Capítulo 23

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Seguimos Dália até o segundo andar da casa. Em vez de um caldeirão e vários animais feios como se vê em desenhos de bruxa, o quarto onde ela trabalhava parecia mais uma biblioteca só que com várias pedras ao redor, desde jazidas até mesmo o ônix.

Quando entro logo pergunto curiosa: - Pra que serve as pedras?

Ela sorri. - Pedras são minerais poderosos que quando em união a feitiços trazem mais durabilidade e eficiência, você irá aprender a usar. - ela vai até a grande mesa no centro e tira tudo de cima. - Querido vá lá em baixo e pega o uísque. - ela pede a Saimon.

- Achei que a parte de bebermos era pró final. - ele sorri simpático.

- Não é pra gente, é pra Mila ela vai prescisar. - ele olha pra mim e eu olho pra ele, ele parece tão receoso quanto eu.

Se eu não estava com medo agora estava.

Dália pega um livro antigo, achei que iria se desmanchar em sua mãos quando pegou. - Aqui, centralização de poder. - diz apontando pra página.

Saimon entrega o uísque na minha mão. - Aqui.

- Mila beba o máximo que conseguir, isso servirá como anestésico.

Pego a garrafa e bebo no gargalo, até não aguentar. Eles me olham admirados. - Você bebe igual homem. - diz Dália chocada, enquanto Saimon dava risadinhas.

- Mila, esse feitiço foi usado por bruxos a muito tempo para ajudar aqueles que não tinha total controle de seu poder, deixando algumas marcas no corpo. Não sei como será no seu, nem oque ele usará como guia para ajudar a controlar.

- Sem problema, eu corro o risco. Oque eu presciso fazer? - minhas palavras saíram confiantes, mas meu coração estava a ponto de sair pela boca.

- Tire a blusa e o sutiã e amarre o cabelo, deite de bruços na mesa.

- Okay. - Digo e dou uma encarada pra Saimon que não estava nem aí.

- Ata, vou virar de costas. - se divertindo com meu desconforto.

Tiro a blusa e o sutiã e tampo meus seios com os braços, já deitada faço um coque em meu cabelo.

- Prontinho. - ele se vira e fica ao meu lado.

Dália acende velas em conta de mim. Isso eu já sabia o por que, uma vez tinha ouvido que o fogo e um elemento crucial na canalização de poder.

- Mila, quando eu começar eu não vou poder parar, e importante que por mais que doá você não pode se mexer.

- Entendi.

Dayse respira fundo e começa. Fala frases que não entendo acho que e latim mas parece algo mais elaborado, num instante a chama das velas aumenta e eu sinto a dor.

Era algo parecido em ter seu coração arrancado, ser dilacerada por um tubarão e ser queimada viva, tudo ao mesmo tempo. Não tinha como não gritar.

- Ahh, Deus! Isso foi muito!! - disse entre os dentes tentando controlar a dor que serpenteava por todo meu corpo.

Saimon pega minha mão e segura. - Caramba Mila! - ele grita, acabo o apertando com muita força.

- Eu não vou aguentar.. UH, Ah. - facadas doeriam menos acho eu.

- Só mais um pouquinho querida você está indo muito bem. - Dália diz continuando a dizer o feitiço.

As chamas apagam e eu me sinto mais leve que uma pluma sendo carregada pelo vento.

- Você está bem? - Saimon alisa meu braço. O arrepio já comum ao seu toque me desperta.

- Sim, sim estou bem. Se vire para que eu possa me levantar.

- Ah desculpe. - ele se vira.

- Você vai se sentir meia estranha por enquanto, mas vai melhorar. - me levanto e ela diz: - Suas tatuagens ficou linda, agora entendi por que seu estado e tão volúvel.

- Oque? - vou até um espelho no quarto e olho minhas costas. São as fazes da Lua e seus encontros com o sol.

- E ... - Saimon completa. - perfeita. - me sinto envergonhada por sua afirmação mas realmente, e linda.

- Você é volúvel como a as fazes da Lua e seus encontros com o sol Mila, seu equilíbrio vai vir deles basta agora usar o poder com sabedoria.

Ponho a roupa e fomos até a cozinha onde Dália nos deu bolo. Eu realmente estava com muita fome.

- Então qual é o plano pra quebrar a maldição sem afetar Mila? - Saimon pergunta.

- Bem não e tão simples assim crianças. Creio que teremos que adiar essa conversa.

Olha pra janela e o dia está raiando. - O Sol já está nascendo, precisamos ir se não seremos pegos.

- Façamos assim arruma uma desculpa para todo dia você vir aqui, assim poderemos conversar é ensinarei a Mila a usar seus poderes.

- Acho que consigo fazer isso. - digo já pensando em uma desculpa.

- Então adiaremos a bebida para depois. - Saimon da um sorriso.

Já na porta dou um abraço em Dália e agradeço por me ajudar. Quando estou montando vejo ela falando algo com Saimon e lhe entregando um livro. Oque seria?

Ao voltar ao palacete não pergunto sobre o livro, seria um teste, se ele me contasse eu poderia confiar nele.

Já no estabulo ele me chama. - Mila.

- Sim.

- Você vai ter que mudar de atitude, pessoa desculpa por não confiar neles, fala que foi o estresse devido a morte de Dayse. Eles não podem desconfiar de nada.

- Okay. Vamos deixar o treino pra de tarde assim poderemos dormir, a noite o mesmo horário iremos a casa de Dália e nos dias seguintes eu digo que na parte da tarde irei cavalgar como distração então poderemos ir lá.

- Boa idea.

Quando eu me viro pra ir embora ele me empedi. - Mila, você está bem? Você sabe depois daquilo tudo de hoje a noite, qualquer um estaria arrasado. - seus olhar demostrava preocupação.

Eu poderia mentir, mas acabei dizendo a verdade. - Não, não estou bem mas se tudo ocorrer como o planejado eu vou ficar. - dei um sorriso sincero.

- Você sabe aonde me procurar.

Não sabia se podia confiar nele, mas oque custa tentar não é?








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