Maps , por Mandy D.

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Sinopse: Talvez se eu tivesse seguido aquele mapa à risca eu tivesse outro destino.
Gênero: Drama, romance.
Classificação: Livre.
Status: Shortfic – Finalizada.
Observações: Baseada na música Maps, do Maroon 5.  

O jogo dos Dodgers contra os Lakers estava de 4x3, meus nervos estavam à flor da pele, apertava a cerveja em minhas mãos como se o resultado do jogo dependesse disso. ley) experimentava vestidos em nosso quarto enquanto cantava uma música, estava atrapalhando um pouco minha concentração, mas não pediria para que parasse, sua voz era linda!
Ela entrou saltitando na sala, vestia um vestido vermelho não muito longo, mas não muito curto com algumas franjas no final, era um tanto quanto estranho... Parou em frente a televisão e pôs as mãos na cintura, fazendo um biquinho e rindo em seguida. Tentei driblar sua presença e continuar a assistir o jogo em que, antes, depositava toda a minha atenção.
— Adam! Preste atenção em mim! – revirei meus olhos e lhe sorri, eu tinha uma namorada maravilhosa. Peguei o controle ao meu lado e desliguei a televisão, veria o resultado na internet outro dia...
— Em que posso ajudar? – tinha certeza que meus lábios estavam repuxados em um sorriso de canto e ela deu pulinhos e bateu palmas, correu para o quarto e voltou com dois cabides, ambos com vestidos de festa, um preto e um outro vermelho.
— Qual o melhor? – Pôs cada um na frente do corpo, fazendo uma pode em seguida. Ri de sua animação, era apenas uma festa... Que ocorreria em CINCO DIAS.
— O preto, ponha aquela jaqueta que lhe dei em seu aniversário, fica linda em você. – ela sorriu, jogando o vermelho longe e pondo o preto novamente na frente do corpo, dando uma volta em torno de si mesma em seguida.
— Agora o sapato. Este está bom? – pôs o pé direito sobre a mesa de centro, revelando um sneaker azul com detalhes muito extravagantes. Contorci o rosto em uma careta e ela riu. — Acho que não. – correu de volta para o quarto e voltou com um salto preto em um pé e uma sapatilha vermelha em outro.
— Qual dos dois? – apontei para a sapatilha e ela sorriu, tirou ambos os sapatos e pulou em cima de mim. — Obrigada. – segurei-a pela cintura e sorri, lhe beijando em seguida.
Ela apoiou a cabeça em meu ombro, pegou o controle e a cerveja de minhas mãos, deu um gole na bebida e ligou a TV.
— Quero assistir um bom romance, está passando Um Dia, Um Homem de Sorte e Um amor para recordar. – disse sorrindo para mim, e que sorriso lindo! Sorri de volta e beijei-lhe a testa.
— Um Dia, por favor. – pôs no canal e foi para a cozinha, voltando com uma grande travessa de pipocas, um pote de nutella com duas colheres dentro e duas garrafas de cerveja.
— Eu deveria estar decidindo com que maquiagem eu vou para o aniversário...
— Deveria relaxar, isso sim. A festa é no fim de semana, amor! Agora deite-se e vamos assistir o filme. – encheu uma das colheres com o doce e eu abri minha boca, mas quando achei que o doce e delicioso gosto do chocolate preencheria minha boca senti todo o creme em meu rosto. Ela começou a rir de minha provável expressão de descrença.
— Corre. – espremi os olhos e disse.
— O que? – perguntou parando de rir.
— Corre. – repeti e ela se levantou em um pulo, pondo-se a correr sendo seguida por mim e meu rosto repleto de nutella.
— Você corre como uma mulher, Adam! – disse enquanto ria e jogava almofadas na tentativa de me atingir.
— Você que corre como um quarterback! – ela riu, riu tanto que caiu, dando-me chances de pular em cima dela e prendê-la.
— VOCÊ É GORDO! SAI! – ley) começou a bater em meus braços e se remexer sob mim.
Levantei-me e puxei-a junto e A abraçando por trás voltamos juntos para o sofá.
— Sabe, eu amo isso, esses nossos momentos infantis... – eu disse aconchegando-a em meu peito.
— Eu também, a propósito, você ainda está sujo de chocolate. – riu tocando meu nariz e lambendo o dedo indicador sujo de doce. Tirei a nutella de meu rosto, espalhando pelo dela desde a testa até o queixo, ley) me encarou boquiaberta com uma falsa raiva estampada no rosto.
— Idiota. – começou a rir e a bater em meu braço enquanto eu tentava desviar e me proteger.

