Era mais um dia de trabalho para Helen. Passou o crachá no ponto da delegacia e seguiu pelo corredor estreito até a entrada da sua sala. Havia uma escrita gasta, dizendo "DELEGADA FORENCE". Desta vez Helen abriu um sorriso de canto, ainda não entendo o que uma cidade pequena como esta tem esse setor, pensou ela ao pegar a chave do paletó e abrindo a porta de madeira fina e acrílico fosco.
Como não havia muito o que ser feito, ela ajudava o Xerife Corff, um senhor corpulento que passava a maior parte do tempo no Buffalo Cafe, a organizar as papeladas de pequenos delitos. Pegou um café na pequena cafeteira no canto da sala e olhou no relógio digital que ficava a cima da saída da sala, marcava 21:05h. Pensou consigo que o plantão apenas havia começado.
Pegava folha a folha, verificando o índice de complexidade de cada delito. As sete e meia um mendigo roubou alguma frutas do feirante que pegava as outras caixas do caminhão. As nove um menino drogado vindo de Fresno tentou roubar uma idosa e por fim à senhora esperava o filho e quem teve que ser salvo foi o assaltante - ela ria. Não havia muitos outro delitos, talvez mais dez ou onze, e não tinha se passado nem meia hota. Carlin, a recepcionista bateu a porta. O xerife estava na linha dois, houve um assassinato no Park City. No mesmo instante, Helen pegou o telefone empoeirado em cima da mesa e apertou três botões.
- Alô, Senhora Cornish?
-Oi xerife, pode seguir.
-Estou mandando o caso ao seu comunicador - um pequeno tablet onde costumam mandar as notificações de delitos - acho melhor você ver pessoalmente.
-Tudo bem, estou pegando as chave do carro e o comunicador.
Não houve um retorno da parte dele. Helen pegou a chave na gaveta lateral da mesa e correu para o carro. Pegou o comunicador no porta luvas. Abriu o caso que apontava como notificação urgente na tela.
"Mary Vivian Walter, filha dos donos da Imobiliária Walter, Paul e Luna Walter. Encontrada aproximadamente as 21:32h pelo faxineiro - as letras desapareceram automaticamente, Helen teve que ter uma atenção redobrada quando dobrava Shoshone Street para a 4th Ave E - havia uma movimentação de carros de policia e alguns curiosos que moravam aos arredores. As fotos rolaram em diagonais em slides sem a mínima montagem. O rosto que aparecerá a pouco na foto três por quatro juntamente com os dados escolares e trabalhista estava desfigurada, com arranhões profundos, na decorrência das fotos horríveis, a que mais a impressionou entre as demais foi um corte calculista fundo perto do peito nu, e um furo onde dava para ver a ausência do coração".
Estacionou perto de uma árvore enorme perto de um poste, pois haviam fitas amarelas de restrição de espaço por todo canto.
Ela atravessou arrebentando algumas. Nunca virá Twin Falls tão movimentada fora os grandes eventos regionais no Park Central e Harmon Park. Procurou nas fortes luzes do palco pela imagem corpulento xerife, mas encontrou um grupo de policiais investigativos do condado com um garoto negro careca, parecia ser do ensino médio, pois ainda trajava o uniforme do time de basquete da Twin Falls High School. Se aproximou bruscamente, não havia feito 48 horas ainda para que eles estivessem ali, a não ser que o xerife houvesse comunicado.
Haviam dois homens investigando, ambos eram altos e fortes, porém um era loiro de cabelos ondulados curtos e o outro de cabelos lisos jogados para cima com um gel fixador. O loiro se aproximou, no distintivo deu para ler seu nome " Carl Monviette - Delegado investigador do estado de Idaho".
-Boa noite, devo supor que seja a Delegada Forence, Helen Biatriz Cornish?
-Sim, presumo que sejam os investigadores do estado - " e intrometidos", pensou consigo.
-Exato, eu sou o Investigador Carl Monviette e esse é meu parceiro Erick Washington, fomos chamado pelo xerife - vou matar aquele gordo, pensou Helen.
Ela observava o garoto em sua frente, impressionantemente ele tinha os olhos amarelos claros, espalhava as mãos pelo banco, parecia em estado de choque. O Sr° Monviette notando o olhar de Helen, falou:
-Este é namorado da vítima, Makie Shelton, eles haviam combinado de se encontrar depois das dez quando faxineiro fosse embora para que pudessem por assim dizer... namorar...
-Para degradar a imagem pública - disse Helen com repulsa.
Makie rachou em estridência quando viu a reação da delegada.
- Juro que não fui eu, Mary e eu só íamos sair escondidos para namorar o pai dela não aceitava nosso namoro. Eu a amava.
Helen dispensou o choro e puxou o xerife para o canto, havia notado a presença dele a alguns segundos.
- Porque chamou a guarda estadual?
- Não fui eu - olhou para uma senhora ajoelhada aos pés de um policial e um homem com as mãos nas costas dela - foram os pais que me obrigaram a ligar.
