Capítulo 40 - Reencontros com o passado

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O seu perfume invadiu o meu nariz, os seus olhos, da cor do mar, penetraram os meus e apesar de toda a fraqueza que sentia nas minhas pernas eu tentei levantar me e caminhei, descalça, sobre o chão frio do hospital. Faltava apenas um passo para que o meu corpo colidi-se com o de Niall mas a debilidade das minhas pernas falou mais alto e o meu corpo caiu, mais uma vez. Senti-o a desmoronar-se em câmera lenta e quando estava quase a atingir o chão umas mãos agarram-me. Mais uma vez um salvador. Ele puxou me para cima e abraçou-me como se fosse o seu universo, o seu ar.
Os meus braços, ainda que eu não os conseguisse comandar muito bem, rodearam o seu pescoço e apertaram-no. Deixei que a minha cabeça, pesada, caísse sobre o seu peito que se movimentava ao ritmo da sua respiração. O seu coração estava acelarado como se tivesse a dar força ao meu.

"Nunca mais me deixes ir, não sem resolver-mos as coisas, não sem antes eu abraçar te e dizer que te adoro e que és demasiado importante para mim para te deixar ir." -Niall susurrou ao meu ouvido. - "É em ti que penso logo depois de acordar, é em ti que eu penso antes de os meus olhos fecharem para um sono profundo. Tu fazes-me tão bem Charlotte. És como um oásis num deserto. Não falas--te comigo desde o dia em que disses te "Não demoro muito", lembras-te? Era já de noite e a nossa chamada no skype estava no ar quando fomos interrompidos. Estavas ali linda e parecias tão feliz, os teus olhos estavam tão brilhantes! Sabes, quero que saibas que os teus "Não demoro muito.", demoram realmente muito tempo, nem sabes o que ansiei e todo o tempo que esperei por ti. Nunca mais vieste. Tentei ligar, enviei-te mensagens mas estas não eram correspondidas, estava desesperado. Não sabia como estavas, se bem, se mal. Estava longe por causa de todos os concertos, viajei de país para país sem qualquer resposta tua, sem qualquer notícia.
Estava a jantar com os rapazes quando de repente uma voz feminina, doce e já conhecida por mim soou na TV, e ali estavas tu com toda a bondade do mundo, vi-te nervosa, ansiosa e até fraca, mas começas-te a falar e nada nem ninguém te fez parar. Não poderia acreditar em tudo o que estavas a fazer. Tentei vir logo para aqui, mas não me deixaram, pois por vezes nem em mim próprio eu mando.

Vim assim que pude e acho que foi mesmo na hora certa. Assim que disse ao médico que podia fazer a operação à Evelyn, vi a Chloe, os teus pais e o Joshua que eventualmente conheci.

Chloe pediu que falásse-mos a sós. Olhei para os teus pais, a preocupação que estavam a sentir transbordava pelos seus olhos e esse sentimento foi imeditamente refletido para mim, apercebi-me que tu não estavas bem."- Ele desfez o abraço e continuou o seu diálogo segurando firmemente o meu corpo para que este não toubasse. Eu, permaneci em silêncio, a ouvir a sua voz. - "Caminhá-mos os dois até ao jardim em silêncio, as portas de saída do hospital abriram assim que detetaram a nossa presença, ao mando da Chloe sentámo-nos num banco do jardim e conversámos sobre todo o tempo em que estiveste longe de mim, o porquê desse afastamento. Senti-me horrível. Como podem os paparazzis tirar assim as pessoas das nossas vidas? Como? Estas são as perguntas que me faço, e para as quais eu ainda não consegui encontrar resposta. Eu adoro a minha profissão faço aquilo que gosto e sou perdidamente apaixonado pelas minhas fãs, mas ainda assim, continuo a achar que a nossa privacidade não nos pode ser retirada. Eu nunca me importei muito com isto pois nunca tinha tido uma consequência tão grave como foi perder-te.
Eu sei que o que te vou pedir é mais do que aquilo que é aceitável pedir mas eu tenho de tentar." - Interrompi-o.

"Niall... Sei que errei ao me afastar de ti sem uma explicação, mas fiquei petrificada com todas aquelas fotos, todas aquelas revistas, aqueles títulos. Vi a minha vida exposta ali, sem qualquer reserva, senti-me perseguida, mais uma vez."

"Charlotte, eu não conseguirei fazer nada a não ser proteger-te de tudo isto e não sou ninguém para te pedir isto, mas por favor, não me faças perder-te por isto. Prometo-te que manterei isto em segredo, não falarei de ti, de toda esta história, foi por isso que doei o dinheiro em anónimo." - Abracei-o com toda a força que tinha recuperado.

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