Capítulo 21: Foi embora, mas eu nunca disse adeus

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OBSERVAÇÕES:

O título desse capítulo pertence a uma música do Capital inicial e bom diz todo sobre o capítulo de hoje, espero que gostem.

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I

A mente de Loki transitava entre a realidade e a escuridão em um silêncio forçado que aos poucos o dominava. Estranhamente, tudo ao seu redor parecia ter adquirido um tom intenso de vermelho. Ele já não conseguia distinguir o que era real ou não. Sua mente parecia distante de tudo que se passava a sua volta por mais que ele se esforçasse para se manter ali. Sua mente só voltou a focar no que acontecia ao seu redor quando o som de gritos cortou o silêncio em que estava se afundando.

Quando tudo a sua volta voltou a fazer algum sentindo, Loki não pode deixar de encarar perplexo a jovem que estava a sua frente, tingida por um vermelho intenso.

– Sigyn! – ele não conseguiu reprimir um grito.

Seus olhos corriam pelo corpo da jovem procurando por algum ferimento, mas para seu alivio e espanto ele nada encontrou. A jovem mantinha uma expressão assustada e suas mãos tremiam. Sigyn encarava suas mãos trêmulas enquanto aquele que antes a ameaçava se contorcia no chão.

– O meu braço! – o homem gritava entre gemidos de dor – Olhe o que esse monstro fez com o meu braço!

Loki permanecia surpreso com aquela cena a sua frente, ele queria gritar para que Sigyn fugisse, mas não conseguiu pronunciar uma palavra e teve de se contentar em ver a jovem estática no mesmo lugar.

Skurge era outro que não conseguia acreditar ou entender o que havia acontecido, parecia que a jovem havia explodido o braço de seu comparsa apenas encostando a mão nele, isso justificaria aquele estrondo, mas ele ainda não conseguia acreditar que aquela mera camponesa conseguisse tal feito.

E o último dos homens que acompanhava Skurge observava Sigyn com um olhar carregado de ódio que se intensificava cada vez que ele escutava os gemidos de dor de seu companheiro. Movido pela irá ele se aproximou de Sigyn e a puxou violentamente pelos cabelos, quebrando o transe em que a jovem parecia presa.

Loki tentava em vão se levantar e sentia o ódio tomando conta de todo o seu corpo. Skurge iria pagar por aquilo, iria pagar caro por cada arranhão que Sigyn havia sofrido.

– Vou fazer você implorar pela sua morte. – o homem disse arremessando Sigyn com violência contra uma árvore, e antes que a jovem despencasse no chão o homem a segurou pelo pescoço tentando sufocá-la. A jovem se debatia enquanto sentia que aos poucos estava sufocando e perdendo os sentidos, queria lutar, mas seus braços não se mexiam, estava presa ao seu próprio desespero, que se expandia cada vez mais conforme a pressão sobre seu pescoço aumentava.

O exilado contemplava o pavor nos olhos de Sigyn, havia sido banido exatamente por isso, por gostar de torturar prisioneiros até que sucumbissem a morte. Havia feito isso com vários presos.

– Morra! – rosnou.

"Eu vou morrer", era só nisso que Sigyn conseguia pensar, nem em seus piores pesadelos pensou que fosse morrer daquela forma. Ela mal conseguia respirar, sentia dor por todo o seu corpo e temia que aquelas fossem as últimas sensações que sentiria em sua vida. Aos poucos seus olhos iam se fechando, abraçando a escuridão que a consumia. Estava quase se rendendo ao fim, quando através de seus olhos semiabertos ela pode observar algo atingindo o peito daquele que a sufocava, uma flecha, e aos poucos sentia que a pressão sobre seu pescoço diminuía e o ar voltava aos seus pulmões enquanto outras flechas acertavam o homem que aos poucos a soltava tombando no chão e levando a jovem consigo que caiu de joelhos.

Insaciável (Loki)Onde histórias criam vida. Descubra agora