Capítulo 15.

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Passamos o resto do dia conversando, e assim que anoiteceu Halley foi embora.

Mais uma vez fiquei pensando na vida, mas dessa vez pensava em como odiava essa solidão. Talvez deveria chamar Hay para morar aqui, mas duvido que ela aceite, ela preza muito pela privacidade.

Senti meu estômago roncar e fui em direção a geladeira, só água. Depois de muito fuçar o armário achei um pacote de biscoito, voltei para o quarto e pensei alto:

"Preciso ir ao mercado".

O sono foi me tomando enquanto pensava, e antes que me desse conta já estava dormindo.

(...)

Senti uma luz em meu rosto, meus olhos pareciam queimar, os abri e vi que tinha esquecido um pedaço da cortina aberta.
Sentei na cama e peguei o celular, 10:46 a.m.

"Poderia ter dormido mais" - pensei

Essa era uma das coisas que me agradava em morar sozinha, não tinha ninguém para me obrigar a levar da cama. Em contrapartida, não tinha companhia, alguém para conversar, mas foi isso que escolhi para mim, reclamações não mudariam nada.

Meu celular vibra.

Pego-o, pensava se tratar de uma mensagem de Hay. Era uma mensagem, mas não dela.

Teddy:

"Tem algum compromisso para hoje?"

Pude sentir meu coração acelerar assim que li a mensagem. Não demorei muito para responder.

"Não, porque?"

Teddy:

"Tem problema se eu for aí hoje? Ainda temos muitos assuntos para colocar em dia."

Ele queria me ver...

"Problema nenhum, estou te esperando. "

Ele não respondeu.

Percebi que estava com um sorriso enorme no rosto. Olhei ao meu redor, uma bagunça completa.

"Céus, preciso arrumar isso!"- pensei alto.

Corria de um lado para outro. Tentava arrumar a cama do jeito certo, à muito tempo não fazia isso. Fui para a sala, peguei minha bolsa que estava no sofá e levei para o quarto, tirei as almofadas do chão e as coloquei no sofá. Passei o aspirador.
A casa estava arrumada, fui ao mercado e assim que cheguei fui diretamente para a cozinha, preparar algo. Felizmente não haviam louças sujas, adiantou muito meu trabalho.

Assim que acabei fui para o banho.

Saí do banheiro e me troquei, havia acabado de colocar a roupa quando ouvi a campainha.

Respirei fundo e gritei:

"Já vou!"

Corri mais uma vez em direção à porta, meu dia nem havia começado direito e eu já estava em uma maratona.

Ajeitei o cabelo, respirei fundo mais uma mais vez, sorri e abri a porta.

Ele estava lindo, como sempre. Cabelos desarrumados, jeans e camiseta.

- Olá. - Ele disse sorridente.

- Oi. - Respondi. - Entre.

- Obrigado. - falou enquanto sentava-se no sofá.

- Então...O que faz com que o mundialmente famoso Ed Sheeran venha até meu humilde lar?

- Lucy Winterfield. - sorriu.

Tenho certeza que naquele momento meu rosto estava completamente corado.

- Que bom, não se esqueceu dos velhos amigos.

- Não teria como, você é muito importante para isso.

- Digo o mesmo. Venha - me levantei.- preparei café.

- Não precisa mandar duas vezes. - levantou em um pulo.

Nos sentamos à mesa, os olhos dele brilhavam ao olhar para as coisas que eu havia feito.

- Lucy, você cozinha ainda melhor do que antes. - Disse ao morder uma panqueca.

- É, eu sei. - passei a mão pelo cabelo e comecei a gargalhar.

- Convencida! - Edward jogou em mim a calda que cobria as panquecas.

- Ai! Você é muito infantil! - Ria descontrolada.

- Eu sou mais velho!

- Isso não importa, por que estamos agindo feito duas crianças.

- Nada melhor do que isso para afastar os problemas da vida adulta. - o sorriso que antes estava em seu rosto tornou-se uma expressão séria.

- O que aconteceu?

- Nada de mais, só mais um relacionamento fracassado. - Sorriu sarcástico.

- Como assim?

- Athina e eu terminamos.

- Por que? - Eu estava triste por ele, mas não pude evitar ser egoísta e sorrir internamente.

- Sabe, quando começamos a namorar eu realmente amava ela, só que a algum tempo isso foi esfriando, e além disso, ela só andava pensando nela mesma. Você viu no dia do lançamento.

- Sim, eu vi. Sinto muito.

- Não sinta. Foi melhor assim.

Ele continuo falando algo, mas eu não conseguia prestar atenção, apenas confirmava com a cabeça. Eu só conseguia pensar em uma coisa...eles tinham terminado, e mesmo que eu soubesse que ele nunca me veria como nada além de uma boa amiga, eu sentia a esperança me invadir, e ali, naquele momento eu tive certeza que mesmo que não conseguisse nada, pelo menos eu iria tentar.







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