2- O Reconhecimento

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Ele ficou me fitando, com seus lindos olhos vermelhos, como se não me visse a muito tempo, e eu não conseguia lembrar o porque dele ser tão familiar.

— Emma. — ele disse, com uma voz doce.

Lembrei quem ele era, um dos garotos palidos do meu sonho, mas ele era diferente, ele me olhava com admiração, estava ao meu lado e me ajudou a fugir do clã,— clã? Era isso que aqueles garotos eram, um clã, mas como eu sabia disso? Não havia sentido nisso, não era apenas sonhos?
Eu tava muito confusa e precisava de explicações.— Talvez ele pudesse me ajudar.

— Eu estou em desvantagem—Comentei, e ele riu, como se já tivesse ouvido isso antes.

— Sempre engraçada,querida.
Precisamos conversar, mas nosso tempo é curto.— ele queria conversa comigo e eu mal sabia quem ele era.

— Quem é você?— ele deu um pequeno sorriso triste, de quem já esperava isso, aquilo me deixou estranha.

— Você costumava me chamar de Vitor, querida. — Denovo essa palavra " querida" , e sim eu conhecia ele, e precisava de explicações.

— Então Vitor, começe a falar, como você sabe quem sou.— ele se aproximou um pouco, como se fosse compartilhar um segredo comigo.

— Não podemos falar aqui, ela já esta observando você ha alguns dias.

— Ela, quem é ela? E porque alguém estaria me observando?

— Emma, temos que sair daqui, você tem que me escutar.— ele falou aquilo com urgência, até acreditei que alguém poderia estar me observando, na verdade tinha alguém me observando.

— Como eu posso confiar em você se...

— Eu digo tudo que você quiser saber, e além disso você me atropelou sabe...— ele falou piscando pra mim, eu ri um sorriso meio estranho, que eu não conhecia.— so temos que sair agora.

Abri a porta e ele entrou, me disse pra onde tinhamos que ir.
Parecia idiotice da minha parte confiar em alguém que eu tinha atropelado e esse nem sequer tinha marca alguma, mas meu instindo me dizia que ele não me faria mal algum, ele já me ajudou uma vez. Sonhos não contam Emma!
Eu tava ficando louca, isso era fato.
Demos voltas e voltas pelo centro da cidade, em seguida fomos pra uma parte afastada com pouca iluminação, mas dessa vez não fiquei assustada.
Paramos em frente de um predio que tinha uma aparencia horrivel.

— É aqui, vamos logo, não estamos seguros na rua.

Eu o segui, no interior estava escuro e ele não fez questão de acender a luz.
Subimos vários lances de escadas até ele abrir uma porta,  o inteiror da sala era lindo, tinhas quadros antigos nas paredes descrevendo lutas, e um arrepio passou pelo meu corpo quando olhei pra um desses quadros, eram o mesmo grupo de garotos do clã e eu estava entre eles, era bem diferente, eu diria antigo, mas era eu, claro que sim, me reconheceria em qualquer foto.
Estava mais palida do que o normal, meu cabelo bem maior, e liso, meus labios vermelhos, meus olhos não estavam castanhos e sim vermelhos igual os dos outros, e usava um vestido vermelho parecido com o da mulher no estacionamento, apesar desse ser longo, o colar era o mesmo.
Os garotos todos iguais, as mesmas roupas, os olhos vermelhos também, os unicos diferentes eram um de cabelo loiro e o Vitor, o Vitor tava com um terno e um sobretudo preto, mais alto entre eles, com os cabelos ruivos combinando com seus olhos, tava olhando pra mim no quadro e segurando na minha mão, os outros um pouco atras e olhando pra frente.
O resto da sala era bem espasosa, daria pra dar uma festa, com poucos moveis, apenas um sofá bem grande no canto oposto, e uma porta logo atras dele.

— Esse quadro foi feito há muito tempo, você está linda nele.— fiquei olhando pra ele, não sabia mais de nada.

— Eu conheço eles,— quando disse isso, o Vitor me olhou curioso.— na verdade eu tive um sonho na noite passada com eles, inclusive você também, foi bem estranho, eu não sei como explicar.

Fiquei tonta, a lembrança do sonho voltou com tudo dessa vez.

Chovia bem forte nessa noite, eu tava sozinha quando eles apareceram, o loiro era o lider deles, foi o primeiro a falar.

— Não deveria andar sozinha por lugares assim querida, você nunca ira saber o que pode ser encontrado na escuridão. — eu ri muito alto, e aquilo me deixo confusa, eu nunca fazia isso.

— ah, Marcel querido, você que não deveria abordar garotas como eu nessa escuridão, nunca ira saber o que elas são capazes de fazer.— oque eu queria dizer com isso, e como sabia quem ele era?

— Sabe que está em desvantagem, e que você não é forte o suficiente.

— Sou mais forte que você e seus lacaios sangue-sugas juntos.

Quando ele ia dar uma resposta eu avançei, e ...

— Emma, você está bem?— Acordei com Vitor me olhando preocupado, eu estava deitada no sofá, e ouvi meu celular tocando.

— Meu celular,— Vitor me entregou e tinha 5 mensagens de texto do Mark dizendo que eu havia sumido.— Eu preciso ir embora, meu irmão vai ficar louco comigo.

Ele ficou com raiva e se afastou de mim quando falei isso, so que eu não tinha tempo pra isso, já era tarde eu precisava ir pra casa, peguei minha coisas e fui saindo...

— Você não pode ir agora, oque aconteceu? Você apagou, oque você viu Emma? Não pode...

Não podê ouvir o resto da frase já estava descendo os degraus correndo, sai do predio com a respiração irregular, entrei no carro e respondi pro mark, estou indo, desculpa tava dando uma volta pela cidade e não vi o tempo passar, pronto isso iria resolver por enquanto.
Liguei o carro e sai cantando pneu, olhei o espelho retrovisor e o Vitor tava parado do lado de fora me olhando, aquilo me deixou triste, não sei como , mas não queria ir embora, não assim.

Entrei em casa Mark tava me esperando na sala, com um ar estressado, já sabia que vinha bronca, mas não percebi o Gavriel do seu lado, aquilo me animou um pouco, ia fazer 5 meses que namoravamos dali a uma semana e tinha que planejar algumas coisas e não pensei em nada o dia todo, eu era uma péssima namorada.
Fui tirada do meu devaneio quando o Gavriel me puxou pra um abraço e me beijou carinhosamente na testa, ele era mais alto que eu, porém o Vitor era bem maior, porque eu lembrei dele?

— Você tá estranha querida.

— Eu sou estranha— ele riu.

— Mark tava ficando preocupado, eu disse que você foi dar uma volta e logo vinha pra casa, porque iriamos estudar, lembra?— droga, a lição de matemática que a gente ia resolver juntos.

— claro que sim, vamos então?— Mark que tava me olhando estranho, então do nada falou.

— Me avise quando for demorar, você nunca ira saber o que pode ser encontrado na escuridão. —respirei fundo, sem deixar ele perceber que o que ele disse me abalou bastante, foi a mesma frase que o Marcel usou, muito estranho isso Emma.

— Desculpe, agora vamos Gav, ta ficando tarde.

Subimos pro meu quarto e resolvemos bem rapido as questões.
Ficamos durante uma hora, depois a mãe dele ligou e disse que ja era hora de ir pra casa.
Quando ele foi embora, eu me arrumei e fui dormir, mas o Mark entrou no quarto com uma cara estranha.

— Aonde você foi? — ele ficou em pé dessa vez.

— tava so dando uma volta de carro pela cidade, por que?— que estranho ele nunca fazia isso.

— Nada, so queria saber, você nunca demora assim.— e saiu.

Logo eu dormir e tive um sonho...

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