Trinta e um de dezembro. Véspera de ano novo. Chovia lá fora, mas dentro de mim parecia chover bem mais. Naquele momento a dor, a raiva e a decepção se misturavam e eu não conseguia esquecer das palavras ditas com carinho no dia anterior: "Eu estarei com você, meu amor. Passaremos a virada de ano juntos. Chegarei aí antes mesmo do almoço de amanhã!"Esperei-o por horas e horas. Já se passava das 22 h do dito dia trinta e um, e nada. Nenhuma chamada, nenhum torpedo, nenhum recado mandado por alguém...
Lá se foram todas as expectativas de passar um réveillon feliz ao lado de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Lá se foi o ânimo de se transformar na mulher mais bonita da festa.
O dia inteiro sentido borboletas na barriga em vão à espera dessa chegada (porque esta seria a primeira vez em que ele teria a oportunidade de me ver deslumbrantemente linda... ainda mais linda que de costume e que ele perdeu).
Chega aquele momento em que você se sente um nada e que não se sabe mais se chora ou se desiste de uma vez de tentar entender o que aconteceu e ir dormir. Bem que eu tentei, mas os fogos de artifício soltos por aí e que dava para ouvir do meu quarto, não me deixavam esquecer que levei um bolo do namorado.
Não foi a primeira vez que eu levei um "bolo" e sei que não será a última também! Pego esse fato como um exemplo para o que tenho a dizer sobre decepção.
Ja reparou que, quanto maior a expectativa, maior é a decepção? Aprendi que quando algo não é para acontecer, este simplesmente não acontece.
Sei que ser colecionador de decepções não é uma posição desejada por ninguém, mas, mesmo assim, todos possuímos um lugar dentro de nós reservado à isso.
Que tal transformar tudo em conhecimento? Dizer que aprendeu a "lição" mas continuar se martirizando e se perguntando por que tal coisa aconteceu ou deixou de acontecer, não é aprendizado.
Não existe remédio melhor para se evitar ou curar uma decepção do que o próprio aprendizado. Estamos expostos a lidar com essas coisas todos os dias e diariamente nos decepcionamos com alguma coisa. Não porque mereçamos, mas porque precisamos passar por determinados momentos para que aprendamos a enfrentá-los.
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Diário de Uma Vencedora
ChickLitQuantas vezes temos muito a dizer, mas não há quem nos ouça com ouvidos sensíveis? Procuramos alguém disposto a querer nos entender, mas nada encontramos, e por isso guardamos tudo apenas dentro de nós mesmos. Numa forma de concretizar o que le...