Capítulo 1: Sabor de Saudade

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(A historia começa com a continuação da cena em que Estevão vai conversar com Maria no quarto de hotel em que ela estava, os dois discutem e Maria desmaia nos braços de Estevão)

Estevão a carregou nos braços até a cama, estava preocupado com o desmaio dela, ninguém desmaiava sem motivo. É certo que Maria estava sensível, nervosa devido aos últimos acontecimentos e com muita, muita raiva dele, viu isso nos olhos dela minutos antes dela cair em seus braços... mas perder os sentidos? Será que sua Maria estava doente? Não, não! Devia ser a emoção da discussão que tiveram, a força e intensidade das palavras ditas e das acusações trocadas...

Havia tanta dor entre os dois, tantos mal-entendidos e muitas feridas abertas e Estevão não sabia o que fazer, estava perdido, confuso, jamais havia acreditado no sonho de rever Maria novamente. Eram apenas sonhos, desejos, e em seus devaneios não pensou como seria encontrá-la depois de tudo o que aconteceu, depois de tantos anos, o que dizer, como agir, o que realmente sentiria, o que diria seu coração. E principalmente, nunca conseguiu dimensionar a reação dela ao saber de tudo...

Ela continuava tão linda, talvez mais bela ainda e não havia perdido aquilo que ele considerava como algumas de suas qualidades, sua força, sua determinação e também seu gênio forte, sua impetuosidade... pelo visto ela continuava a mesma, a mesma mulher por quem havia se apaixonado, a única mulher que era dona de seu coração.

Não conseguiu resistir a tocá-la - É tão bela.

Maria foi despertando devagar, confusa, sentia a suavidade das carícias de Estevão sobre seu rosto e isso a assustou...

Maria: O que aconteceu? - Reincorporando-se sobre a cama.

Estevão: Você desmaiou - Diz ele afastando rapidamente a mão do rosto de Maria. A reação dela interrompeu seus pensamentos e o pegou desprevenido. - Vou chamar um médico para você - Fala tirando o celular do bolso.

M: Não! Não é necessário Estevão. Já estou bem. - Maria tenta levantar da cama, mas ao botar os pés no chão e ficar em pé, sente-se tonta novamente, sendo amparada pelos braços de Estevão.

E: Você não se sente bem Maria - Estevão fala num sussurro, alterado com a proximidade dela.

Maria também tem seus sentidos alterados ao se ver novamente envolvida pelos braços de Estevão e com a boca seca não consegue responder. Ela coloca a mão sobre o peito dele em uma tentativa de afastá-lo, mas sente o coração dele bater tão forte quanto o seu e isso a faz estremecer e involuntariamente se aproximar mais... Seus olhares se encontram e se torna mais difícil se afastar. Saindo do seu torpor Maria finalmente reage.

M: Estevão... - num fio de voz - Não é de um médico que preciso - Seus olhos ficam marejados novamente. - Preciso dos meus filhos junto comigo...

Notar que lágrimas estavam querendo escapar dos olhos de Maria e que ela iria chorar de novo, provoca uma dor intensa no peito de Estevão. Não queria vê-la sofrer, tê-la em seus braços, sentir a mão dela sobre seu coração o fez perceber e constatar que seu amor por ela permanecia latente.

Maria não consegue conter as lágrimas e isso faz com que Estevão coloque sua mão sobre o rosto dela e com o polegar seque algumas em um gesto de carinho. Aquele toque faz com que Maria sinta um arrepio deslizar por suas costas e sem poder resistir mais, na ponta dos pés, ela encosta seus lábios nos de Estevão, um toque suave, leve, receoso ainda, mas esse simples roçar a faz experimentar um calor intenso percorrer o seu corpo. Estevão, fica surpreso à princípio, não esperava essa reação partindo dela e fica um pouco atordoado, Maria então se afasta e o olha intensamente, em dúvida quanto aos próximos movimentos de Estevão. Aquele segundo em que ele demorou a responder, pareceu a eternidade para ela e quando já começava a se arrepender de seu gesto, sentiu a mão de Estevão a apertar mais a sua cintura colando mais seu corpo ao dele, a mão que estava sobre seu rosto sentiu deslizar para sua nuca e devagar ele aproximar seu rosto do dela, ficando a centímetros de encontrar a sua boca, e então Estevão a beijou, primeiro devagar, experimentando, sugando o lábio inferior de Maria, provocando-a a abrir a boca para ele. Maria pode provar outra vez a sensação de desfalecer, mas dessa vez de ardor, paixão e amor e assim foi impossível impedir que Estevão saboreasse seus lábios e explorasse sua boca. Estevão percebeu a entrega de Maria quando ela gemeu sobre seus lábios, baixo e timidamente, e dessa vez ele não pode mais se controlar, intensificou mais o beijo fazendo-os se separarem para tomar fôlego. Nesse momento ele viu a incerteza turvar os olhos dela e sem perder tempo, ou permitir que Maria se afastasse, Estevão voltou a tomar posse dos lábios dela num beijo muito mais apaixonado. Nada, nem ninguém, ou qualquer pensamento contrário os impediria naquele momento...

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