CAP. 25

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*Clarisse

Acordei recebendo diversos beijos no rosto. Abri os olhos e vi um emaranhado vermelho em cima de mim. Sorri.

- Bom dia...- Falei rouca.

- BOM DIA!!- Gritou Lena saindo do banheiro.- Né?! Sai de lá. Pra se comer aqui. Espero não ser madrinha agora! - Falou. Fiz uma cara de pânico. Merda! Não posso ser mãe agora! Tenho 17 anos caramba! Ai... Droga!

- Gabe...- Falei devagar.

- Relaxa... Eu usei camisinha. - Falou.

- Usou? Eu não lembro disso não. - Falei.

- Usei, relaxa. E ah... Perdemos a hora da aula. - Falou tranquilo.

- Hoje é sexta... Vamooos saiiir.- Pedi manhosa. Abraçando ele.

- Tá, pra onde? Esqueceu que tem evento? Temos que ir.

- Aaaaaaaaaaaaah...- Reclamei e fiz bico. Bico este que foi mordido.- Aiiii!!

Ele riu e me roubou um beijo.

- Hoje vamos dar uma volta. Esquece o evento. Amanhã e domingo, vamos fazer coisas pra passar o tempo. A escola vai estar mais vazia... Menos inspetor. Sem diretora. Apenas as tias da cozinha... Eai?- Perguntou.

- Ahm... Pode ser. Mas pra onde vamos hoje?- Perguntei curiosa.

- Ah... Podemos andar pelo shopping. Eai compramos alguns jogos, pra passar o tempo. A noite, vamos a um lugar, que se usa roupa chique.- Assenti e revirei os olhos. Levantei. E começei a me arrumar. Já eram 13:20, dormimos muito.

Coloquei um short jeans cintura alta justo preto, uma camiseta mais solta, do Nirvana, quase cobrindo o short. Meu all star preto cano médio. Um óculos de sol, já que íamos a pé.

Peguei meu celular, dinheiro, e sai procurando Gabe. Fui em seu quarto. Ele estava terminando de passar o perfume que amo. Calça jeans caída, seu tênis de skatista, uma camiseta vermelha e um boné vermelho pra trás.

- Ta cheiroso...- Falei fazendo um bico enorme.

- Ta bonita...- Falou me dando um beijo.

Saímos do quarto e fomos escondidos até os fundos da escola. Pulamos o muro e começamos a andar direção ao shopping. Olhei meu dedo sem aliança...

- Ahm... Gabe? O que você fez com a aliança? - Perguntei receosa.

- Joguei fora. - Falou sem demonstrar nada.

- Ah...- Falei cabisbaixa.

- Psiu...- Chamou. Olhei.- Ta aqui besta. Acha mesmo que iria jogar fora? Foi caro sabia?! - Falou e eu ri. Ele recolocou ela pela milésima vez em meu dedo. Já com a sua na mão. Sorri. Gabe me abraçou. O shopping estava a um quarteirão. Só atravessar a rua e andar mais um pouquinho.

Assim que entramos no shopping, Gabe me arrastou até a loja em que vendia jogos e essas coisas.

- Vamos pegar de luta... Corrida... Futboll...- Saiu falando enquanto pegava os jogos. Fiquei parada, vendo a vitrine de uma loja. Por um descuido aleatório, meu olhar desviou para dentro da loja. Paralisei no mesmo instante. Era ele...

- Clarisse?! - Chamou de dentro da loja.

- Ahm...- E como a corajosa que sou, sai correndo que nem retardada.

- Clarisse!! Espera!! - Virei e Vi ele correndo na minha direção. Merda! Ele corre rápido!! Continuei correndo, e acabei entrando numa loja infantil. Cheia de anõezinhos, me abaixei, e fui até os fundos da loja. Fiquei num canto, onde ninguém conseguia me ver. Mas claro que ele me viu.

- Ahm... Oi..? - Falei sem graça.

- O que foi isso? - Perguntou confuso. Não falei nada e ele continuou.- Você ta bem?

- To ótima, e você? - Perguntei

- Ah. Esquecer nunca.

- Eu sei que fui a culpada, mas não me olhe com este olhar de acusação! - Pedi brava.

- Poxa! Era meu irmão! Que se matou por você! - Falou mais alto.

- Eu sei caramba! Acha que fiquei feliz?! Acha que me senti vitoriosa?!Eu fiquei quase um ano chorando, comendo quase nada, me culpando, acha que estou orgulhosa?! Bem!! Acho que não!! Caramba Noah...- Ele ficou me encarando, seu olhar parou de me acusar, passou a sentir pena.- Se for pra me olhar com pena, continua com o de acusação.

Ele riu. E falou.

- Não mudou nada... Preciso ir...- Falou. Se aproximou, e depositou um beijo em minha bochecha.- Tchau Clari.

- Tchau Noah. - Falei. Ele jogou um papel em minha mão. Seu número.

Noah saiu de lá. Ele foi como um irmão por muito tempo, agora, sinto que posso resgatar isso, e fazer uma tampa superficial, para o buraco que Lô deixou. Sai da loja de brinquedos, e corri para a de jogos, vi Gabe saindo, na hora certa. Com uma sacola que parecia ter uns 10 DVDs.

- Comprou? - Perguntei.

- Sim... - Falou. Me olhou desconfiado. Mas não vou falar nada, pelo menos não agora, ele pode... Sei lá, é o Gabe.

- Fui dar uma olhada nos jogos de tabuleiro. - Mudei o foco. Menti.

- Achou algum legal?- Perguntou com tranquilidade.

- Nah...- Falei. - E você? Comprou quais?

- Só vai saber na hora de jogar! - Falou e apertou minha bochecha.

Sorri. Seguimos para a praça de alimentação, pegamos um lanche cada um (óbvio que o do Gabe era imenso) e sentamos.

- Aonde vamos a noite?- Perguntei.

- A um lugar...

- Ah!! Jura?!- Perguntei irônica.

- Besta!! - Jogou uma batata em mim.

- Eu sei que se me ama... - Falei convencida.

- Muito modesta... Mas tem como não amar? - Perguntou se aproximando. Quando nossas bocas iriam se encostar...

- Atrapalho? - Perguntou a voz mais falsa e nojenta do mundo...

- Sempre Melanie...- Falei revirando os olhos.

- Ah... Gabe? Querido... O que está fazendo aqui? Com... Ela...- Falou fazendo cara de nojo.

- Ela é minha namorada... Você não é nada, bem... nada que deva tomar conta da minha vida, então... Vai embora vai...- Falou. Segurei a risada o máximo que pude.

- Sai daqui Melanie, você não tem que ser mais rodada que pneu de motoboy pra conseguir macho. - Falei. Ela bufou. Deu um gritinho estérico. E saiu.

Demos risada da rebolada falha dela, e voltamos a comer.

Fiquei pensando... Como será que o Gustavo está a tanto tempo livre? Fugindo? Ele tem que ser um gênio.

- Psiu! - Chamou alguém que Gabe não notou. Olhei pra trás.

- LORENZO???!

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