Visita inesperada

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No outro dia

Isabela

- Isa do céu você está muito ocupada?-A minha amiga e colega de trabalho Mika surge, como sempre causando, na porta do meu consultório. Ela é enfermeira chefe aqui no hospital e digamos que a moça tenha um parafuso a menos assim como eu.

- Não, acabei de atender meu último paciente.

- Graças a Deus! Garota eu estou precisando de uma cardiologista neste momento. Jesus me abana! Mulher de Deus tem um espécime em extinção lá na recepção pedindo para falar contigo amiga. Nossa senhora das calcinhas molhadas! Todo tímido, você sabe que eu não resisto aos tímidos né?

- Eu sei Mi, se bem que você também não resiste a um saidinho, um intelectual, um bombadão.- Eu digo segurando a risada.

- Não me julge.

- Jamais! Julgamentos em geral são modos que machistas que só servem para a mulherada segurar a pepeca indevidamente.

- Se candidata que eu voto em você. Mas a questão é que a enfermeira aqui quase teve um colapso com aquele gato. Ele é muito fofo, claro que eu já me apresentei para ele. Quando ele me deu a mão eu perguntei se ele estava com febre, pois eu tinha sentido ele quente. Você acredita que o fofinho não entendeu a indireta?

- Qual é o nome do boy?

- Vou saber lá eu Isabela! Eu tinha coisa mais importante para reparar.- Ela diz se abanando.

- Eu não tenho mais nenhum paciente hoje. Se bem que se ele é tudo isso que você falou, eu até posso abrir uma exceção e atender o menino, afinal, você sabe que eu sou dessas né.

- Oh se sei!

- Então vaza que eu vou pedir para a recepcionista mandar ele entrar.

- Certeza que eu não posso ficar?

- Vaza!

- Egoísta.- Ela sai mostrando a língua e eu acho que a minha louquice só faz atrair gente maluca.

Em poucos minutos, a porta do meu consultório é aberta e quem aparece não é nada mais nada menos que o Marcelo.

- Oi.- Ele diz ainda na porta com uma carinha tão assustada que chega a me dar dó. Eu acho que eu vou passar anos me culpando pelas coisas que eu falei para ele. Claro que também não ajuda que eu nunca sei ao certo como agir perto dele, o que destoa por completo do meu estado natural.

- Oi.- É sério que a minha voz mal saiu? Eu digo eu fico muito estranha perto desse menino! Cacete, eu sou uma mulher confiante, lidar com caras sempre foi fácil para mim.

- Eu posso entrar?- Ele pergunta e se eu não me engano ele está ruborizado neste momento. Agora me diz que tipo de homem fica vermelho perto de uma mulher nos dias de hoje.

- Po, pode claro.- Só faltava eu começar a gaguejar, que cacete que tá acontecendo comigo? Ou de repente seja justamente a falta de um. Acudam, que a médica aqui precisa de um pegueti urgentemente!

- Eu não queria te incomodar, juro que não vou demorar, você deve estar muito ocupada. Eu acho que eu nem deveria ter vindo.- Ele começa a divagar e pelo menos é um alívio saber que ele está mais atrapalhado do que eu.

- Eu acabei de atender o meu último paciente. Pode ficar tranquilo, você tem todo o tempo do mundo.- Ele me ouve e se eu não me engano ele dá  um sorrisinho meio involuntário.

- Você riu?- Eu tive que perguntar.

- Ri, me desculpe, é que você nunca é tão solícita comigo. Mas no final acho que é tudo minha culpa.

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