Capítulo 18

1K 107 15
                                    

Eu já tinha me exercitado naquela manhã e estava pronta para mais um dia de treino.

Acho que Saimon tinha razão, eu tinha muita energia dentro de mim e precisava gastar.

Vou para o salão para tomar meu café, e me assusto em não encontrar ninguém mas estava tão determinada eu ir para o treino que não ligo tomo meu lancho e vou para o treino.

- Bom dia Saimon. - digo enquanto ele faz obstáculos no campo.

- Fez oque eu te disse? - ele nem se vira pra falar comigo.

Grosso, nem pra me dar um bom dia!

- Sim e não fiz só oque mandou, também fiz outros exercícios. - digo no mesmo tom de voz que ele.

Seu olhar é impassível e isso me da raiva!

- Bom. - diz enquanto continua oque estava fazendo

AiAi oque tem de bonito tem de marrento.

- Por acaso você sabe aonde está todo mundo? - era estranho ninguém estar por perto e não me falarem nada.

- Você que é princesa aqui Mila, você que deveria saber.

Aí que raiva! Pessoas já foram mais grossas comigo mas dessa vez meu sangue ferveu.

Fecho minhas mãos em punho e minhas tatuagens brilham, derrepente poder passa pelo meu corpo, sinto que vou explodir.

- Mila respire. - ele diz mas manso.

- Eh grosso comigo e agora me manda respirar? Ta de sacanagem né ? - eu estava a flor da pele.

- Mila respira fundo antes que faça bobagem. - ele parece preocupado, mas não comigo, com ele.

Eu não faço a menor ideia do que está acontecendo comigo. Nunca fui de ter raiva ou ter um ataque de nervos.

Olha pra minhas mãos e vejo elas reluzentes como se levassem chamas brancas junto com sigo, os dedos se mexem e a luz acompanha. É incrivelmente lindo e assustador.

Derrepente sinto uma descarga de energia e antes que eu caia de joelhos Saimon me segura.

- Você está bem? - seu tom agora era cauteloso. Quase achei que ele estava realmente preocupado.

- Sim, sim. - me levanto rápido.

- Tem que aprender a controlar seus sentimentos Mila, parece que eles são a chave do seu poder pelo que Stefam me contou. - ele se afasta.

Como ele conhece Stefam?

- Não sei nem qual é meu poder, como saberia oque faz ele surtar por assim dizer? - digo, ainda estava zangada.

- Vamos lá Mila use de raciocínio.

- Ta certo eu sou como uma bruxa, oque eu faço feitiços? - sou sarcástica.

- Não seja ingênua, não combina com você. - diz em desdém.

- O que tem de bonito tem de grosso. - digo baixinho resmungando.

Acho que ele ouviu pois deu rápido sorriso.

O castelo estava queito até demais, nunca foi de ter muitas pessoas, mas sentia que havia algo de errado.

Passo o resto do dia na biblioteca fazendo o que Saimon havia dito, procurando coisas sobre a maldição e meus poderes.

Não descubro nada de diferente sobre a maldição e nada sobre mim, talvez eu seja uma aberração da natureza que nunca ninguém viu antes. Esse é minha hipótese.

- Mila! - ouço alguém gritar.

Saio correndo da biblioteca e me deparo com uma cena horrível.

Dayse chorava enquanto era segurada por um homem de aparência estranha que obtia uma faça em seu pescoço.

Paralisia corre no meu corpo.

- Isso é oque acontece quando garotinhas se metem aonde não e chamado. Que fique como uma lição. - o asqueroso homem diz em sua voz horripilante. E simplesmente corta o delicado pescoço de Dayse enquanto eu vejo seus olhos verdes se esvaziar em.

- Não. - gritei, mas foi em vão.

O homem desaparece, e vejo minha doce amiga ruiva caindo no chão como se fosse em câmera lenta.

Aonde estava os guardas quando se precisava deles!

- Dayse, por favor não! Dayse! Por favor alguém me ajude, socorro! - grito pedindo ajuda enquando minhas lágrimas emanavam como cachoeiras em meus olhos.

Ela não podia morrer nos meus braços!

Os guardas finalmente aparecem assim como Saimon.

- O que houve? Aí meu Deus. - diz ele vendo Dayse ensanguentada nos meus braços

Meu vestido que era pérola se encontrava rosa.

- Um homem.. Simplesmente cortou a garganta dela e desapareceu. - eu estava em estado de choque.

Ele se ajoelha ao meu lado, enquanto os outros guardas correm procurando o homem pelo local.

- Você não consegue fazer nada Mila, não sabe como sei lá salvar ela? Você é poderosa.

Nunca me senti tão inútil na minha vida.

- Eu não vim com um manual sinto muito! - grito chorando.

- Desculpe, deixe eu te ajudar a se levantar, pode deixar que eu tomo conta do resto. - ele toma minha mão.

- Não! Me deixe sozinha. Por favor.

Ele simplesmente sai.

Nunca me senti assim. Nunca vi a morte tão de perto.

Olhava pra baixo e via Dayse com seus olhos brilhantes ainda abertos e seu cabelo ruivos se misturando ao sangue que jorrava de seu pescoço.

- Dayse, eu sinto muito. - a abraçava.

Ela morreu por minha causa, por coisas que eu ainda não entendia não compreendia, era princesa futura rainha mais não me sinto poderosa, me sinto fraca, vulnerável.

Eu não posso ser princesa nem mesmo rainha, eu não... Meus poderes! Por que nesse momento eles não apareceram? Será que eu poderia salvar Dayse?

Estou a beira da loucura.

Saio correndo segurando a calda do meu vestido ensanguentado e vou para o jardim onde eu caio de joelhos prostrados ao chão.

Um força em branco azulado sai de mim ao meu redor fazendo as árvores chacoalharem e o chafariz virar pó.

Não choro só pela morte de uma recém amiga inocente ou por ser minha culpa de certo modo. Choro por tudo! Por ser tola, inútil, por não saber usar nem saber quais são meus poderes, por não ter amigos, por não tem amores verdadeiros, por se sentir sozinha.

- Mila, o rei e a rainha já está sabendo e estão a caminho. - Saimon me diz.

Eu me viro, e digo : - A culpa e minha sabia?

- Como seria culpa sua? Olha você não está bem, vamos entrar. - ele está calmo e manso, diferente de quando estamos treinando de manhã.

- Eu sou apenas uma garotinha tola sendo usada por reis e tendo como resultado: Morte. - eu estava num estado de culpa e pesar que doía a alma.

Ela não diz nada. Apenas anda em minha direção e me abraça. Seu carinho e inesperado, mas seus braços me amparam e me dão certo conforto que me faz chorar até soluçar.

Ele passa a mão em meus cabelos e diz: Você não e uma garotinha tola, é a uma jovem mulher forte e com grande responsabilidade nas mãos. Eu vou te ajudar Mila, você vingará sua amiga, ficará mais forte, saberá usar seu poder e ainda cumprirá seu destino. - ele pega meu rosto nas mãos e diz. - Você já é princesa, futura rainha. Agora irei te tornar uma guerreira. Eu te prometo.

Sua promessa me dá esperanças, afinal o meu destino era dar fim a injustiça, proteger os injustiçados e é isso que irei fazer.

A Filha Do Sol E Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora