Eu estava apreciando minha dor. Estava largada no chão do banheiro, com o sangue saindo de mim, minhas lembranças não haviam terminado, quem dera, elas mal haviam começado.
Me lembrei de uns dos primeiros dias na escola nova, crianças brincavam, choravam, faziam criancices, e eu estava em um canto qualquer, sozinha, sem amigos. O sinal tocou e eu fui pra minha sala, seguindo uma fila de crianças. Eu sentei no fundo, quando passava ouvia as crianças cochicharem "gorda", "feia", "você viu a mochila dela? Não é da barbie, perdedora" e mais uma lista de coisas.
Se a minha vida já era ruim assim com sete anos, ela só piorou.
Tive que ouvir esse tipo de coisas no ensino fundamental dois, no primario, e até na faculdade.
Eu não podia fazer nada, eu era apenas uma criança. Não tinha jeito de um serial killer ou muito menos coragem para machucar ou matar aqueles que me faziam mal. Não era corajosa o suficiente para enfrentalos, eu era apenas uma perdedora.
Eu tentei mudar, eu tentei.
Tentei virar uma cópia da barbie, ser popular, ter amigos, talvez até um namorado. Eu consegui. Mas num mero deslize tudo acabou, tudo foi por água abaixo. Aquilo estava no meu sangue. Eu era uma perdedora, sempre seria.
Então, eu pensei em me matar, tantas vezes, mas me faltava coragem. Até que um dia eu estava muito mais demiprida do que o normal. Era arriscado, eu estava sozinha em casa. Subi para meu quarto, abri a janela, olhei para baixo e vi a piscina, se eu me jogasse com impulso suficiente eu iria cair nela, inconsciente. Olhei no relógio, estava perto da hora que meus pais chegavam em casa, me joguei. Cai na piscina, estava frio, quase nevava, e então eu acordei, num quarto de hospital. A frustração tomou conta de mim.
Mais, e mais cortes.
Heeeeeeeey. Aqui estou eu depois de muito tempo. Votem. Até o proximo capitulo, beijinhos.
Continua...
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A morte que ninguém quer ter.
Novela Juvenil"Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona."