Lua De Sangue

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Quando peguei a direção, Mike já estava no banco traseiro, vendado, calado e tenso.
- Siga em direção à sede da L.S. Você ainda sabe o caminho, certo? - certificou-se Dawson.
- É óbvio que sei, Dom. - Disse, me referindo a ele com o apelido dos tempos que ele era meu tutor - Faz apenas um ano e meio que não vou até lá. Você sabe que tenho memória de elefante. - falei.
- Ora, ora. Parece que nesse meio tempo seu humor negro e sarcástico não mudou muito, não é? - disse Dom.
Segui pela rodovia até chegarmos à entrada da Área de Sangue. Era assim que chamávamos a sede da Lua de Sangue. Ela ficava debaixo de 3km de terra e rocha sólidos, indetectável perante os radares dos Anjos. Entrei pela rampa que se abriu à nossa frente e liguei os faróis da Nissan de Mike. Depois de entrar 3km na terra e na rocha, chegamos ao estacionamento da Sede. Dom me entregou uma Glock com o pente cheio na mesma hora em que pulava do carro em pagava Mike no banco traseiro.
- Por que a pistola? - perguntei, assustada. A Sede era o lugar mais seguro do mundo. Mesmo com todas as "filiais" da Lua de Sangue pelo mundo, a Sede era a fortaleza mais impenetrável em que eu havia entrado nos meus 19 anos, não havia possibilidade de ser invadida pelos Anjos.
- As ameaças têm aumentado. Os Anjos estão por toda parte. Estamos reunindo esquadrões com nossos melhores agentes. Eu explicarei melhor na sala de controle. Mas antes, você e seu namorado precisam de um banho e roupas. Não é aceitável que eu me reúna com agentes vestidas com biquínis. - Disse Dom, enquanto me conduzia ao meu velho aposento dos tempos de Caçadora.
- Ah, é? Nem mesmo se ela for sua filha? - Falei, brincando, e Mike, provavelmente chocado demais para emitir algum som, até agora, gritou do ombro de Dom:
- Como assim, você é filha desse maluco!? - e logo acrescentou - Ei, amigão, você poderia me colocar no chão e tirar essa venda da minha cara, por favor?
- Sim, ela é minha filha. E pode tirar a venda também. - Disse Dom, enquanto colocava Mike no chão. Na mesma hora, Mike me olhou com expressão de curiosidade.
- Eu te explico tudo depois. Mas, Dom, porque o Mike está aqui, afinal?
- Sala de controle em trinta minutos, González. Quero você com suas roupas de trabalho e seu namorado com roupas de aprendiz. González, armas no coldre, pulseiras de comunicação no pulso, olhos e ouvidos alerta. Trinta minutos. - Disse Dom, e saiu.