CAP. 29

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*Clarisse

Por um minuto pensei que eu mesma tinha atirado em mim. Mas ai parei e... Seu eu tivesse atirado em mim, não estaria pensando... Abri os olhos. Gustavo caido no chão, sangrando pelas costas. O tiro veio de alguém no fundo que não pude ver quem era. Todas as armas estavam apontadas pra ele. Fui mais pra frente e enxerguei... Gabe. Claro!

Corri em sua direção, tiros foram escutados, uma ardência imensa em minha perna, mas que se dane! Gabe é mais importante, tinha que evitar que ele fosse acertado. Não liguei pra mais nada.

*Gabe

Clarisse correu em minha direção, ela foi atingida de raspão na perna, mas não parou de correr, me abraçou, eu a abraçei de volta. Foi como se os tiros estivessem cessado. As sirenes tocaram lá fora, e logo a policia entrou. Levei Clarisse pra fora dali.

- Está bem? - Perguntei. Ela apenas assentiu. - Por que estava apontando pra si mesma?! Endoidou?!

- Ele queria me matar, mas não queria que eu me matasse, ele queria me ver sofrer. Te ver sofrer.

Apenas a abraçei, como se fosse perde-la caso soltasse. Os policiais saíram de lá com todos os homens algemados, mas não vimos Gustavo ali.

- Cade ele? - Perguntei, já imaginando que ele teria fugido novamente.

- Não sei, até o fim do dia daremos notícias sobre a situação dele. Ele tem dois destinos, cadeia, ou túmulo.- Falou o policial. Não sabia se sorria, por ter nos livrado de uma vida aflita, ou se chorava, por talvez ter tirado uma vida. Eu quero ele longe, punido, mas não quero matar ninguém.

- Ei...- Clari me chamou, a olhei. Ela segurou meu rosto com as duas mãos. - Você fez a coisa certa, ta bem? E eu te amo muito, se você não tivesse feito o que fez, eu poderia estar morta.- A calei com um beijo, não queria imaginar ela morta. Eu fiz o certo...

*Clarisse

Conversamos com a familia de Gabe assim que voltamos pra casa dos avós dele, sobre o que era tudo aquilo, explicamos que eles não corriam risco algum, e eu falei que sentia muito por fazê-los passar por tudo isso.

- Querida, não foi sua culpa, ninguém imaginava o que poderia acontecer, o bom é que você não se machucou, certo? - Falou, eu estava prestes a assentir, quando Alice falou.

- Na verdade, acho que precisamos por um curativo nisso ai...- Falou apontando pro corte causado pela bala de raspão. Assenti rindo. Nós resolvemos ir embora, já havíamos causado muito.

- Pode ficar com o short, na próxima você me devolve. - Falou Tiana.

- Tem certeza?

- Sim, tenho muitos shorts...- Falou rindo.

Assenti. Peguei minhas coisas, e desci. Estava dando tchau pra todos.

- Voxê vai me visitá? - Perguntou a irmã de Gabe me agarrando pela perna, assenti rindo. Dei um beijo em sua bochecha.

- A gente se vê mais vezes ta bem? - Ela assentiu sorrindo.

- Venha mais vezes, você é muito bem-vinda...- Disse a avó de Gabe.

- Obrigada, adorei conhecer todos vocês.

- Acho que todos podemos dizer o mesmo. - Falou ela.

Terminei de me despedir, e eu e Gabe fomos embora.

- O que achou deles?- Perguntou assim que entramos no carro.

- Achei todos muito legais, bem humorados, sem contar que sua irmã é um amor, nem se parece com você...- Falei rindo de sua cara de indignado.

- Ei! Eu sou um amorzinho, você que é pior que coice de cavalo! - Falou igual criança mimada.

- Ou! - Dei um tapa em seu braço. - Eu sempre fui um anjo...- Falei rindo.

- Ah, sim, sempre, nossa, uou, caramba ein, sempre percebi, nossa, eita...

- TÁ, já entendi...- O interrompi.

Conversamos mais um pouco durante todo o caminho, ignorando o fato de a poucas horas atrás, eu ter ficado sob a mira de uma arma... Que eu mesma apontei. Assim que chegamos na escola, nos separamos, Gabe foi se trocar em seu quarto, e eu no meu. Coloquei apenas uma calça de moletom, e uma regata soltinha, fui descalça até seu quarto.

- Gabe, lembra que compramos uns jogos? - Perguntei já entrando em seu quarto. Ele estava só de cueca, colocando uma calça de moletom, Lena, Thomas e Daniel tinham ido pras suas casas.

- Ahm... Lembro sim, os planos eram ficar aqui, no colégio, só eu... Você... Nenhum inspetor pra ditar regras...- Gabe se aproximou, ne envolveu pela cintura, nos encontramos em um beijo que começou calmo, e ao passar do tempo, foi criando desejo, voracidade.

Gabe me conduziu de costas até sua cama, me deitando devagar, e ficando por cima de mim, sem interromper o beijo. Ele subiu a mão por baixo de minha blusa, acariciando minha cintura. Coloquei as mãos em suas costas. Porém... Contudo e entretanto. Fomos interrompidos... Maldito celular!

- Alô?... Gustavo?... Ele... Mas... Sim... Ok... Sim!... O que?!... Preciso desligar, depois nos falamos! - Gabe desligou o celular. Notícias de Gustavo, certeza.

- Eaí? Ele foi preso? - Perguntei aflita com sua cara de pânico.

- Gustavo morreu.

A Vida De Uma Louca Onde histórias criam vida. Descubra agora