Eu e Luke ficamos a olhar-nos tentando processar o acabado de ouvir.
Como assim o drogado violador raptor gay que não é assim tão antipático porque me foi buscar pensos, é irmão do Taylor?
- O que raio se está aqui a passar? - Cortei o silêncio. - Hello... Estou ainda aqui... Raptada... Dá para me salvarem antes de fazer esse tipo de revelações familiares?
Luke soltou uma leve gargalhada, mas esta logo se cessou, assim que Justin se colocou à minha frente ainda de postura tensa.
- Ninguém vai levar a Jessie. Ela é minha futura mulher . -Em nenhum único segundo o drogado tirou o olhar de Taylor.
- Ainda com as políticas do pai? Justin, é hora de esqueceres essas merdas. -Taylor pronunciou-se mas Justin ignorou pegando na arma apontando-a a ele.- É mesmo isso que queres?
- Se tu não fazes a vontade do pai, eu farei. Ninguém vai levar a Jessie de mim!
Revirei os olhos àquela cena.
- Já acabaram? Drama a estas horas não, por favor! - Justin olhou-me irritado e apontou a arma ao meu peito.
- Jessie, não sabes ficar calada, miúda? - Justin fuzilou-me falando e Luke retirou a sua arma do bolso discretamente.
- Calma, calma, drogadito. - Ergo as mãos em rendição. - Não há nada quanto aos direitos da mulher que afirma que estas têm liberdade de expressão?
Luke aproveita-se do facto de Justin estar de costas e dá-lhe com o revólver na cabeça fazendo-o cair no chão.
- Isso deve ter doido.
- Ainda bem que te lembraste do plano de fuga, Jessie.- Taylor sorri orgulhoso mas Luke, que confirmava o estado de Justin curtou o meu orgulho.
- Ela não fez mais do que a sua obrigação. E se fosse tão boa como devia não se deixaria capturar.
- Desculpa lá se estava trancada dentro de um hospital, sim? A culpa é toda vossa. -Cruzei os braços.
- Culpa nossa? Tu é que...
Taylor olhou-nos sério e a discussão pós-reencontro acabou.
- Saiam do hotel antes que algum dos homens que trabalham para ele note alguma agitação.- Taylor atira as chaves do carro para o Luke mas eu agarro-as antes chegar às mãos dele e pisco-lhe o olho. - Eu cuido dele.
- Já sabemos o que temos de fazer Taylor, vou já agendar uma festa em minha homenagem. -Ri-me a puxo o rapaz aborrecido de olhos claros comigo para fora do quarto.
- Jessie, hoje estás impossível, pior do que o normal.
- Sim, Luke, eu também senti a tua falta. - Continuava caminhar até o sentir parar, fazendo-me olhá-lo de sobrancelha erguida.- O que foi?
Luke aproximou-se velozmente de mim e surpreendentemente abraçou-me a cintura fortemente, pousando a cabeça no meu peito.
- Nunca mais me faças isto, Jessie. -Levei inseguramente a minha mão aos seus cabelos dando-lhes leves carícias.
- Desculpa, Luke.
- Eu tive medo de te perder, Jessie, tu não imaginas como me senti quando fui te visitar e vi aquele aglomerado de polícias no teu quarto em busca de provas...
