Ela virou pro lado um pouco constrangida, mas não quis deixar transparecer. Então era isso? Sexo parecia bem menos interessante do que ouvira falar.
- Você era virgem, não é?
- Não! - ela sentou de costas pro rapaz, tentando parecer confiante.
- Foi uma pergunta retórica.
- Como pode saber?
- Porque cê não sabe nada. - ele riu - relaxa, não vou falar pra ninguém.
- Por quê?
- Porque as pessoas não tem maturidade pra lidar com certas coisas. - ele terminou de se vestir e anotou algo num papel que a entregou antes de sair.
Bruna pôs o vestido de volta e calçou os sapatos antes de olhar o que tinha no papel.
Numa letra rabiscada havia um número e o nome Eduardo no final. Ela quase se permitiu sorrir. Jogou o papel dentro da bolsa e desceu pra curtir o resto da festa.
***
Largou a bolsa no chão do quarto e cambaleou até o banheiro. Precisava urgente da privada. Trancou a porta atrás de si e abriu o chuveiro para que ninguém a ouvisse vomitar.
Chorou a madrugada toda de arrependimento por ter transado com um completo estranho. Mas já estava cansada de ser a única virgem entre o grupo de amigas. Ela vomitou até restar apenas suco gástrico em seu estômago. Se pôs em baixo do chuveiro e deixou a água levar todo aquele mal estar embora. Era interessante o quão revigorante podia ser um banho. Ela respirou fundo algumas vezes e então decidiu que estava tudo bem. Ninguém iria saber. Ela agora contaria sobre um verão fantástico onde havia perdido a virgindade com o cara mais velho e então todas as amigas a invejariam.
