Chapter 4 - Rose -

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Quinta - feira, 17 de abril de 2014
Noite

- Faz hoje um mês que a Ginny faleceu numa explosão nos balneários da nossa faculdade e só agora é que me vêm fazer perguntas e pedem-me para prestar declarações? UM MÊS DEPOIS?
- Isto é uma grande investigação e estamos a interrogar todos os alunos, professores e funcionários do Campus. Só agora é que chegámos a ti, Rose. Diz-me, notaste algo de estranho ultimamente na Ginny?
- Ela achava que estava a ser seguida.
- Acha que eu sei? Nem ela sabia! Esse é o vosso trabalho: apanhar o psicopata que a matou.
- Calma Rose, não sabemos se foi um homicídio planeado para que fosse ela a vítima ou se ainda existe alguém em perigo de vida.
-E isso é motivo para não apanharem o sacana que matou a minha prima? Ela era da minha família, ela era a irmã quebeu nunca tive! Façam alguma coisa!
Saio com lágrimas nos olhos da sala de interrogatórios e ligo à minha mãe para vir ter comigo.
- Mãe?
- Sim?
- Já saí da esquadra, onde é que estás?
- Eu não sei Rose. Cuida-te, amo-te muito filha.
- Mãe? Mãe? Diz-me por favor onde é que tu estás! Mãe???

* FIM DA CHAMADA *

TRÊS MESES DEPOIS:

- Rose?
- Sim?
- Encontrámos a sua mãe, por favor diriga-se à esquadra n°1 de Los Angeles quando tiver disponibilidade.

* FIM DA CHAMADA*

Nem me deram tempo para perguntar nada, ligo outra vez para a esquadra mas não me atendem a chamada. Ligo para a minha mãe e também não atende, o seu telemóvel está desligado. Visto o casaco e saio de casa a correr. Apanho o autocarro e continuo a correr até à esquadra. Cheguei. A detetive encarregue do caso da Ginny está a vir em direção a mim.
- Rose, acompanhe-me por favor - pede-me gentilmente, apesar de continuar com aquelacara de pau, sem feição, sem sentimento.
- Detetive? - chamo por ela para quebrar o silêncio. - Como é que a minha mãe está?

Não obtenho resposta e continuamos a seguir por um coredor que parece nunca mais ter fim. Descemos alguns degraus, quatro para ser mais exata, passamos por alguns homens fardados, um senhor com uma caixa enorme que diz: Coffe Machine, your Dream Machine. Mais outro corredor... bonito, por este andar nunca mais lá chego. Mais três degraus e parece que cheguei... vejo uma mulher mulata com cabelo castanho claro com uma bata branca vestida que me diz:
- És tu a Rose Parker?
- Sim, sou.
- Eu sou a Doutora Cassandra.
- A minha mãe está doente? Ela está bem?
- Rose, a tua mãe foi encontrada numa cabana de madeira que estava "disfarçada" por dentro.
- Disfarçada?
- Era uma cabana normal, de madeira escura com muitas teias de aranha, pó e bichos da madeira, contudo, por dentro era totalmente diferente do que esperávamos...por dentro era um balneário idêntico ao da tua faculdade.
- Um balneário? - faço uma pausa - Idêntico ao da minha faculdade?
- Sim.
- E onde é que essa cabana fica?
- Bem, essa cabana já não existe.
- Ah.... desapareceu foi? - respondo com uma ar irónico porque esta história não está a fazer muito sentido na minha cabeça.
- Pode-se dizer que sim. A cabana explodiu segundos depois de conseguirmos tirar a tua mãe de lá, contudo, a tua mãe estava bastante fraca e ainda ficou com lesões após a explosão, tal como alguns dos nossos agentes. A tua mãe não conseguiu resistir aos ferimentos e infelizmente faleceu. Lamento muito.

Começo a chorar tanto mas tanto que parece que abriram duas torneiras dentro dos meus olhos. Parece que me arrancaram o coração, não consigo respirar, não consigo falar, não me estou a sentir muito bem. Sinto que vou desmaiar, mas a Dra Cassandra retoma a conversa:
- Eu sou a médica legista, e queria te dizer que a tua mãe não morreu pelos "estragos" causados pela explosão. Nem ela nem a Ginny. Elas foram envenenadas.

Limpo as lágrimas, a Detetive dá-me um copo com água e açúcar e um pacote de lenços de papel com cheirinho a flores, mais precisamente... rosas. Recomponho-me e pergunto:
- Envenenadas com o quê?
- No estômago de ambas encontrámos a última coisa que ingeriram: uma sandes. Essa sandes tinha ovos, maionese e frango frito, mas, à maionese foi adicionado césio, que caso não saibas é um metal alcalino. A pessoa que lhes deu a sandes sabia disso, e muito bem. Juntamente com a sandes, deu-lhes uma garrfa de água... que foi ingerida após a primeira dentada na sandes por o sabor da maionese não corresponder ao esperado. Ao um metal alcalino entrar em contacto com a água vai reagir e fazer uma combustão. Ou seja, quando tua mãe e a tua prima ingeriram apenas um gole de água, o seu estômago explodiu e tiveram morte quase imediata.
- Elas sofreram ?
- Por muito que me custe dizer, sim, sofreram. Foi uma grande aflição que perdurou durante alguns segundos. Como a maionese tinha um sabor estranho devido à presença do césio, a primeira coisa que elas fizeram foi beber água para "limpar" o sabor da sua boca, o que lhes limpou, literalmente, o sistema digestivo. A explosão foi só uma forma de encobrir o homicídio.
- Mas a Ginny ficou reconhecível após a explosão? Aquilo foi enorme!
- A Ginny estava mesmo a sair do balneário antes da explosão, enquanto bebia a água e deixou cair a tampa da garrafa. Ao apanhá-la ficou presa debaixo de um banco de cimento e madeira, o que fez com que o seu corpo não ficasse deteorado. Pelo menos não tanto.

RoseWhere stories live. Discover now