The Age Of Adaline

Faster

Lauren POV

Essa foi a primeira vez que cheguei em casa realmente contente com alguma coisa, passei a tarde toda na companhia de Camila, que além de inteligente, bonita e super interessante era o tipo de pessoa que você poderia passar a vida toda conversando tranquilamente e nunca faltaria assunto, e não pense que os assuntos eram vazios, muito pelo contrário, sempre divertidos ou intensos, sempre te faziam prestar o máximo de atenção possível, e acredite, depois de tantos anos, encontrar uma pessoa assim era motivo suficiente para me arrancar um sorriso de orelha a orelha. Eu não consigo descobrir o motivo de querer me aproximar tanto dessa garota, simplesmente não me ocorre uma explicação sensata para o meu repentino interesse nela.

Suspirei, mantendo meu sorriso no rosto, em minha mente pensamentos sobre minha estagiária seguiam os mais diversos cursos, a maioria deles era sobre sua beleza, em como ela conseguia ser sexy sem precisar se esforçar pra isso, como por exemplo logo depois que almoçamos e fomos até o meu escritório, pedi a ela que tomasse nota de algumas exigências para a nova exposição que aconteceria dali dois meses, e por algum motivo ela achou sensato colocar o fim do corpo da caneta nos lábios e ainda não satisfeita, tocar com a pontinha da língua o tampo, agora imaginem a minha reação diante daquela garota incrivelmente linda fazendo uma coisa dessas, pois é, é muito auto controle para uma pessoa só.

Talvez não seja certo pensar nela dessa forma, mas o que eu podia fazer? Controlar minhas atitudes era razoavelmente possível, agora meus pensamentos, isso sim era absolutamente uma missão impossível, o fato é, eu sempre senti atração por mulheres, desde quando entendi o que era "atração", venho me relacionando com elas desde então, não posso afirmar que nunca estive com homens, pois isso seria uma mentira descabida, mas nunca foi a mesma coisa, e sinceramente, eu não gostava nem um pouco, o que acontece é que eu nunca me senti assim por mulher nenhuma, em toda a minha vida, ninguém nunca me deixou desse jeito em tão pouco tempo, sendo realista, eu estava com medo, e ao mesmo tempo querendo investir em algo, eu nem sabia se ela era interessada em mulheres, não tínhamos intimidade o suficiente para esse tipo de pergunta e eu tão pouco a conhecia tão bem para deduzir algo, tudo era complicado demais, até para mim. Eu estava tão distraída que só depois de algum tempo percebi Charlie mordendo meu tornozelo, pedindo do seu jeito um pouquinho de atenção, peguei ele no colo como de costume e contei tudo sobre meu dia, bom, com isso eu quero dizer, contei tudo sobre Camila.

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Acordei suada e confusa, poucos minutos antes de meu despertador começar sua luta matinal para me acordar, tive um sonho estranho com meu acidente de décadas atrás, agradeci todos os anjos possíveis por ter acordado, sonhos como esse não me ocorriam com frequência, mas quando vinham, eram perturbadores em excesso, levantei e fui direito pro banho, afim de me livrar da camada de suor instalada em meu corpo, ao sair optei por usar uma roupa casual, nada muito social, calça, blusinha e tênis, eu não tinha chefe mesmo, fazia um pouco de calor, então amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e sai de casa, ia passar em uma cafeteria a caminho do museu para comer alguma besteira antes de começar o dia.

Assim que entrei no hall segurando dois copos de café nas mãos, Paige veio a meu encontro, simpática como sempre, sorriu ao se aproximar.

- Bom dia senhorita Jauregui – Falou assim que atingiu a distância desejada.

- Bom dia Paige, como estamos? – Respondi com a mesma simpatia.

- Muito bem, graças á Deus. Eu só queria lembrar a senhora da festa no sábado, você deve uma resposta ao organizador.

Franzi a testa, procurando em minha mente algum resquício de que sabia do que ela estava falando.

- Desculpe, que festa? – Perguntei confusa.