"Depois
De varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar..."
(Depois- Marisa Monte)○●○
O som da televisão importunava o meu precioso silêncio.
Mas pouco importa. Eu estava totalmente desconecta deste mundo para levantar e ir em busca do controle remoto e desligar essa bendita "TV".Apesar de eu não faço a mínima ideia de quanto tempo estou aqui sentada em minha cama a chorar, eu não conseguia ter outra reação a não ser essa: Chorar.
As lágrimas escorrem naturalmente pelo meu rosto e eu não me dou o trabalho de enxuga-las.Não tem jeito: toda vez que eu olho para o guarda roupa em minha frente, que está do mesmo jeito que Breno deixou ― com as portas abertas e cabides vazios ― meus olhos embaçam mais e mais.
"E lá vamos nós..."
Havia uma espécie de buraco em meu peito, onde não se dava para descobrir seu fim.
E a dor era tão insuportável que me faltava o ar. Credo!
Talvez doesse pela ausência de Breno em meu dia a dia ou a dor maior seria para o que está por vir?Não sei.
Finalmente saí deste transe que eu me encontrava. Apoio às mãos no colchão para buscar forças para me levantar.
Caminho devagar até o banheiro e lavo o rosto. Olho no espelho e vejo uma imagem devastadora: meus olhos inchados, nariz vermelho e lábios esbranquiçados.
Antes que o choro retornasse, respirei fundo e fui até minha bolsa. Pesquei meu celular e tirei do modo avião. Tinham exatas nove mensagens do Marcelo.
Ele é a última pessoa que eu gostaria de falar neste momento.
Eram quase oito horas e eu preciso ir trabalhar. Folheei rapidamente a minha agenda e só tenho três consultas marcadas para hoje.― Graças a Deus. ― digo para mim mesma.
Desligo o celular novamente e me arrumo rapidamente. Não posso deixar meus pacientes na mão.
Por ser sábado, o consultório fecha após o horário do almoço. Expediente curtinho e uma ótima oportunidade de um passeio no shopping. Mas hoje eu não estou no clima. Amanhã é domingo, graças a Deus! Sendo assim terei o restinho do fim de semana para pensar e me devolver o eixo e a sanidade para seguir minha vida sem Breno.
Bem, assim espero.
Chego ao consultório pontualmente para a primeira consulta e a paciente já me aguardava na recepção.
― Bom dia. ― direciono minha cordialidade a paciente ― Bom dia Renata, por favor.
Entro em meu consultório e Renata vem logo atrás de mim e fecha a porta.
Sua boca tá entre aberta e se tivesse essa possibilidade poderia se ver interrogações rodeando sua cabeça.
― O que houve Doutora?
― Breno foi embora de casa. ― fui direta.
Renata titubeou e ficou meio sem ação.
― A senhora quer que eu desmarque as outras consultas?
― Não! De forma alguma. Vou atender a todas.
Tiro os óculos escuros e a cara de espanto da Renata só aumenta.
― Eu sei, eu estou péssima. Tentei carregar na maquiagem mais os olhos vermelhos me revelam.
― Posso avisar as pacientes que a senhora está com uma pequena irritação nos olhos...
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Sem Você (DEGUSTAÇÃO )
Romance"De um casamento perfeito a uma vida compartilhada com um estranho. Leila fez de tudo para reerguer seu casamento. Mas de repente ela presenciou seu marido sair de casa. Obviamente foi um choque ouvir que Breno estava indo porque não a amava mai...