Entrei em casa depois do trabalho e vi ley) sentada no sofá segurando um pote de sorvete de chocolate enquanto assistia Sempre Ao Seu Lado. Caminhei até ela e beijei sua bochecha.
— Por que está assistindo um filme de drama, devorando um pote de sorvete e se acabando em lágrimas em plena quinta-feira? – perguntei me jogando ao seu lado no sofá e afrouxando a gravata.
— O mundo é um lugar horrível, Adam. Eu quero morrer. – deitou a cabeça em meu ombro e continuou chorando cada vez mais alto. Afaguei seus cabelos e suspirei enquanto ela soluçava.
Afastei-a um pouco e me levantei correndo para o escritório. Voltei para a sala com uma folha de papel branco e duas canetas. Sentei-me ao seu lado novamente e lhe entreguei uma das canetas. Ashley me encarou com curiosidade, mas pegou a caneta.
— O que significa isso? – disse parando de chorar e enxugando as lágrimas, dei de ombros e encarei-a.
— Tem razão, o mundo é um lugar horrível. Por que não desenhamos um mapa para um lugar melhor? – sorri para ela, adorávamos fazer essas brincadeiras.
— Okay, que tal nosso paraíso? – ela me encarava sorrindo e esperando uma resposta. Droga! Eu amo esse sorriso! Assenti e comecei a desenhar as linhas que levavam ao norte do mar, ao leste das estrelas e ao sul da lua. Coordenadas imaginárias que não levariam a lugar nenhum, mas ao nosso paraíso.
— Espera! Deixa eu fazer também! – ela disse rindo, posicionando a caneta no papel e continuando meu desenho estranho, terminando-o com um "X"
— Olha! Aqui no meio forma um coração! – apontei para a folha, mostrando-lhe o desenho.
— Verdade! Que lindo... Obrigada, Adam. – deitou a cabeça em meu peito e minutos depois estava dormindo. Não demorou muito para que eu fizesse o mesmo caminho.
Acordei com a forte luz do sol em meu rosto, minhas costas estavam me matando e as roupas desconfortáveis estavam incomodando. Peguei o telefone no bolso e vi as doze ligações perdidas de meu chefe. Eu estava ferrado... Fechei os olhos e cobri o rosto com as mãos.
— Droga. – suspirei e levantei, estralando minha coluna e indo procurar por Ashley no quarto. Para minha surpresa, porém, ela não estava lá e a cama estava impecavelmente feita. Se conheço Ashley bem ela teria deixado-a como se um furacão tivesse passado no quarto.
Fui até a sala novamente e percebi o bilhete sobre a mesa.
"Bom dia, amor. Bem, liguei para seu trabalho e avisei que não poderia ir hoje porque estava passando muito, muito mal então se seu chefe lhe ligar não ouse me desmentir! Outra coisa: que maneira melhor de começar uma sexta-feira que com um jogo bem legal? Então... Siga o mapa que leva a mim. XxAshley" no verso da folha um mapa caprichosamente desenhado do nosso bairro. Ri voltei para o quarto para mudar de roupa. Vesti uma calça jeans e uma camisa vermelha. Saí de casa segurando o mapa.
Segui todas as coordenadas a risca e aqui vim parar: no restaurante favorito dela. Soltei uma risada nasalada e entrei, procurando por ela. Ashley estava sentada em uma mesa no final do estabelecimento encarando a janela. Vestia um vestido amarelo leve e uma jaqueta jeans clara. Os cabelos presos no habitual rabo de cavalo a deixavam com uma aparência leve e descontraída, parecia uma criança.
Caminhei até ela pus as mãos sobre seus olhos, vendo-a sorrir.
— Você me achou.
— O mapa que leva até você.

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