Capítulo 20

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Nenhuma distância é capaz de separar nossos sentimentos.

Autor desconhecido

Quando Enzo me deixa em casa, eu o agradeço pela carona e entro correndo com medo de Adam estar me esperando, pois não quero tão cedo voltar a ver a cara dele novamente. Tina ainda não chegou, porque foi buscar suas coisas para ficar a semana comigo como foi combinado, eu sinto meu estômago doer, e me sinto doente novamente, vou direto para o banheiro tomar banho e escovar meus dentes para  tirar o gosto do vomito da boca, assim que saio do banheiro, só consigo tomar um chá e tomo um remédio para dor, vou direto para cama, se Tina me ver assim vai me obrigar a ir ao médico, e eu detesto médicos. Que ironia do destino eu me apaixonar por justo um médico! Deito em minha cama e vejo que tem uma nova mensagem de Hunter, será que ele não vai se cansar. Por mais que eu o ignore ele continua a me enviar mensagens e cada vez que eu me deixo ler eu me sinto mal,como se fosse arrancado um pedaço do meu coração, ele não me escolheu! Eu deito em minha cama e caio no sono com Hunter em meus pensamentos.

Quando acordo estou suando frio e me sentindo fraca, Tina está deitada no chão em um colchonete que ela deve ter trazido de sua casa, eu tento não acorda-la ao me levantar, mas quando passo por ela, Tina me chama.

-Você está bem Nati?

-Sim? Eu respondo sem saber se estou afirmando ou em duvida.

-Sim, tem certeza? -Porque pela sua aparência e o frasco de remédio que você deixou em cima do balcão não me diz isso!

-Droga! Tina é uma garota esperta e eu me deixei ser pega, então digo a ela que é só uma dor de estômago!

-Eu sei que você não gosta de ir ao hospital Nati, mas se você continuar com essa dor e se deteriorando vai precisar, nem que eu tenha que te arrastar para o hospital.

-Tudo bem Tina! -Vamos combinar que se eu não melhorar eu deixo você me levar ao hospital para uma consulta,eu digo isso e fazendo bico como se fosse chorar, porque ela sabe que odeio hospitais. Me lembro de quando meu avô morreu e eu era criança e fugia da escola só para poder visita-lo.

Ele sofreu uma parada cardíaca e ficou cinco dias internado, foi quando eu perdi o meu verdadeiro pai, meu herói o cara que me educou e se importou comigo.

Minha outra lembrança ruim foi quando eu perdi meu bebê e então minha vida se transformou em um mundo sombrio e vazio e por mais que eu tentasse ser feliz eu não sabia o que era felicidade até conhecer Hunter, meu caçador! Hunter me ensinou que podemos dar muito mais ao mundo do que eu posso querer tirar, que eu posso ser o que quiser, mas ele também me ensinou que nem tudo que queremos podemos ter, mesmo que nossa vontade seja maior ou mais forte, a vida não facilita.

Tina me olha desconfiada, mas volta a dormir, eu ainda não consigo me imaginar sem Hunter, mas eu sei que vou superar isso porque sei que tenho meus amigos para me apoiar sempre em qualquer decisão que eu tomar! Pensando nisso eu me lembro da ameaça que Adam me fez e sinto enjoo novamente, só de pensar Adam em minha vida. Péssima hora para Adam voltar, eu preciso pensar em algo para ele me deixar em paz antes que algo pior aconteça. Eu vou até a sala e vejo pela janela da varanda que o dia já está quase amanhecendo e o sol está emergindo em sua plena forma. Fico assistindo o nascer do sol de minha varanda com um único pensamento em minha cabeça, preciso arrumar uma forma de partir, vou tentar juntar um dinheiro e ao invés de ficar aqui sofrendo por Hunter e cedendo a chantagem de Adam eu decido que vou viajar, mesmo que não consiga dinheiro suficiente, posso trabalhar fazendo bicos de garçonete em lugares por onde passar, decido que minha vida não vai parar. Se Hunter escolheu me deixar então eu preciso deixa-lo ir, porque a minha vontade de ser feliz tem que ser maior do que o medo de me machucar de novo!

Difícil demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora