Uma infância perdida; uma adolescência prejudicada e uma vida destruída quase pela metade.São traços de uma história de vida a qual tive a honra de conhecer e conviver com a personagem principal.
Graças a essas séries de acontecimentos e que dará continuidade às próximas páginas, hoje tenho convicção de coisas que jamais imaginei chegar a ter.
Me emociono todas as vezes que releio a descrição feita à mão por esta personagem e que o deixou para mim escrito em algumas folhas de papel.
No último ano do ensino médio conheci uma pessoa que, aos poucos, tornou-se uma grande amiga. Antes, só em olhá-la, percebia-se que era uma garota dócil; amigável, porém quieta e de poucas palavras. Literalmente "na dela".
Os demais, incluse eu, não entendiam o por quê de ela ser tão calada e quase não participar das atividades em sala de aula.
Com o tempo, após todo aquele processo que passamos para formar uma amizade, de ter mais intimidade, e de eu tanto bater na mesma tecla em querer entender porque uma moça tão bonita exitava em aceitar elogios - fossem eles referente à beleza ou algo feito em sala de aula.
É como se ela não se achasse merecedora de nada disso. Possuía autoestima baixa e por ser de poucas palavras, não gostava de se explicar.Eu podia ver em seus olhos que havia algo errado. Qualquer um poderia ver. Dava para perceber em seus olhos o quanto precisava de ajuda e o quanto carecia em ter alguém de confiança para conversar.
Com o passar dos meses, ela começava a se abrir, a colocar certas coisas para fora. Até o momento em que eu soube que ela já era mãe!
Pode parecer normal, atualmente, mas não era bem isso que aparentou ser.O que realmente aconteceu foi bem mais profundo. Doloroso... Essa criança não tinha um ano ou seis meses. A criança tinha quatro anos! Faça as contas. Estudávamos o terceiro ano do ensino médio e minha amiga ainda havia dezesseis anos de idade, mãe de uma criança de quatro anos!
Foi quando eu procurei saber, com respeito, entender como isso tudo chegou a acontecer...
***
Trinta e um de maio de dois mil e doze
Eu perguntei a ela:
- Você namorava com ele ou ele te forçava?
E tive sua resposta:
"- Àos meus dez anos de idade tudo parecia ótimo. Mas hoje, quando recordo do tempo em que eu brincava de boneca e de cozinha com a minha irmã e desse tempo que vivi, sinto vontade de desaparecer e não voltar nunca mais. Só não posso fazer isso porque tenho uma responsabilidade para assumir, que é cuidar da minha boneca de verdade.
A minha primeira menstruação veio um dia após meu aniversário de onze anos. Isso foi algo muito emocionante para mim, assim como deve ser para todas ou a maioria das meninas que passam por isso algum dia. Porém, algo ainda maior me aflingia.
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Diário de Uma Vencedora
ChickLitQuantas vezes temos muito a dizer, mas não há quem nos ouça com ouvidos sensíveis? Procuramos alguém disposto a querer nos entender, mas nada encontramos, e por isso guardamos tudo apenas dentro de nós mesmos. Numa forma de concretizar o que le...