezinho. Está sentindo sua falta. – menti, mas era por uma boa causa. Eu precisava me livrar de Krista.

- Mesmo? – Krista faltou saltitar e dar cambalhotas. – Então é melhor eu ir conversar com ele. – Ela não precisou dizer duas vezes e já estava correndo em direção a ele deixando-me ali com Alice.

- Ela não é desse planeta. – Deixei escapar.

- O que está acontecendo? – Alice perguntou de repente. – Você pode enganar Krista, não a mim. Dava pra ver a tensão entre Sebastian e você. Na verdade você está estranha desde Las Vegas. O que está acontecendo?

- Nada. – Me fiz de desentendida e me virei para a mesa. Peguei um dos bolinhos e o enfiei inteiro na boca. – Já provou o de chocolate? – falei de boca cheia. – Está uma delícia.

- Nicol. – Alice me repreendeu.

- O quê? Não tem nada. – Engoli o bolinho.

- Ok, se você quer fazer desse jeito.

- Eu só estou cansada da viagem. De Sebastian me vigiando por todos os lugares a mando do meu pai. Disso aqui. Eu só queria ter ficado em Vegas. – Respirei fundo. Eu observava todas aquelas pessoas circulando pelo meu jardim, rindo e festejando como se o mundo fosse acabar amanhã. E estava acabando mesmo bem debaixo de seus narizes. – Quer saber. Eu vou para o meu quarto. Falo com você depois. – Dei um beijo no rosto de Alice e fui embora. Eu simplesmente não conseguia ficar ali mais nenhum segundo.

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