Heidi: Vou dar, portanto, início à nossa entrevista, começando por te perguntar que mensagem pretendes transmitir com as tuas histórias?
Sky: É uma pergunta complicada, ou mesmo um pouco subjetiva para mim e para os meus leitores. Antigamente, confesso que não me importava com mensagens ou ideais; era apenas eu, as minhas personagens e um enredo completamente estranho e que, particularmente, envergonho-me dessa fase que passei cá! No entanto, o tempo foi passando e, consequentemente eu fui crescendo (como era de esperar, embora continue com menos de um metro e sessenta) e, principalmente a minha mentalidade alterou-se, de tal forma que juro que não me reconheço. Não que isto seja mau, muito pelo contrário, acho que estou muito mais crescida neste momento e isso reflete-se na Melophobia. Eu adoro-a, admito, nada que seja novidade para quem a lê, ou mesmo que seja um facto bastante impressionante! Porém não consigo ter uma posição relativamente a este livro. Dou o meu melhor na sua realização, mas nem eu sei o que pretendo transmitir. Sei que para algumas pessoas poderá parecer estranho, mas para mim não é. Gosto de me perder nas palavras; gosto de ser a única pessoa que sabe tudo sobre a Melophobia; e gosto principalmente de me tentar encontrar, enquanto me perco na mente insana da personagem.
Heidi: Melofobia? Interessante, esse corresponde a um pavor à música. Porque é que escolheste essa fobia em particular?
Sky: Não tenho nenhuma razão muito forte, para ser honesta. Longe de ter essa fobia, como é óbvio para quem me conhece, pois passo a maior parte do tempo a falar de música, eu tornei-me fã (há muito tempo) dos Cage The Elephant, e a primeira música que ouvi deles foi a Cigarette Daydreams (a qual ainda amo profundamente) e que faz parte precisamente do terceiro álbum da banda, que também se chama Melophobia. Um dia estava curiosa sobre tão estranha fobia e fui procurar o seu significado; de repente surgiu-me uma ideia: Porque não criar uma história onde uma das personagens é possuidora desta fobia?; e assim aconteceu.
Escolhi esta fobia porque me atraiu particularmente, pela sua estranheza, e pela confusão que gerou em mim.
Heidi: Mas tendo em conta que não existem registos alguns de pacientes que sofram ou tenham sofrido dessa fobia, como é que justificas o facto da tua personagem sofrer deste distúrbio?
Sky: A história não é verídica; as personagens apenas existem na minha cabeça e na cabeça dos leitores. Sou livro de imaginar o destino e as características de cada uma das personagens; sem ter em conta alguns detalhes, como o que referiste. Porém acho que é extremamente importante ter em atenção outros aspectos que, no meu ponto de vista, muita gente não tem esse cuidado. Para ser honesta, acho que o facto de não existir qualquer registo de melofóbicos, não impede ninguém de imaginar um personagem com esta peculiar característica!
Heidi: Contudo há que concordar que no mundo atual em que vivemos isso seria praticamente impossível, não achas? Afinal vivemos num mundo em que tudo gira à volta da música, desde bebés que contactamos com ela.
Não querendo desrespeitar ninguém, já agora.
Sky: Não te preocupes, não estás a desrespeitar! Sim, claro. Não vou vir com aquela frase "Nada é impossível" porque acho-a demasiado tumblr e cliché. Continuo com a minha posição.
Heidi: E toda a gente deve ter a sua posição bem vincada! Agora, prosseguindo, conta-nos algo sobre ti que ninguém saiba... Um segredo engraçado que achas que os teus leitores gostariam de saber!
Sky: Outra pergunta difícil e que odeio que me façam. Nunca sei o que responder! Talvez... Sou bastante sentimental e vou-me abaixo muito facilmente mesmo.
Heidi: Sempre é alguma coisa! Pensas que o facto de seres uma sentimentalista te auxiliou a colocar mais emoções nas tuas histórias?
Sky: Definitivamente sim. Apenas na Melophobia, na minha opinião.
Heidi: Agora, uma questão mais pessoal devo dizê-lo, tendo em conta que as tuas histórias possuem muito um cariz romântico, dirias que a tua vida, em termos de namorados, corresponde ao que escreves?
Sky: Não necessariamente. Tenho namorado, mas não tem nada a ver com o que escrevo. Escrevo o que idealizo, imagino um mundo perfeito (com as suas estranhas imperfeições). Porém a realidade não é bem assim. Por vezes tenho dias tão horríveis (e aqui entra o que disse em cima) em que só me apetece chorar e tal,... Outros que estou mesmo feliz! Todavia não trocava o que tenho com ele por um romance como o que imagino! Estou tão bem assim, para ser honesta!
Heidi: Ótimo, desde que estejas feliz e te sintas confortável acho que caminhas na relação certa. Todavia, eu tenho de perguntar, o teu namorado sabe que escreves? Se sim, de que forma ele te apoia?
Sky: Sabe, mas não costumo falar muito sobre isso.
Heidi: Entendo. Agora, para finalizar, gostaria apenas de trazer ao baile algo do passado: relembro-me de há alguns tempos terem comparado a Chloé à Atena da Drunkada. Como reagiste a isso?
Sky: Já foi há muito tempo, não me lembro muito bem, para ser honesta. Porém, agora que analiso a situação, concordo com algumas críticas que a rapariga fez à Chloé. Contudo não a apago, porque foi a minha primeira Fanfic e, apesar de não gostar nada dela, tenho pena de a apagar, sinto como se estivesse a apagar um bocado de mim!
Eu já falei com a autora da Atena, e não há mal entendidos agora. Não considero a Chloe uma cópia da Atena, mas isso são opiniões; não quero saber do que dizem sobre o que escrevo, para ser franca.
Heidi: Dou portanto a nossa entrevista como terminada. Obrigada pela tua colaboração, foi uma entrevista bastante divertida. Espero que tenhas gostado. Aconselho também às pessoas que estão a ler esta entrevista a lerem as tuas obras, nomeadamente, a Chloé, a Melophobia, Flying, os teus dois volumes da Cigarette daydreams e a vision.
Sky: Oh eu é que agradeço muito por teres feito a entrevista! Foi totalmente diferente daquilo que imaginava que iria ser, porém no bom sentido! Ao contrário de ti, apelo só que leiam a Melophobia. Na minha opinião é a melhor e a minha preferida. Note-se que a Flying e a Visions não são minhas; são apenas traduções.
Mais uma vez obrigada!