89. It's You *Chorando*

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"Nao dá para simplismente ficar prolongando certas coisas para sempre. Chega um momento em que o melhor a fazer é arrancar o Band-Aid. Isso dói, mas depois passa, e então vem o alívio" - Quem é você, Alasca? - página 15

Quando pequena eu sonhava ter uma casa na árvore. Pedia todos os dias para o meu pai, e quando tinha sete anos tive meu sonho realizado. Via ele trabalhando em algo no quintal, carregando tábuas. Eu perguntava o que era aquilo, e ele respondia que era paciência. Ficava confusa com aquilo, porque eu via tábuas, mas ele dizia ser tábuas. Eu era uma criança sonhadora, e tal como minha infância toda. Um dia eu simplismente cheguei da escola e vi uma casinha na árvore do quintal, toda colorida de rosa. Meus olhos brilharam tanto, e eu corri para os braços dele. Eu peguei um potinho de tinta vermelha e decorei a casa com corações. Ele parecia tão feliz por me ver assim. Então percebi o que ele queria dizer com chamar as tábuas de paciência. Eu aprendi a esperar por coisas, e não ficar com os braços cruzados e bico para elas. Eu tive tanta paciência comigo mesma durante esses anos e agora tudo está aparentemente bem.

Hoje me vejo mais uma vez lendo meu romance favorito de todos, Quem é você, Alasca?. Não sei porque gosto tanto dessa história, sendo que foi o primeiro livro do John Green, mas ele consegue superar qualquer livro que eu já peguei na biblioteca. Li mais de um milhão de vezes desde que ganhei um exemplar da minha professora quando completei 14 anos de idade. Foi o segundo melhor presente que eu alguma vez já ganhei, perdendo apenas para a casinha na árvore. Claro que não se comparam com os presentes que ganhamos de Deus, como o prazer de abrir os olhos e ver: "Estou viva!" ou ainda ver que alguém nos ama.
-Lendo. Não sabia que gostava. -Niall comenta sorrindo carinhosamente

-Eu amo ler. É uma grande característica minha. -sorrio de volta

-Tenho que aprender mais sobre você. Cada dia me surpreende mais. E me encanta mais!

Me custa acreditar que um garoto como esses está ao meu lado querendo saber o que eu gosto. Custa mais ainda ele acreditar que eu gosto dele. Mas isso ele não percebe...

-Posso... perguntar uma coisa? -Niall diz quase soletrando

-Fale logo!

Ele parece tenso e nervoso. Seu temperamento mudou mais rápido que a diferença entre graus Celsius para o de Fahrenheit. Ele sempre está alegre, e quando ele tem essas quedas é porque o que se passa na sua cabeça é pensamentos difíceis de se transformar em palavras.

-Você não quebrou o porquinho ainda, não?!

-Não abri... era pra eu já ter feito? -pergunto o óbvio

-Não é isso! -ele coloca uma de suas mãos cheia de longos dedos no bolso da calça e anda uns dois passos para a direita e volta ao ponto de partida em seguida- Faça somente quando ter certeza que me ama.

-Então vou pegar o porquinho agora e mandar martelo. -digo pegando o material em mãos

-Não!!! -ele grita- Não agora. -o tom de voz baixa mais do que a temperatura de um deserto do dia para a noite- Faça isso daqui algum tempo, quando achar que precisa de mim e eu estarei por perto. Faça isso quando souber que eu quero ler suas histórias. Faça isso quando ter noção do que acha que tem aí.

-Então nunca saberei. Eu não sou vidente! -cruzo os braços

-Você irá saber. -ele sorri maliciosamente

Niall estava agindo de forma estranha. Ele não estava sendo o cara que consegue iluminar uma sala inteira com sua áurea como de costume. Ele estava confuso, e esse ângulo eu desconhecia. Niall talvez fosse uma pessoa End Of The Day e eu não sabia. Mas afinal, quem se importa? End of The Day é uma música fantástica!

WhatsApp [Niall Horan] N.HOnde histórias criam vida. Descubra agora