E Quando O Sol Chegar II TEMPORADA - O que faremos com esse amor?

Capítulo 10- Ela nunca esqueceu de você

Neymar
Tudo passava na minha cabeça como flashbacks e palavras.
Ali naquela sala de espera, eu não via mais nada além de um homem quebrado. Eu estava perdendo o amor da minha vida. Eu teria que suportar uma dor terrível ao viver sem ela nesse mundo. Como eu iria suportar? Como viveria sem aquela jogada de cabelo? Sem aqueles olhos tão profundos e misteriosos? Como nunca mais ouvir aquela voz e sentir aquele beijo? Como esquecer nossas risadas e brigas? Como poderia amar alguém novo? Como esquecer aquele amor? Eu não sei como. Eu não estou pronto para perde-la.
Enquanto minha cabeça doía e as lágrimas escorriam sobre meu rosto, eu estava na sala de espera de um hospital. A    Nicky e o Cris estavam comigo. Eles me contaram mais detalhes sobre a história toda. Ela foi fazer a última cirurgia. Pensar que ela poderia ter uma morte cerebral me fez ficar pior ainda. A essa altura eu já tinha tinha ligado para todos de lá de casa. A Rafa ficou desesperada e estava vindo com o Gil. Meus pais ficaram em casa orando por ela. Os minutos se passavam e eu não sabia o que fazer ou como fazer.
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Nicky

Eu ouvi dizer que o amor nunca morre. Mas aqui dentro de mim eu q pergunto..
O que acontece quando aquele que amamos morre? E se quem a gente ama morre?
Daí eu percebi que o amor é eterno. Foi aí que eu percebi que quando é amor, é incondicional. Não sei o que vou fazer se perder a Belly e nesse momento, me pergunto se ela pode ouvir o que eles dizem na sala de cirurgia. Ou melhor, me pergunto se ela esta pensando em nó. Eu não sei se ela pode nos ouvir ou sentir nossas orações, mas se ela puder, eu quero que ela saiba que ela foi a melhor amiga que eu já tive. Quero que saiba, que quero muito que você volte. Preciso muito de você aqui. Mas mesmo de você não voltar, você vai continuar presente em nós. E cada pedaço seu não será esquecido. Isabelly não é do tipo de pessoa que é esquecida facilmente. Meu coração está com você.
 Já se passaram 5 hs desde que a Belly foi para a cirurgia. O Ney está com a irmã e o amigo dele aqui. Eles choram depois oram e depois ficam pensando em silêncio. O irmão da Belly já está a caminho. Eu sei que parece loucura, mas pude jurar sentir a Belly me abraçando. Como se ela tivesse pulado em cima de mim como sempre fazíamos. Deus eu ainda preciso disso.
 Fui até o Neymar. A cara dele não estava das melhores. Na verdade, a de ninguém estava. Ele não havia comido nada. O Cris trouxe um sanduíche pra mim algumas horas atrás, mas ele continuava imóvel. Comi se estivesse em outra dimensão. A Rafa, a irmã dele, não soltava a mão dele por nada. O Gil tinha ido ao banheiro.
- Hey camisa 10. - ele olhou pra mim como se tivesse 6 anos e acabara de levar uma bronca de um adulto.
- Oi Nicky.
- Tem certeza que não quer comer nada? Nem uma barrinha de cereal?
- Posso te perguntar uma coisa?
- Pode. - falei me sentando do outro lado dele.
- Ela lembrou de mim quando você escreveu a carta?
- Não. Ela nunca esqueceu de você, de certa forma. - ele se ajeitou na cadeira e me olhou como se não estivesse entendendo. - Quando eu chegue lá, tudo que ela me dizia era que tinha a imagem de um jovem na cabeça. Ela lembrava do sorriso dele e da voz. Sentia o perfume dele em todos os lugares. E quando ela pensava nisso, o coração apertava. Então eu contei a ela sobre você. Ela ficou por 1 minuto parada como se estivesse lembrando de tudo que aconteceu com vocês. E quando voltou do flashback, ela chorou desesperadamente. Ela queria voltar para você mas ela não queria que você sofresse. Ela lembrou da decisão que ela tomou. Só que depois, descobrimos esse tipo de cirurgia e resolvemos tentar. Quando você ligou pra ela naquela noite e ela ouviu sua voz, por mais que ela não tenha dito isso, eu sabia que ela queria mais do que nunca ficar com você.
Quando terminei de contar a ele, estávamos todos chorando. Isso realmente é o momento mais difícil da minha vida. No mesmo instante duas coisas aconteceram: O irmão da Belly entrou pela porta correndo desesperado. Fomos até ele para recebê-lo. Nesse mesmo instante, o cirurgião abriu a outra porta no final do corredor. Seu semblante era cansado. Ele passou a mão pelo rosto e nos olhou com uma expressão ilegível. Senti que todos os batimentos cardíacos dentro daquela sala cessaram. Então ele abriu a boca e falou em um tom calmo.
- A cirurgia terminou.