Capitulo XII - Meia Lua

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O medo me transtornava.

O sangue pulsava mais forte em meu corpo.

Como encontraria este tal livro?

Meu pai nunca tinha comentado, nem mesmo mostrado ele para ninguém

Ele era como um baú,quando chegava a casa somente me dizia boa noite,levava-me até a cama e apagava a luz, para nos encontrar-mos novamente só no outro dia.

Por isso quase não sabia da vida dele, mas sempre achei incrível pois sabia tudo sobre mim mesmo sem estar comigo.

Completamente ao contrário de minha mãe, que sempre estava presente em minha vida, estava em todos os lugares e sabia tudo sobre mim.

Eu a amava com todo meu coração.

Era minha protetora.

Uma vez, meu pai chegou à casa, bêbado e logo veio para cima de mim:

_O que foi?

_Nada papai...

_Papai? Desde quando?

_Que isso pai?

_Não sou seu pai.

Chorando corri para o meu quarto e me tranquei, logo mamãe apareceu:

_O que esta havendo?

_Meu pais esta louco.

_O que ele fez?

_Disse que não é meu pai.

_O que fez com ele?

_Nada, chegou bêbado

_Vou falar com ele.

Quando chegou ao quarto dos dois, ouvi muitos gritos e minha mãe chorar.

Depois de meia hora ela correu para o meu quarto e se trancou comigo.

Observei que o rosto dela,estava marcado:

_O que ele fez?

_Nada

_O que é esta marca no rosto da senhora?

_Nada de mais.

Naquela noite percebi que haviam brigado por minha causa.

Agora minha mãe estava perdida, não tinha certeza se estava com aquele homem ou se era um blefe, para simplesmente conseguir o tal livro.

Os dias se laçavam,as noites se perdiam,e a data se aproximava.

Por mais que pensasse não encontrava nenhuma solução a não ser de procurar o livro.

As complicações que tinham aparecido depois da morte de meu pai,eram tantas que já tinha desistido de tudo,a única coisa que me mantinha de pé,era a vida de minha mãe.

A terceira noite após o desaparecimento de mamãe chegou, o cansaço me venceu e o sono me derrubou.

Durante a noite o sono era tão profundo que acabei sonhando.

O sonho era tão real que quando acordei parecia ainda estar nele.

Um homem que se dizia meu tutor:

_Apenas escute...

_O que?

Parecia que minha voz não saia.

_Apenas escute, não se esforce

_O que esta havendo?

A voz se mantinha.

Escrito por linhas tortasOnde histórias criam vida. Descubra agora