Mais Perto Do Céu

Capítulo 5

- Ariana. - O meu irmão chamou-me e começou a andar para dentro de casa. Segui-o até ao escritório dele. - Tu tens noção do perigo que correste? Podias ter sido assassinada! Tu não compreendes os riscos que estás a correr sempre que sais desta casa? Isto não é uma brincadeira! É um assunto muito sério! Eu não sei o que hei-de fazer contigo e com o Reed.

- O Reed? - Gritei para me fazer ouvir. O Cade estava a gritar comigo e achava que o Reed me tinha ajudado. Antes tivesse. - O Reed não me ajudou, eu fugi dele. Saí pela janela da casa de banho. - Expliquei.

- O Reed não te ajudou? - O meu irmão perguntou incrédulo. Ele sabe que o Reed me ajudava sempre em tudo.

- Não. Ele nem sequer fala comigo por isso não, não me ajudou.

- Seja como for, tu podias ter morrido. Não sei o que te deu para fazeres uma coisa destas.

- Eu estou farta de estar sempre aqui! De nunca poder ir a lado nenhum! Os meus colegas da escola vão ao cinema, às compras, à praia! O único sítio onde eu posso ir é à escola! Eu não quero ficar aqui fechada para sempre! - Agora eu também já estava a gritar.

- Isto tudo é para a tua segurança! Os teus colegas da escola não vivem no nosso mundo e tu não vives no mundo deles! Tens que ver a diferença.

- Mas eu nunca pedi para me protegerem! Eu nem sei de que é que me andam a proteger. Toda a gente preocupada com a minha segurança e eu nem sei porquê! Nunca sei de nada!

- Tu não sabes porque é melhor não saberes!

- E tu não podes continuar a esconder-me estas coisas!

- Queres que te conte? Pronto, eu conto! Um informador nosso descobriu que eles te querem! Não sei o que eles querem fazer contigo, mas é a ti que eles querem.

Fiquei sem reação no momento. Eles queriam usar-me como vingança contra o meu irmão. Já quando o meu tio mandava as disputas de território eram frequentes, então quando o meu irmão arranjou lá a rapariga as coisas tornaram-se muito piores.

- Estás a ver porque é que nós tentamos proteger-te? Assim se eles tentarem alguma coisa contigo tu estás protegida.

Ficamos os dois calados durante uns segundos enquanto eu pensava. Eu queria uma maneira de acabar isto tudo, mas nenhum lado ia ceder, então esta guerra só ia acabar quando um dos lados fosse destruído e eu achava que tinha encontrado uma solução.

- Cade, eu tive uma ideia. - O meu irmão olhou para mim admirado com a minha reação. - Quem é o teu homem mais novo?

- O Reed é o mais novo que já anda em terreno.

- O Reed é perfeito para isto porque ele não era de cá, então quase ninguém o conhece. - É o que dá trabalhar para o meu irmãozinho. Deixa-se de ter vida social. - O Reed vinha para a escola como se fosse transferido. Tu deixavas-me ter uma vida normal, deixavas-me sair como as outras pessoas fazem e eu na escola ia ficando amiga do Reed, assim ninguém desconfiava que ele trabalhava para ti, pelas tatuagens notava-se, mas as tatuagens dão para disfarçar bem. Era tipo uma emboscada, quando eles me viessem apanhar, não contariam que o Reed iria estar lá para me proteger e ficava tudo bem e ainda conseguíamos apanhar alguns deles.

- Nem penses nisso! Tu não vais ser o isco. - O Cade resmungou.

- Cade, é uma ideia genial! E o Reed podia ensinar-me a defender-me também. Assim eu não estava tão em risco. Eu consigo fazer isto, já sou crescidinha Cade.

- Ari, eu nunca me ia perdoar se te acontecesse alguma coisa.

- Mas não me vai acontecer nada, nós somos cuidadosos. Tu confias no Reed. Ele trabalha para ti. - Relembrei-lhe.