Casal de empresários, deve haver alguma ligação política na pequena cidade, pensou Helen antes de abrir um berreiro.
- Entendi. Quero ver o corpo!
Ele acenou que sim e seguiu na lateral do palco branco e circular, pulando algumas arquibancadas amarelas. Havia um ano que Helen havia passado no exame de perito forence e vindo para a cidade e não pudera passear muito, nem mesmo lembrava de quando havia saído com Diana e Sarah, sua amigas de aluguel.
- Ali esta o corpo, ou o que restou dele.
O corpo estava coberto por um pano branco. Retirou-o. O corpo se encontrava pior que nas foto, sua pele estava rasgada e pedaços dela pareciam sido arrancados com cortes pesados, um topor desceu pela garganta quando a virou cuidadosamente para ver sua costa. Tinha um risco pontilhado parecendo estar decomposto em sua coluna, as laterais das costas estavam com um tom amarelado quase verde. Helen notou o xerife se afastar. Fraco, pensou consigo.
-Isso seria uma decomposição progressiva de aproximadamente três horas não?
Era a voz de Carl, saindo como um relâmpago repentino de trás.
-Sim, precisamos levar para minha sala na perícia do necrotério. Isso provavelmente foi um urso, esta vendo os arranhões na lateral? - perguntou ela apontando para os cotovelos e tórax arranhado parecendo que algo a pegou pela patas e a mordeu.
Ela virou as costas, haviam vários arranhões pequenos e folhas internas.
- Provavelmente, arrastada a vários metros, pelo jeito - disse Carl, se ajoelhando ao lado dela - então, posso dispensa-lo, não - apontou para Makie.
- Por hora sim - cobriu o corpo novamente e pediu com um gesto interno para que os paramédicos a retirassem - mas, algo à trouxe aqui, e não foi um urso.
Carl estava abismado como ela era controlada e sem expressões de choque, até mesmo ele havia se emocionado com a cena. Ele se dirigiu ao Sr° Washington que tinha ao seu lado o falante Xerife Paul.
- Pode deixá-lo ir, porém, não poderá sair da cidade até o caso ser finalizado pela cidade e o estado.
-Pode deixar, senhores ele continuará por perto para qualquer esclarecimento - disse um homem alto e negro, trajando um macacão manchado de tinta e óleo diesel.
- E você quem é?
- Nick Shelton, pai desse cabeçudo ai - ele não parecia bravo, nem tão pouco envolvido pelo fato de estar cercado por carros de policia e delegados.
Ele segurou o filho pelo braço e envolveu com seus braços suas costas, parecia consola-lo de uma maneira inaudível.
-Nicolas Pedraton Shelton e Jacson Pedraton , os herdeiros da empresa Pedraton na Cidade de Hollister - disse o xerife quando notou certa distância.
-E qual o motivo de ele estar dessa maneira? - disse Erick.
-Os pais não deixaram nada para ele, a herança foi fechada apenas para o irmão gêmeo, ele desde então montou uma oficina na periferia da cidade. Makie é um ótimo menino, sempre participativo e bondoso, duvido que ele tenha feito algo relacionado com essa atrocidade.
Erick apenas assentiu e andou para um Chevrolet 89 no canto adjacente das arquibancadas.
Helen estava com o faxineiro quando observou Nicolas passando ao seu lado. Seus olhos eram negros, suas costas eram largas e rígidas, e andava como se o mundo fosse apenas dele.
Ele a encarou com um sorriso sarcástico e entrou numa caminhonete azul clara estacionada a poucos metro de sua localização.
- Delegada? Delegada?
Chamava Edgar, o faxineiro, sua atenção aos gritos. Ela estava encarando algo que ele havia derrubado no chão, estava brilhante, com as poucas luzes que ainda continuavam acesas.
- Esta bom, por hoje, Senhor Edgar - disse ela não deixando espaço para que ele indagasse.
Ela saiu em disparada a marca prateada na grama. Pegou um amuleto redondo e frio. "É prata", falou para si própria. Era um pingente de um brasão familiar do tamanho da sua palma, com escritas que ela não reconhecia, parecia uma anglo saxão que havia aprendido em um caso em Denver de um estuprado que escrevia palavras de reprovação nos corpos.
- O que tem ai contigo?
Disse o xerife, com uma voz de sono.
-Algo que caiu do bolso de um rapaz junto com Makie.
-Nicolas Shelton, pai dele.
-Amanhã pela manhã eu mando algum delegado entregar em sua casa.
Ele apenas assentiu que sim. E seguiu para o seu carro, Helen o acompanhou colocando o brasão em seu bolso.
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Escape Da Fúria - Dias De Guerra(LIVRO 1)
Tajemnica / Thriller"Poderia apenas fechar os olhos e atirar. Tal criatura me atormentava a visão, seu corpo musculoso saltava a torneável forma canina. Mas seus olhos, mas seus olhos..."