Capitulo 30

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Viver sem você não é viver, é apenas existir!

Autor desconhecido

Capitulo trinta

Naquele dia, Hunter me deixou sozinha e eu o entendo porque eu sei que todo sacrifico que ele tem feito é por Ian e sei que esse homem será o melhor pai do mundo, mas eu cansei de esperar por ele ou ter esperanças de que um dia nós ficaríamos juntos. Sempre que surge um problema Hunter sai correndo sempre me deixando para trás. Eu sei que ele não faz por mal, mas é cansativo viver dependendo das migalhas de alguém. Quando contei para Vince que Hunter foi morar com a Bianca, ele ficou muito bravo, mas eu expliquei a situação para Vince, afinal não quero que ele tenha sentimentos ruins para seu neto. Hunter pode ter defeitos porque ele é humano, mas eu tento ver tudo que existe de bom nele e que ele tenta fazer pelos outros.
Logo após Hunter voltar e levar sua mala, ele me pediu perdão e saiu arrasado daqui. Eu vi dor e sofrimento em seus olhos, mas o sacrifício que ele estava fazendo era maior que tudo, mesmo Bianca mostrando sua verdadeira face para Hunter ele ainda acreditava que era por sua doença e que não podia abandona-la. Eu não disse nada eu apenas me virei e fui para meu quarto deixando o sozinho na sala.
Hunter me deixou dinheiro para o mercado e mais tarde eu chamei um taxi e fui fazer uma pequena compra. No mercado comprei tudo que precisava e quando estava passeando pelos corredores, parei no setor de bebês para cheirar aqueles xampus que tem cheiro de recém-nascidos, eu senti o cheiro e sonhei acordada com a carinha do meu bebê. Acho que toda mãe deve fazer isso. Me lembrei que não posso ficar muito tempo por aqui, porque tenho consulta marcada com obstetra no mês que vem. Enquanto eu sonho com as coisinhas de bebê, passeio pelo mercado e me vejo comprando uma bola para Ian, apesar de estar chateada com Hunter, ainda tenho vontade de visitar Ian, logo irei embora então quero pelo menos olhar para aquele rostinho lindo novamente, daquele garotinho que sorria para mim e me aceitou como sua amiga.
Eu também me vejo comprando alguns produtos de crianças para banho, pensei em incentiva-lo a higiene. E faço um pequeno kit. Volto para casa e faço uma refeição leve somente para mim, apenas salada, grelhado e um suco natural. Ao contrário do que imaginava, eu estou bem em ficar sozinha, eu no fundo sabia que Hunter e eu nunca conseguiríamos ser amigos. Mais tarde eu pego o kit que fiz e vou para o projeto para visitar Ian. Eu não digo nada a Hunter, mas eu sei que ele vai estar lá. Eu me apresento como amiga de Hunter e logo sou atendida. Hunter vem ao meu encontro, mas eu o ignoro dizendo apenas que vim visitar Ian e que se ele não se importasse eu ficaria um pouco.
-Nati me desculpe por tudo! -Eu não podia fazer nada.
-Hunter por favor! -Eu não estou aqui por você, e nem te cobrando nada, só não dá mais. -Eu preciso seguir em frente. Eu digo tentando não olhar em seus olhos.
-Ian está brincando no pequeno jardim.Ele diz.
Logo que Ian me vê, ele corre em minha direção. Eu o seguro e ele me abraça.Então percebo que precisa falar a mesma língua para sentir o amor. Eu sinto que Ian estava em meu caminho, porque a sensação que tenho é que ele é meu. Eu gostaria muito de ser a pessoa a educa-lo e protege-lo.
-Ciao signorina! (Olá senhorita!)
-Ciao ragazzo! (Olá garoto!)
-Sei venuto a visitarmi? ( Você veio me visitar?)
-Sim! Eu respondo balançando a cabeça, entendendo um pouco do que ele diz.
Eu entrego a bola para Ian, e ele pula de alegria. Seu sorriso me contagia. E Hunter também sorri.
-Andiamo a giocare (Vamos jogar)
Ele está feliz com o novo brinquedo e isso me deixa muito feliz também, então eu vou até ele e começamos a chutar a bola.Hunter senta se no banquinho e nos assisti brincar mas, não faz menção de se juntar a nós. Então Ian para o olhando sentado ali sozinho, ele corre em sua direção, e segura a mão de Hunter o puxando para se levantar, mas Hunter diz que não com a cabeça, então Ian faz carinho no cabelo de Hunter que já estava bagunçado, aliás esta grande quase caindo em seus olhos, e meu coração despedaça com tanto amor que há envolvido entre eles. Hunter sorri para Ian e vejo que ele está tentando disfarçar sua tristeza para não afeta-lo. Hunter se levanta e Ian puxa Hunter com aquelas mãozinhas pequenas, enquanto me olha.
Eu sorrio para Hunter dizendo que está tudo bem estarmos ali, afinal ele será o tutor de Ian então não poderia estar aqui sozinha com o menino e Bianca que se morda se não gostar. Eu não vou deixar de ver Ian só porque ela me quer longe de Hunter. Eles que são adultos que se entendam, mas Ian é só uma criança e precisa de carinho e atenção.
-Tudo bem se eu brincar com vocês? Hunter me pergunta sem graça.
-Sim tudo bem? -O problema não sou eu Hunter e sim Bianca? Eu digo sem pensar.
-Quello che è successo a Bianca ( O que aconteceu com Bianca?) Ian pergunta algo que não entendo, para Hunter. Ian me olha, porque entendeu que estamos falando sobre Bianca.
-Non è successo niente. (Nada aconteceu).
-Mi piace ( Eu gosto dela) Ian diz algo apontando para mim,e Hunter me olha surpreso.
-Ele disse que gosta de você!
-Eu também gosto dele. Eu digo e me abaixo e abraço Ian que ri, e quando eu o beijo ele corre para se esconder atrás de Hunter.
-Doctor. Ele diz e se escondendo, enquanto eu tento pega-lo. Ele ri e corre de um lado para o outro. Hunter tenta ajuda-lo mas, eu o agarro e Hunter me segura me bloqueando. Nós nos olhamos e por alguns segundos me esqueço que faz menos de 24 horas que ele me deixou sozinha depois de fazermos amor, então me afasto, e Hunter abaixa a cabeça, sabendo que ainda estou desconfortavel com a situação, mas continuo a brincadeira com Ian. Nós pegamos a bola e começamos a chutar na parede e algumas outras crianças vieram se juntar a nós, enquanto Ian brinacava com as crianças e seu novo brinquedo, eu me sentei no banquinho e fiquei assistindo ele com as outras crianças.
Hunter vem em minha direção depois de brincar, enquanto eu os assistia, percebi que ele tem um carinho por todas as crianças mas com Ian ele tem um elo afetivo. Eu não só o admiro como pessoa mas como homem, mesmo ele me decepcionando pela falta de atitude que ele vem me mostrando, eu o conheci de outra forma talvez sendo ele mesmo e não o cara que acha que pode salvar o mundo, mas plo menos ele está tentando, Hunter me fez mudar a maneira como eu encarava a vida, e é uma pena que eu não consiga fazer o mesmo com ele. Hunter se senta ao meu lado no banquinho debaixo da arvore.
-Nati você não precisa me perdoar, mas apenas me entenda! -Eu não podia deixar Bianca agir na raiva e estragar as nossas vidas, a unica opção foi ir embora.
-Eu já disse Hunter não quero mais me envolver, eu preciso seguir em frente. Quando voltar para o Brasil vou me acertar com Enzo. Eu digo tentando me proteger.
-Porque você me diz essas coisas Nati? -Você não entende que eu também sofro por você? -Eu sofro cada vez que você me olha com essa cara de decepção, eu sofro cada vez que eu faço uma escolha errada e te faço sofrer, na verdade acho que eu não sou bom para você Nati, você merece realmente alguém que possa e deva te colocar em primeiro lugar.
Eu sei de tudo isso mas, ouvir de Hunter machuca meu coração.Eu tento não demonstrar e finjo ignorar suas palavras, mas dói saber que minha vida se transformou em um drama e que em nenhum momento eu vejo um final feliz para mim.
-Agora eu preciso ir. Eu digo me levantando indo em direção a Ian. Ele corre ao meu encintro segurando em minha mão com a bola na outra mão. E eu o abraço e o beijo na cabeça.
-Doctor. Ian chama Hunter, e ele se levanta e caminha em nossa direção.
-Chiederle se può tornare domani (Pergunte a ela se ela pode voltar amanhã?)
-Ele quer saber se você pode retornar amanhã? -Pelo visto você o conquistou. Hunter me diz com um sorriso.
-Eu sempre soube que você é especial Nati.
-Diga para Ian que se eu puder eu volto, mas que não posso prometer.
-Pode deixar eu direi.
-Então eu me despeço de Ian e vou em direção a saida.
Enquanto eu espero um táxi na frente do projeto. Bianca passa de carro e para em frente a mim. Ela abre o vidro do carro e me olha de cima a baixo.
-Olha quem está aqui a vagabunda que transa com noivos alheios.
Eu respiro fundo para não esbofetear ela ali mesmo, mas sei que não vale a pena e não quero deixar de ver Ian. Essa mulher é uma vaca e está me provocando para que eu perca o controle e Hunter pense que eu estou com ciumes dela e fazendo cena.
-Que eu saiba esse lugar aqui não é seu vadia! Eu repondo baixo para que ninguém me escute. -E se, seu noivo não está satisfeito com você eu não tenho nada haver com isso. -Isso que dá usar doença para segurar homem!
-Sua vaca! -Você me paga, você vai se arrepender disso! Ela diz com raiva e entre dentes, porque percebe que Hunter está vindo e eu só sei porque vejo sua expressão mudar rapidamente.
-O que vocês estão fazendo?
-Nada amor, só estou dizendo para essa mulherzinha, que eu não posso suportar ela correndo atrás de você enquanto eu estou morrendo e que se ela tivesse um coração evitaria vir atrás de você.
-O que você está dizendo Bianca? - A Nati está aqui pelo Ian. Ela nem sequer quiz falar comigo, vamos deixe a Nati em paz!
-Isso Hunter leva sua noivinha e diga a ela que eu não tenho coração, principalmente para pessoas como ela!
-Por favor garotas não briguem na frente do meu trabalho.
-Graças a Deus o taxi chegou.
-Adeus chantagista barata. Eu falo e antes de ouvir sua resposta eu bato a porta do carro e peço ao taxista para seguir ao Parque Arqueológico de Neapólis.
****
Eu resolvi passear e conhecer mais da história daqui e parar de pensar em Hunter e me envolver em seus problemas. Quando chego ao parque, pago minha entrada, e sinto por não ter encontrado um guia turistico na frente como havia me informado na internet, então vou precisar usar o meu celular para procurar saber o que são todos esses monumentos históricos.
Ao entrar no parque me conecto com a internet e procuro informações sobre as estruturas mas a maioria está em italiano. Eu não entendo nada, então começo a xingar meu celular porque preciso descontar minha frustração e culpar alguém ou alguma coisa nesse momento.
-Algum problema senhorita? Um homem me pergunta em inglês, mas, quando eu o olho. Vejo um homem alto de olhos verdes, vestido de calça e camisa social, segurando um terno em um de seus braços, o cabelo preto bangunçado dá um ar jovial, ele deve estar na faixa de quarenta anos, e é lindo,tem um charme único e está me observando, enquanto eu o encaro com meu celular em mãos não respondendo a sua pergunta.
-Sim! -É que eu estou sem guia turistico e preciso me informar sobre o parque. -E esse meu celular não está facilitando com essa internet lenta.
-Eu posso ser seu guia, se você não se importar?
-Meu Deus você é um guia, muito obrigado por me ajudar, quanto você me cobraria, porque não tenho muito aqui comigo?. -Você conhece bem o parque eu gostaria de saber, já que não existe muitas informações?
-Calma Srta.? Ele pergunta com um lindo sorriso, pegando em minha mão.
-Natasha Riche!Eu me apresento.
-Prazer em conhece-la Natasha!
-Eu sou Lucca Costabrava! -A seu dispor! -Mas pode me chamar de Don.
Ele beija minha mão e me arrepio com o toque de seus lábios em minha pele, o charme desse homem me causa arrepios só de me olhar.
-Vejo que você é brasileira Natasha! Eu olho surpresa para ele.
-Como você sabe que sou brasileira?
-Digamos que gosto muito de viajar !-Já conheci muitos lugares, e já estive no Brasil. Mas este lugar com certeza é o meu favorito. Ele diz sério olhando o local.
-Ok! Sr. Costabrava, por onde começamos? -Eu não conheço nada aqui, eu pego meu pequeno mapa da cidade. Então ele começa a rir de mim.
-Sério você vai rir de mim? -Realmente eu sou uma turista atrapalhada.
-Eu não estou rindo de você senhorita! -Eu estou rindo do seu mapa. - Você não precisa disto aqui. -Olhe esta paisagem, mapas servem para quem está perdido e você não está, você encontrou o seu caminho final, certo Natasha!
-Entendi!Eu digo pensativa, porque o raciocínio dele é lógico.
-Pode me chamar de Nati.
-Tudo bem então pode me chamar de Don.
-Eu sorrio e ele aponta a direção que devo seguir no parque.
-Bom, aqui a sua frente está um dos mais antigos anfiteatros do mundo, do século 300 d.C. ele era palco para luta de gladiadores e animais selvagens.
-Ual! -Como é incrível saber disso Don.
-Sim Nati, é por isso que eu amo esse lugar, meu país é rico em história. E eu valorizo muito a minha história.
-Eu gostaria de ser uma professora de história. -Acho que um dia quem sabe.
-Porque deixar para um dia algo que você poderia fazer hoje?
-Porque estou grávida Don! -E vou ter que esperar meu bebê nascer para poder programar minha vida novamente. Eu digo pela primeira vez para alguém espontaneamente.
-Hum. -Entendo. Don diz pensativo.
-E o pai de seu filho te apoia Nati?
-Ele não sabe ainda! Eu afirmo cabisbaixa.
-Posso perguntar porquê? Don me observa atentamente enquanto me espera responder.
-É uma longa história!
-Eu tenho todo tempo do mundo para uma bela mulher.
-Obrigada! -É estranho estar em um lugar sem ninguém para conversar.
-Disponha senhorita, a partir de hoje, me considere seu novo amigo. Don diz piscando para mim. Fico feliz porque a essa altura de minha vida turbulenta, eu encontrar alguém neutro em um país estranho para conversar.
-Então me diga bella ragazza o que está te incomodando a ponto de não contar ao pai de seu filho algo tão importante para um homem?
-Bom!- Pra começar ele está noivo e em menos de um mês vai se casar com outra mulher.
-Isso é realmente muito relevante. -Mas como você chegou a essa situação?
-É complicado! Digo suspiramdo e começo a contar toda minha vida desde o começo a esse estranho que parece que tem a capacidade de extrair todo maior segredo que você tiver.
Ao final quando eu termino de contar sobre Bianca usar sua doença a seu favor ele apenas balança a cabeça e pensa como se entendesse o sentido da vida!
-Então bella ragazza vocé está em uma enrascada. -Gostaria de te ajudar mas, você teria que confiar em mim. E confiança é muito importante em minha vida! Ele me diz me observando seriamente. Aqueles olhos não me dizem nada e pela primeira vez eu sei que há algo obscuro nessas palavras, que não quer ser revelado, não agora, não nesse momento. Então eu disfarço e sorrio, para ele que continua me mostrando tudo que existe dentro do parque.

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⏰ Última atualização: Mar 30, 2016 ⏰

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