3. Oli... Te amo. Z

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POV – Olívia

Nos encaramos tão intensamente que aqueles breves segundos pareceram uma eternidade. Seu olhar era perdido, confuso como se não estivesse acreditando no que via. Eu não deveria estar muito diferente. Ou estava? Soltei o ar de meus pulmões, mas minha respiração continuava falha. Meu coração parecia ter perdido o ritmo. Depois de tanto tempo, ainda me perdia naquela imensidão cor de mel. Seus olhos, fixo nos meus, me transmitiam todos os tipos de emoções. Não existia mais nada além deles. Esqueci de tudo, de Luke, a universidade, até minha dor física já não estava presente. Não existia mais nada além daquele ser humano que agora me encarava com aflição. Era como se seus olhos estivessem gritando por mim. Um pequeno filme passou na minha cabeça...

~ Flashback on ~

Bradford, 23 de Fevereiro de 2013

Aproveitava os últimos minutos de tranquilidade na minha cama, antes de descer e ter que fazer todas as coisas que a mamãe provavelmente havia deixado. Ela estava enchendo a minha cabeça há dois dias, me deixando super ocupada, não sobrava tempo para nada. Acho que ela queria me impedir de pensar na vida, mas isso não dava muito certo. Eu olhava o celular de cinco em cinco minutos, na esperança de ver se ele finalmente tinha resolvido dar sinal de vida. Mas nada. Há dois dias ele deveria ter vindo na minha casa pra gente se ver, mas algo aconteceu e só o que tive foi uma mensagem sua dizendo que não poderia vir. Até entendi, contratempos acontecem. Mas algumas horas depois, ele me mandou outra mensagem, uma mensagem que me deixou confusa, surpresa, feliz também. Ele conseguiu arrancar de mim um sorriso que não aparecia há dias. E depois disso, sumiu...

Tinha tentado ligar inúmeras vezes, mas a ligação não completava. Das vezes que fui em sua casa, bati incansavelmente, mas nunca parecia ter alguém. Achava tudo muito estranho e o pior de tudo é que não podia conversar com ninguém sobre isso. Que saco!

Me ajoelhei na cama e olhei pra janela dele. Ela estava do mesmo jeito de sempre, com as persianas fechadas. Onde esse menino se meteu? Foi então que algo chamou minha atenção. Vi que Trisha saiu pela porta de trás, sacudiu um tapete e depois entrou. "É agora", pensei. A mãe dele está lá, vou e pergunto pelo Zayn. Simples.

Levantei da cama, corri pro banheiro e fiz minha higiene matinal super rápido. Vesti uma calça de moletom preta e blusa cinza. Prendi meus cabelos num rabo de cavalo enquanto descia as escadas, peguei as chaves na mesinha e me dirigi à casa da vizinha.

Bati duas vezes na porta e escutei um "só um minuto", era a voz da Trisha. Estava muito frio naquela manhã, e eu passava as mãos em meus braços na tentativa de me aquecer um pouco. "Deveria ter colocado um casaco, sua tonta.". Agora já foi. Pouco tempo depois, a porta se abriu e Trisha fez uma cara surpresa quando me viu.

- Oli, querida. Eu não esperava você aqui.

- Eu sei. Desculpa atrapalhar, senhora Malik. Na verdade, eu vim falar com o Zayn.

- Com o Zayn? – ela me olhou confusa. – Mas querida, ele não está.

- Eu imaginava, a janela do quarto dele ta fechada. Mas, a senhora pode me dizer onde ele foi? Eu posso esperar aqui até ele aparecer? Será que ele vai demorar?

[Sugestão: ler ouvindo "Amnesia" – 5 Seconds Of Summer]

Trisha apenas me olhava, parecendo mais confusa a cada pergunta que eu fazia. Eu já estava um pouco impaciente, querendo respostas. O frio também não ajudava nada.

- Olivia... – ela começou a falar, mas parou. Olhou em meus olhos, segurou minhas mãos, e naquele momento eu já não estava entendendo mais nada. – Ele... foi embora. Pensei que você soubesse. – disse finalmente e senti meu coração parar no mesmo momento.

Through The Dark | Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora