Capítulo XXII

44 3 2
                                    

- O que se passa fofa, estás pensativa? - Era o John.

- Não se passa nada.

- Imagina se passa-se.

A minha vida está uma porcaria, estou triste, não sei o que devo fazer. Falta-me alguma coisa. O David.

Bem, eu queria vê-lo outra vez. Estar bem com ele. Depois do trabalho fui para casa a pé solitária a ouvir musica até a casa. Andei uns 15 minutos. Amanhã já não tenho aulas, estou de férias. O que irei fazer nas férias?

O dia seguinte acordei cansada, sem vontade de levantar da cama. Por mim ficava ali deitada para sempre. Mas tinha combinado com a mãe ir lá hoje. Levantei-me tomei um duche e fui para lá bem cedo. As dez já estava lá. A mãe ficou contente por me ver. Tentei tocar no assunto da rosa, ela desconversou. Mas deixa quieto, quando o Don chegar vamos falar. As minhas tias e a Ella estavam ainda deitadas.

- Acordaste cedo hoje mi piccolo, o que se passa?

- Não conseguia dormir.

- Mas porquê minha querida?

- Estive a pensar, as vezes acho que sou muito dura com as pessoas que gosto.

- Hum... - Assentiu - É sobre o teu amigo David? Pensei que já se tinham entendido.

- Sim mãe, desentendemo-nos novamente.

- Mi piccolo, isso é normal nós, as vezes, somos um pouco maus com aqueles que amamos. Devias avançar e tentar conversar, mesmo sabendo que temos a maioria parte da razão.

A mamma tem razão, devo mudar a minha forma de pensar e agir, senão passarei a minha vida toda triste com todos aqueles que adoro e erram comigo. Eu também erro. Claro que gostaria que me perdoassem. Mas achas que liguei? Não. Quando o ver, se isso acontecer, tento falar. Entretanto as nossas visitas acordaram, almoçamos juntas. Não houve,nunca mais, comentários da Tia Grace. Mas bem no fundo sei que ela voltara a tocar no mesmo assunto. As vezes tenho aquela sensação que ela ira comentar qualquer coisa relacionada.

- E namorados Susana? Como está isso? - Pergunta a tia Emilly ajeitando os seus óculos.

- Estão soberbos tia. - respondo com exagero. Tento, juro que realmente tento, levar tudo no relax, mas não consigo. Estou sempre na defensiva com elas. Não sei quando vão criticar sobre algo em mim ou na minha família.

- Susana...

O pai chegou um pouco antes do jantar.   

Eu e a família tínhamos passeado durante a tarde, fomos ao Manchester Art Gallery . Bonito e encantador. As artes expostas serviu de inspiração para o meu projecto de final de curso, adorei tudo aquilo, os detalhes das obras, fascinou a minha pessoa. Entrar num lugar como aquele foi relaxante, o lado de fora é um autentico obra de arte, os grandes pilares que sustentam o tecto. Subindo a escadaria, tive uma sensação de entrar num lugar muito especial. Grandes corredores decorado com pinturas antigas, esculturas antigas e modernas de vários artista condecorados. Um espaço gigantesco cheio de obras deslumbrantes. Só indo lá para saber a sensação do lugar, a energia envolvente.

O  papa deixou-me em casa. Pela minha surpresa a Ana estava lá. Sabia porquê a casa cheirava a esparguete a bolonhesa. Fui a panela, cheirinho bom. Se não tivesse cheia do maravilhoso Wellington Beef da minha mama, um prato tipicamente inglesa feito com filé de bife, cogumelos, massa folhada e patê, Hum, tão bom, sem duvida tinha atacado o esparguete.

- Olá, boa noite. - Fui cumprimenta-la ao quarto. Ela estava concentrada ao computador, sabe-se a fazer o quê.

- Boa noite. - Respondeu distraída.

Onde ME FUI METER?Onde histórias criam vida. Descubra agora