Diário de Uma Vencedora

Minha Dor

Sou do tipo de pessoa que, quando na frente de outros, sou a pessoa mais forte do mundo e até as faço se perguntarem como eu consigo sorrir com tudo acontecendo de desanimador na minha vida.

Mas quando fico à sós com a minha consciência, derreto mais rápido que manteiga em frigideira quente. Ou seja, você não gostaria de me ver nesse estado!

Me limito a dizer "não é nada" quando perguntam o que está acontecendo. Não conheço ninguém que consegue me entender, que tenha passado pelo mesmo que eu passei.

A única coisa que eu quero é alguém em quem eu possa repousar no ombro, que me diga:  "deita aqui, fica à vontade pra colocar pra fora tudo o que vem te incomodando."  E que respeitasse o meu silêncio.

Prefiro então ficar ali no meu canto, com aquela dor que não pede ninguém por perto. Ao mesmo tempo em que quero que haja alguém que saiba me entender e que me console.

Uma dor que só diminui quando choro, e choro tudo; até acabar a vontade, como se fosse a única coisa que eu precisasse fazer no momento.

Não tem ninguém triste aqui; ninguém vai morrer não. É apenas uma necessidade suplicante de desabafar; de ser mais humano; de apenas precisar sentir a dor.

E daí se eu chorar a noite inteira?
E daí se eu não sei ser hipócrita comigo mesma?
E daí se eu prefiro ficar sozinha ao invés de escolher receber mimos de quem, na verdade, não está dando a mínima pro que eu estou sentindo?

Existe algo dentro de mim que se chama amor próprio e que não me deixa ser dependente de nenhuma dessas coisas.

Cada um sabe até onde pode suportar. Todos os dias enfrento diferentes demonstrações de falsidade, mas em mim não!

Não permito que haja espaço para isso. Jamais serei falsa comigo mesma apenas para manter uma pose que os outros querem ver.

Chorar é a minha maneira de descarregar todo o peso e sujeira que o mundo vem depositando.