Sala Escura

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Eu não queria ir para a faculdade hoje,mas fazer o que ... o destino resolveu colocar uma prova no dia do meu aniversario então quem sou eu pra contrariar né?
Não tenho colega de quarto,mas acho que mais alguem por aqui seria util como despertador e... ah deixa pra la. Segui para o banho sentindo a água quente cair sobre a minha pele,eu tentava relaxar um pouco pois não queria distrações por hoje. Depois de sair do banho fui ate o quarto para me vertir seguindo aquele padrão de moda muito conhecido como "primeira coisa do seu armário",em poucos minutos eu estava vestindo uma calça jeans,meu converse branco e uma camisa polo preta com a minha boa e velha jaqueta de couro marrom por cima. Falando serio? Essa jaqueta praticamente faz parte de mim!
Eu quase sai sem tomar meus remedios,merda... eu odeio me sentir dopado,mas eles insistem que eu tome o remedio e bom... eu meio que "moro sozinho" no campus,porem tenho que tomar os remedios mesmo assim. Vamos deixar uma coisa bem clara,eu nao sei mentir então meu pai saberia se eu não tivesse tomado certo? Certo. Droga,eu me sinto horrivel assim. Eu não sou louco! Eu sei que não sou,eles estão errados sobre mim,eu sei o que eu vi naquela noite e não era a minha imaginação.
Sempre que eu tomo meus remedios acabo me lembrando de como sou injustiçado todos os dias,seguindo esse tratamento por nada... Eles pensam que sou doente,mas eu ainda posso provar o contrario... não é?

Após ter tomado meus comprimidos,vou até o banheiro e tento arrumar um pouco essa coisa arrepiada que eu adoro chamar de cabelo e bom... acho que dá pro gasto.
Pego minha pasta e saio do quarto caminhando pelo campus ate as salas de aula da faculdade enquanto coloco meus fones de ouvido. Sempre havia agitação por ali,mas a forma que a música me acalmava era incrível,cursar essa faculdade seria minha segunda opção mas eu preferi jornalismo.
Tudo estava indo bem,ate que eu sou atingido por uma bola de basquete na cabeça,caindo tonto no chao logo depois.

- Três pontos! - Os garotos riam enquanto eu me levantava - Vamos ver se ela chora.

Eles tiravam sarro da situação,eu já estava esperando por isso na verdade. Esses caras me acharam um alvo perfeito para uma série de testes,digamos que eles queriam ver ate onde eu aguentava sem chorar.
Irônico como estar na faculdade me lembra um jardim de infância não é? Mas eu já estou cheio disso! Não vou deixar esses idiotas fazerem o que bem entendem comigo.

- Vocês são um bando de babacas sabia? - Pego a bola de basquete do chão e olho pra eles me virando para tras - E aliás,não sei a quem vocês estão se referindo como "ela" - Faço aspas com os dedos enquanto eles riem da minha cara - Ou vocês me respeitam,ou eu vou dar um jeito nisso.

Sim,eu odeio quando se referem a mim como se eu fosse uma garota. Eu não sou uma garota,eu não gosto disso,e eu só queria que me deixassem em paz.

- O que você vai fazer... Alexia - Davi diz a ultima frase em um tom mais alto debochando mais ainda.

- Você verá cabeça oca.

Jogo a bola nele,o cara tinha bons reflexos e tentar acertá-lo seria má ideia,de qualquer forma eu ainda vou me vingar desses idiotas sem cérebro.

- Você sabe muito bem o que vai acontecer se tentar fazer alguma coisa,ta avisada. - Ele me olha com raiva.

- Não tenho medo de vocês.

Saio andando até a sala de aula enquanto escutava risadas atras de mim,eu não suportava esses garotos mas de qualquer forma a hora deles pagarem por tudo isso está chegando.
Entro na sala e me sento ao fundo dela,o professor chegou assim que eu estava abrindo meu caderno de anotações.

[ Horas depois... ]

A aula correu tranquilamente,saio direto para o campus deixando minha pasta em cima da cama. Arrumo minha mochila de sobrevivência e saio ate o estacionamento,pois hoje meu pai me chamou para jantar na casa dele em comemoração ao meu aniversário.
Eu digo "casa dele",mas tecnicamente eu ainda moro lá sem ser no campus. Eu evito passar muito tempo naquela casa,minha madrasta me odeia e meu pai se tornou um pau mandado de uns tempos pra ca,eu já disse que isso não fazia bem a ele mas fazer o que... o cabeça dura insiste em dizer que a ama. Todos menos ele percebem que minha madrasta só esta ali por causa do dinheiro,droga eu so queria que ele visse isso assim como 99% da população mundial e de outras galaxias tambem.
Nesse momento eu estou indo ate a casa deles,me preparando psicologicamente para presenciar os dejetos em forma de palavras que a rainha do silicone vai falar na minha cara,de qualquer forma não vou deixar isso estragar minha noite... eu sinto saudades do meu pai.

Ao chegar na sua casa estaciono a moto em frente ao local,a casa estava toda escura e eu estranhei um pouco a situação,será que eles esqueceram que eu viria jantar hoje?
Fui ver se a porta estava trancada,mas ela abriu sem nenhuma dificuldade.
Entrei na casa que estava com as luzes todas apagadas... silêncio absoluto. Assim que fechei a porta as luzes de acendem causando um susto enorme em mim na hora.

- SURPRESA!

Meu pai,meus tios e alguns do meus amigos estavam todos ali fazendo uma bela gritaria enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo,minha madrasta estava mais ao fundo aplaudindo de forna sarcastica com cara de quem queria estar morta. Dane-se a Rainha do Silicone,hoje é a minha noite e essa vadia não vai atrapalhar.

Midnight EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora