2º Sabor de saudade - Deixa eu amar você

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Amores, a pedidos continuo a história iniciada em Sabor de Saudade. Desculpem a demora, agora que será uma história só, vou tentar postar um a cada semana. Vamos mudar o título também... Agora vai se chamar "Deixa eu amar você". Espero que gostem. Fico muito feliz pelos votos e leituras.




Capítulo 2:


Já de madrugada:


M: O que faremos agora Estevão? - Sussurra Maria sentindo as batidas do coração de Estevão que estava atrás dela, sua mão segurava a dele junto ao seu coração.

Estevão podia brincar com a pergunta dela, mas sabia da profundidade do seu significado. - Vou ficar ao seu lado meu amor... vou ajudar você a encontrar o verdadeiro assassino e farei o impossível se necessário para isso... vamos decidir juntos qual a melhor forma de contar aos nossos filhos que você é a mãe deles... enquanto isso, vou amar você... - lágrimas silenciosas de emoção deslizam pelo rosto de Maria enquanto escuta as palavras de Estevão.

M: Tenho tanto medo Estevão...

E: Shhhh... nossos filhos irão amar você... não vou te deixar sozinha.

M: Você promete Estevão? Promete que não irá me abandonar de novo?

E: Isso nunca mais vai acontecer, meu amor. - Estevão beija os cabelos dela e a puxa mais para seu corpo.

E pela primeira vez em muitos, muitos anos, os dois tiveram um sono calmo, talvez pela paixão vivida há pouco, talvez pelas palavras trocadas, ou quem sabe pelas promessas feitas, mas muito pela sensação de estarem nos braços um do outro outra vez.

Ao acordar, Maria estava sozinha na cama, primeiro sentiu-se desorientada, ainda estava sob o efeito da noite anterior e sentiu um vazio no peito ao não acordar nos braços de Estevão, depois sentiu o gosto amargo da decepção por ele não a ter acordado, e por fim o alívio invadiu seu peito. Alívio porque precisava pensar, e ter Estevão por perto a impediria de fazer isso.

Ao virar para o lado que Estevão ocupou na cama, Maria vê sobre o criado mudo uma única tulipa vermelha e um bilhete.

"Minha querida Maria, sinto não ter podido acordar você com meus beijos e por mais que minha vontade fosse amanhecer com você em meus braços, achei por bem ir para casa, por nossos filhos. Volto para almoçar com você se me permitir... Sempre seu, E."

Um sorriso se desenha nos lábios de Maria enquanto ela passa a tulipa pelo rosto. Um pequeno detalhe que tocou o coração dela, ele ainda lembrava...

Ah Estevão! Ela não tinha planejado aquilo, não queria aquilo. Estevão a havia magoado tanto, tanto! Havia tanta dor em seu peito, seu coração ainda estava em pedaços, só queria ver os seus filhos, estar junto deles, receber o abraço de cada um deles para que seu coração recuperasse a felicidade... Mas saber sobre o que ela era para seus filhos - uma mulher morta - e pior, uma outra mulher morta, - a havia destroçado por dentro... e o peso de todos aqueles anos na prisão caíram sobre ela fazendo-a fraquejar e sentir medo... e sentir ódio. Sentiu tanto ódio, ódio pelo homem que ainda invadia seus pensamentos, ódio por Patrícia, ódio pelo assassino, ódio pela injustiça que se abateu sobre ela e sobre aqueles que mais amava.

Mas em todos aqueles anos, em que o amor pelos filhos e a esperança de revê-los foram o combustível de sua força para sobreviver, ela jamais pensou em estar nos braços de Estevão novamente, pois ele não a merecia e ela não merecia sofrer de novo, simples assim. Pelo menos foi o que decidiu acreditar naqueles 20 anos, mas não era simples, não foi simples! Tê-lo tão perto, ouvir sua voz, sentir seu perfume, se perder naquele olhar... havia quebrado as defesas dela tão depressa que ainda a assustava... Estevão foi o amor de sua vida, o primeiro homem de sua vida e continuaria sendo o único homem de sua vida... Mas era tão difícil aceitar isso depois de tudo, aceitar que ainda o amava depois de ele a ter abandonado, aceitar que ele retomasse o seu coração depois das mentiras que ele inventou para os filhos.

Deixa eu amar você Onde histórias criam vida. Descubra agora