3 - A festa

6.6K 238 7
                                    

Despertei ao som de passos apressados ecoando pelo corredor. Ao consultar o relógio, eram 5h30 da madrugada, mas meus irmãos já estavam doidos, correndo de um lado para o outro. Levantei e fui até o corredor tentar entender o que estava acontecendo. De um lado, Grazi retirava todas as sacolas de seu quarto em busca do biquíni vinho comprado ontem, que, segundo ela, havia desaparecido misteriosamente. Do outro lado, Gabriel procurava a sunga preta que Bruna havia lhe dado dois meses atrás e que ele nunca havia usado. Ao ver todo aquele desespero, agradeci aos céus por minha mínima organização. Na noite anterior, montei uma mochila com roupas e outros itens necessários, além de deixar a roupa que usaria dobrada na cômoda. Tentei ajudar os dois, mas fui afastada com a justificativa de que só iria atrapalhar, então deixei cada um com seu caos e fui me arrumar.

"Estou pronta, vamos?" questionei ao sair do quarto.

"ACHEI!" gritou Gabriel do quarto. "Pode ir tirando o carro, vou só vestir e já desço."

"Tudo bem. E você, Grazi? Pronta?" perguntei parando à porta de seu quarto.

"Só mais uns minutos, vai descendo" respondeu rapidamente. Ninguém poderia negar que eles eram gêmeos; todas as vezes que saíamos, era esse caos.

"Já ligaram para a Bruna e o Victor?" questionei antes de passar pela porta.

"O VICTOR ESTÁ CHEGANDO" minha irmã gritou do quarto.

"A BRUNA TAMBÉM" foi a vez de Gabriel.

"Tudo bem, vou tirar o carro. Encontro vocês na portaria em 10 minutos. SEM ATRASOS!" gritei passando pela porta.

Na noite anterior, durante o jantar, influenciadas pelos rapazes, eu e as meninas fizemos uma aposta idiota: batata frita no milkshake, afunda ou boia? Todas disseram que afundava, eu quis ser do contra, disse que boiava. Como já devem ter previsto, afundou e eu perdi. Resultado: eu seria a motorista do dia. Não poderia sequer tocar a língua em um drinque. Não que eu goste de beber muito, mas um drinque às vezes faz bem. Porém, sem álcool para mim dessa vez.

Tirei o carro da garagem e o estacionei perto da portaria do prédio. Victor foi o primeiro a chegar, alguns minutos depois meus irmãos, e, por fim, Bruna. Com todos acomodados, seguimos em direção ao haras. Após 1h30 de conversas e risadas, chegamos ao local, onde o anfitrião já nos aguardava na porta.

"Vocês vieram mesmo!" comemorou ao ver os demais descerem.

"Claro que sim, não iríamos perder por nada!" informou minha irmã.

"Que bom, fico feliz com a presença de vocês, mas cadê a Priscila? Ela disse que viria" questionou, procurando-me com o olhar.

"Estou aqui!" exclamei, indo em direção ao grupo. "Estava estacionando o carro."

"Que bom que veio, pequena" ele me abraçou e eu retribuí. "Estava com muita saudade de você!"

"Eu também estava" apertei sua mão e sorri. "Mas teremos o dia inteiro para pôr o papo em dia!"

"É verdade" sorriu quando nos desvencilhamos. "Cadê a Tati e o Thiago?"

"Ela me mandou mensagem dizendo que estão vindo. Acho que chegam já já" comentei.

"Tá certo. Venham comigo, vou mostrar o espaço para vocês" nos chamou, e o seguimos por todo o lugar, que, diga-se de passagem, era enorme. "Agora que já mostrei todo o espaço para vocês, podem ficar à vontade. Vai ser mais como um dia de descanso para todos nós; sei que estamos precisando. O churrasco está ficando pronto, os shows começam daqui a pouco, e a piscina está aberta, divirtam-se" informou aos demais. "Quanto a você, pequena, que tal um passeio a cavalo?" perguntou-me, olhando.

ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora