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— Ai minha cabeça!   — Eu disse colocando a mão em minha nuca onde havia um ferimento. Minha vista estava embasada, meu corpo estava dolorido, passei minha mão por minha perna direita e um pouco acima da panturrilha pude sentir algo viscoso sangue!, minha mente ainda estava tentando clarear, estava muito escuro presumi que já tinha anoitecido. tentei me colocar sentada mas acho que tinha deslocado meu ombro esquerdo pois estava doendo muito. Minha perna direta estava ardendo por causa do corte. Mas precisava me levantar, me apoiei na parede para tentar ficar em pé com um pouco de dificuldade acabei conseguindo. O lugar tinha cheiro de madeira podre e fedia muito talvez houvessem alguns ratos mortos, consegui chegar a porta havia um interruptor pequeno e então apertei e uma luz muito fraca se acendeu... O lugar estava em péssimo estado, pude olhar meu corpo minha perna tinha um corte na diagonal perto do joelho descendo até a panturrilha minha calça estava rasgada onde se encontrava o corte, meu ombro realmente estava deslocado...   — Merda!! 

           Olhei em volta e todas as paredes estavam cobertas com símbolos estranhos pintados de vermelho, pentagramas e outros que não soube decifrar cheguei um pouco mais perto para poder enxergar e toquei nos símbolos a tinta ainda estava molhada, coloquei os dedos perto do nariz e então me apavorei em saber que foram escritos com SANGUE!!!  o cheiro estava insuportável, olhei em volta e vi uma grande quantidade de ratos mortos, com certeza o sangue deles fora usado para fazer aquilo... Meu estomago revirou, eu não sei onde estou mas preciso sair daqui.. Havia um espelho muito pequeno e um pouco quebrado em um dos cantos. Consegui correr até ele, então me olhei no espelho e me assustei pois não reconheci o reflexo! Toquei meu rosto ainda olhando no espelho para me certificar de que aquela o estava no reflexo do espero era mesmo eu, a minha imagem e então pensei 

  — Quem sou eu?? Onde estou?? Por que estou tão machucada? Continuei analisando minha imagem no espelho  eu era morena de estatura média, cabelos negros compridos estavam muito desgrenhados, meus lábios estavam cortados e inchados.. Eu vestia uma regata branca muito suja (pelo menos naquela luz parecia branca), ombro latejava muito, sabia que precisaria coloca-lo no lugar alguma hora, vestia uma calça preta estava rasgada em algumas partes. Meus olhos eram verdes mas estavam muito vermelhos. Decidi tomar coragem e com um forte puxão coloquei meu ombro no lugar meu grito saiu estridente e então pude respirar novamente ainda com um pouco de dificuldade pela dor que havia passado. Acabei me sentado, não conseguia parar de pensar em onde eu estava, como cheguei neste lugar horrível e o que aconteceu comigo... vasculhei meus bolsos e encontrei um pequeno papel escrito a mão, demorei um pouco para perceber que se tratava de um endereço, dizia:

  " Santo Luiz Gusmão de Albuquerque N°015, Hospital Psiquiátrico Dolores Stefffer, Sala 065 quarto andar" 

 A primeira pergunta que se passou na minha cabeça era "Por que tenho o endereço e um Hospital Psiquiátrico em meu bolso?" Talvez eu fosse alguma Psiquiatra, ou uma enfermeira e trabalhasse lá! Precisava sair deste lugar pavoroso e descobrir o que aconteceu comigo e a pegunta mais importante " Quem Sou Eu?" 

Dentro da sala havia alguns pedaços de ferro, a pequena luz estava começando a falhar e podia ouvir uma coruja em algum lugar guinchando o medo estava fazendo meu coração pulsar em meus ouvidos, rasguei um pedaço da minha blusa e enrolei em um pedaço de ferro, para fazer uma tocha. Agora precisava encontrar algo para acende-la e torcer para que o pano acendesse. Comecei a vasculhar o local, havia algumas cadeiras quebradas, restos do que parecia ser um colchão, havia também muitos cacos de vidro por toda parte e somente por isso acabei percebendo que estava descalça, precisava ter cuidado para não me cortar..  Finalmente depois de muito procurar encontrei um velho isqueiro jogado em um canto.  Tentei faze-lo funcionar mas só saiam algumas faíscas, coloquei algumas folhas secas juntas e com as faíscas consegui fazer com que pegassem fogo ai então coloquei o pano e graças a Deus pegou. Agora eu poderia sair deste inferno. Mas para onde iria? coloquei meus pensamentos em ordem eu já tinha muitos problemas, agora precisava resolve-los um de cada vez e o mais urgente era sair de onde quer que eu estivesse! 

Passei por corredores, desertos mas não menos piores do que aquele que me encontrava a um minuto atrás .. Tinha muita sujeira e fiquei imaginando que este lugar daria um ótimo cenário para um filme de terror. Então comecei a pensar em como eu poderia ter chegado aqui, meu corpo inteiro tremia de pavor ao imaginar que alguém por algum motivo horrendo tivesse me trazido para aquele lugar, meu medo era tanto que a tocha tremia em minha mão andei mais um pouco e encontrei uma escada. Assim que pisei nos degraus ela rangeu alto e pela primeira vez rezei para que estivesse sozinha ali e ninguém escultasse o ranger da escada. Desci devagar pisando cuidadosamente em cada degrau, até que enfim cheguei ao último, que dava direto a uma grande porta velha que eu presumi ser a porta da saída, corri o mais rápido que pude e comecei a forçar a porta para que abrisse, sem sucesso lagrimas rolavam em meu rosto pela primeira vez por medo e panico até que vi o cadeado que me impedia de fugir. Peguei a barra de ferro de bati nele com muita força, perecia ser um cadeado velho só precisaria bater nele com mais força e mais rápido, até que  graças aos céus ele quebro, abri a porta desesperadamente e percebi que estava no meio de uma floresta! com arvores muito altas corri o mais rápido que pude e por muito tempo, estava apavorada e o barulho dos animais me apavorava ainda mais mesmo escorregando e com a perna sangrando corri o mais longe que pude até chegar a uma estrada. Estava exausta,sangrando e desesperada deveria ter andando por horas o sol começava a nascer, minhas vistas foram escurecendo, mas pude ver um casal que caminhava pela estrada a última coisa que pude dizer foi "ME AJUDEM" então tudo escureceu! 

Segredos De Uma Mente Em BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora