[Lauren P.O.V]
Há esperanças de ser feliz para todos nós? Há uma luz no fim do túnel para alguém que estivesse perdida? Pessoas como eu sofrem porque nelas encontram um passatempo com as facas. Pode não ser uma hipérbole ou algo da espécie, mas pessoas como eu se divertem com facas e desespero. Lágrimas, dor e chuva -o modo perfeito de chorar pela lástima de estar indecisa ao respeito de um grande amigo ter partido para um lugar que você não sabe onde é. A dor de viver um pesadelo, de saber que até as pessoas em que você confiava, na verdade estavam para outras coisas e por último, a dor do passado. Essa bola de neve está ficando pesada demais, e pode destruir um vilarejo inteiro, se estiver estimulada com o vento gelado dos montes (suíços, talvez, ou quem sabe, fosse irlandês).
Perdida nos meus pensamentos, me encontro descascando uma laranja vagarosamente. Parecia que ela podia ser uma amiga, que estivesse ouvindo meus pensamentos absurdos e compreendesse o motivo de cortá-la com tanto desprezo.
-Lauren! -a voz do meu irmão me traz de volta a realidade- Vou ensaiar com meus amigos.
-Ensaiar o quê? -pergunto tirando o foco da laranja.
-Esqueceu que eu agora tenho uma banda? Preciso ser capacitado para arrastar gatinhas igual o seu Niall.
-E a Molly? -pergunto, limitando-me à um sorriso tímido.
-Ela é a gatinha suprema.
-Pra que outras?
-Para eu me jogar no público e elas me carregarem. -diz como se fosse natural. Eu arqueio a sobrancelha e ele ri para si mesmo- Brincadeira! Queremos fazer boa música. Já compomos uma, acho que deveria ouvir.
-Me desculpe, quem sabe outro dia.
Ele fecha a porta e sai cabisbaixo. Meu coração ficou um pouco apertado, mas eu simplismente não podia fingir que estava tudo as mil maravilhas. Nada podia disfarçar minha tristeza de ver a neve caindo levemente, e logo estaria no topo da minha cabeça, congelando, sufocando e queimando meus membros frágeis.
Deito no sofá, folheio uma revista da Vogue. Eu ainda leio sobre essas coisas, como sempre fiz. A diferença é que agora só leio, não ligo para o que as linhas ou as fotografias dizem.
Cerca de uma hora depois de fazer "vários nadas", a campainha toca. Quem estaria aqui numa chuva forte dessas? Brad certamente não iria ter voltando em apenas uma hora de ensaio. Conheço muito bem aquela peste e sei que ficaria com os amigos e a Molly até tarde. Mas então, quem seria? Cameron teria se arrependido da fuga, e teve misericórdia de nós?
Vou ao outro lado da porta, que dava para nossa pequena varanda florida. Niall estava parado, com uma capa de chuva e olhos vermelhos. Ele não estaria chorando. Creio que andou bebendo. Sua visita era uma completa surpresa para o meu gosto.
-Niall! -exclamo indo ao seu encontro- Você não avisou que vinha. Realmente ama me surpreender.
-Sim. Surpreendo muita gente. -ele diz tirando a capa de chuva e deixando em um canto, para não molhar a casa. Dou um beijo na sua bochecha e ele se sente acanhado, contraindo os músculos do seu corpo.
-Está me assustando. Seu braço está melhor?
-Posso entrar? -ele diz friamente.
Dou permissão para que ele se sente no sofá da sala, com a pequena chama da lareira acesa e um jogo de tabuleiro estendido numa pequena mesinha presente no cômodo. Era um ambiente agradável, se a nuvem negra de Niall não estivesse tão carregada para ele mesmo.
-O que aconteceu, meu amor? -pergunto. Nunca sou dada à essas expressões e apelidinhos carinhosos, mas sinto que isso poderia dar certo conforto ao rapaz.
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WhatsApp [Niall Horan] N.H
Hayran KurguLauren com um número de celular em mãos e uma grande imaginação: o caminho para chegar à Niall Horan. Será que ele pode continuar resistindo, mesmo com todos os seus mistérios? Será que ela vai continuar viva com todas as mentiras? ...