Eu sabia que a minha hora tinha chegado. E nada podia mudar isso.
Londres, Inglaterra, 3:59 pm.Acordei assustada, sabia que algo iria acontecer. Se fosse o que eu imaginava, não estava preparada.
Sempre soube que esse dia ia chegar. Todos sabem, só não admitem para si mesmos.
O momento que eu mais tenho medo disso tudo são as lembraças, do meu sobrio passado, que ninguém gostaria de ter.
Tudo bem, eu já tinha idade para aceitar a morte. Mas eu não queria lembrar de exatamente tudo, tudo o que eu já passei, bulimia, anorexia, bullying, problemas familiares, depressão, cortes, amizades, namoros, pensamentos suicidas, e também a parte rebelde da vida, com os pensamentos mais futeis, idiotas, e sem noção, que qualquer pessoa passa. Eu sou muito lerda pra não perceber que já havia começado, o meu fim.Eu não consiguiria voltar a dormir.
Eu queria trancar toda a minha casa com as mais fortes trancas, para que nunca, nunca, me achassem. Mesmo sendo meio impossivel, porque no fundo eu sabia que tinha pessoas, poucas, que se importavam de verdade comigo.Comecei a lembra do meu passado, já tinha começado, não teria volta.
Nove. Eu tinha apenas nove anos, quando a minha vida virou uma tormenta.
A primeira briga séria que eu precensiava dos meus pais.
Nada muito sério, logo voltou tudo ao normal.
Dois anos depois a primeira decepisão amorosa.
O primeiro coração quebrado.
O primeiro corte.
O primeiro pensamento suicida.
Charlie. Esse era o nome do garoto que deixou meu coração em pedaços pela primeira vez.
Eu achava que a vida era um conto de fadas, doce ilusão.
No meu doce mundo cor de rosa onde quase tudo é perfeito, fui eu, a doce e inocente menina, dos longos cabelos loiros lisos e sedosos, grande esferas azuis, e bochechonas, enormes.
Fui contar para o menino de olhos verdes, cabelos loiros bagunçados que eu gostava dele.
Pode-se dizer que eu me fudi.
Para um garoto de 13 anos ele tinha um palavriado muito forte, digamos de passagem.
Eu estava deprimida.
Já tinha ouvido falar que cortes nos pulsos aliviava a dor.
Peguei uma lamina qualquer no banheiro dos meus pais. Coloquei nos pulsos e passei aquilo sem dó, sem duvidas aliviava. Cortei os pulsos, pernas e até uns cortes da barriga. Eu queria que isso acabasse logo.
Continua...
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A morte que ninguém quer ter.
Teen Fiction"Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona."